Débora Motta
Foto: Marcelo Corenza |
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Raupp, com seu exemplar do livro Memórias da FAPERJ, |
Na ocasião, o ministro recebeu um exemplar do livro Memórias da FAPERJ A trajetória da agência de fomento à ciência e tecnologia do Estado do Rio de Janeiro (1980-2013). Lançada em junho de 2013, em uma edição de 396 páginas, a obra marca os 33 anos da Fundação. Raupp elogiou a atuação em conjunto com as fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs), incluindo a FAPERJ, que permite um fomento à pesquisa mais adequado às demandas científicas e tecnológicas regionais. "Hoje temos 125 projetos no âmbito dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia e vamos dar continuidade a essa iniciativa, com a participação dos nossos parceiros das FAPs", elogiou.
Para o ministro, o momento é favorável para o desenvolvimento da C,T&I. "Nos últimos dez anos, houve uma evolução dos recursos e um crescimento seguro e sustentado das atividades em Ciência, tecnologia e Inovação", ressaltou. Ele apresentou indicadores que sustentaram essa afirmativa. "De 2000 a 2010 houve um aumento no volume de recursos para a C,T&I de cerca de R$ 4 bilhões para R$ 7,5 bilhões. Em 2013, estamos retomando a plena utilização dos recursos do FNDCT [Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]", completou Raupp, que também citou o crescimento do número de bolsas nos programas de pós-graduação do país e da titulação de mestres e doutores, incluindo o crescimento do mestrado profissional.
Defendendo a maior integração entre a universidade e o empresariado, Raupp destacou as atividades desenvolvidas no Porto Digital, em Recife, que agrega professores, pesquisadores e estudantes para a criação de soluções tecnológicas em diversos ramos do conhecimento. Aproveitando sua passagem pela capital pernambucana, Raupp apresenta nessa semana aos empresários do estado o plano Inova Empresa, que vai destinar R$ 32,9 milhões para projetos empresariais na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação. O encontro ocorre na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fipe).
Outra realização que representa os esforços do MCTI para promover a inovação, segundo ele, é a recente criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial e Inovação (Embrapii). De acordo com Raupp, o objetivo é que ela faça para a tecnologia industrial o que a Embrapa faz para a agropecuária. "A Embrapii será parceira nos riscos do programa de inovação das empresas. Ela não vai ter infraestrutura sob o comando direto dela, mas vai contratar, qualificar, credenciar laboratórios de universidades e institutos de pesquisa para promover a parceria deles com empresas", explicou o ministro.
Em relação à base de lançamento de foguetes de Alcântara, no Maranhão, Raupp afirmou que os problemas de financiamento foram solucionados. Atualmente, os recursos para a construção e utilização comercial do centro de lançamento estão sob a gestão dos governos brasileiro e ucraniano. "O caminho está desimpedido para que a gente execute esse trabalho. Isso está totalmente sob a responsabilidade da ACS [Alcântara Cyclone Space, a empresa binacional brasileira e ucraniana montada para realizar testes a partir na base maranhense]",disse Raupp. Ele também mencionou a Iniciativa Brasileira em Nanotecnologia, a ser lançada em de agosto, como parte de uma estratégia para impulsionar esse campo científico. Para isso, foi criado o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia (SisNano), uma rede composta por 28 laboratórios.
Raupp anuncia o lançamento de instituto para a pesquisa do oceano
Considerando os mares e oceanos um tema estratégico para a pesquisa nacional, Raupp anunciou durante a conferência o lançamento do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias (Inpoh) Atlântico Tropical, que vai funcionar na UFPE. O instituto terá missão de tornar o Brasil uma referência em conhecimento e atuação sobre o oceano Atlântico.
Além da criação do Inpoh, o governo federal destinou US$ 80 milhões para a compra de um navio para pesquisa oceanográfica, como resultado de uma parceria entre o MCTI, o Ministério da Defesa e a Marinha do Brasil, a Petrobras e a Vale.
"É uma necessidade que vem de longe. A Marinha vinha atuando de forma organizada, porém limitada. Hoje, as universidades brasileiras estudam oceanografia, por isso queremos aglutinar conhecimentos", disse Raupp. E justificou: "O Inpoh vai financiar e organizar esse tipo de trabalho, contemplando todos os interesses. Essas atividades são caras. O Ministério tem outros navios, mas esse vai ser o maior de todos."
O Inpoh deverá ter quatro centros de pesquisa dois voltados para estudos em oceanografia, um para o Atlântico Tropical, que terá sua sede na UFPE, e outro para o Atlântico Sul,que terá estudos em pesca e aquicultura, e em portos e hidrovias. O instituto vai incentivar o desenvolvimento científico e tecnológico nas áreas de oceanografia física, química, biológica, biodiversidade costeira e marinha, instrumentação submarina e energia dos oceanos, entre outras áreas.
Educação e ciência em pauta na abertura da 65ª Reunião Anual da SBPC
Débora Motta |
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Reunião da SBPC destaca importância de maiores investimentos em educação e em C,T& I para o desenvolvimento nacional |
Marcelo Corenza |
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Ildeu Castro (C) recebe prêmio das mãos do ministro Marco Antônio Raupp (E) e do presidente do CNPq, Glaucius Oliva |
Durante a cerimônia, foi realizada a entrega do Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, organizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O laureado dessa edição foi o físico e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ildeu de Castro Moreira, que recebeu o prêmio das mãos de Raupp e do presidente do CNPq, Glaucius Oliva. "Embora apenas um indivíduo ganhe o prêmio, ele é a expressão coletiva do trabalho de muitas pessoas que fazem a divulgação da ciência, para que ela chegue à maioria da população", agradeceu Moreira.
Conforme previsto para este ano, foram homenageados a arqueóloga Niéde Guidón, que atua como professora visitante da UFPE, e o linguista Luiz Antonio Marcuschi, um dos primeiros docentes do Programa de Pós-Graduação em Letras (Linguística) da universidade. Houve ainda homenagens póstumas, com um minuto de silêncio dedicado à geógrafa Bertha Becker, ao compositor e zoologo Paulo Vanzolini, um dos fundadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e à botânica Maria Lea Salgado Labouriau, professora emérita da Universidade Nacional de Brasília (UNB).
A Reunião da SBPC vai até o dia 26 de julho. Até a próxima sexta-feira serão oferecidas 266 atividades, com a participação de pesquisadores renomados do Brasil e exterior, e gestores do sistema estadual e nacional de C&T. Haverá 82 conferências, 87 mesas redondas, 60 minicursos, 16 encontros, nove sessões especiais, seis simpósios e seis assembleias. Realizada desde 1948, ela é um importante espaço para difundir os avanços da C,T&I e debater políticas públicas na área.
A próxima edição da Reunião Anual da SBPC será realizada no Acre, que também vai sediar a 38° Reunião Regional da renomada instituição cientifica. O tema do 66° encontro nacional a ser proposto à organização do evento para 2014 será O Desafio da Economia Verde, numa alusão ao projeto de desenvolvimento implementado no Acre nos últimos 12 anos, traduzido no conceito de florestania, que visa ao uso sustentável da floresta.
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