Antropologia, Impérios e Estados Nacionais

Organizadores: Benoît de L´Estoile, Federico Neiburg e Lygia Sigaud
Relume Dumará / FAPERJ
Ano de lançamento: 2002
Número de páginas: 295

O livro examina as relações complexas entre a produção do saber antropológico sobre populações periféricas ou dominadas e a concepção e implementação de políticas de Estado. Os textos nele reunidos tratam de situações e processos sociais distintos: os debates sobre a diferença e identidade relacionados à implantação do apartheid na África do Sul (Adam Kuper); o lugar ocupado na teoria e na prática do nacionalismo mexicano pela produção de conhecimento sobre populações indígenas (Claudio Lomnitz); as relações entre indigenismo e antropologia no Brasil (Antonio Carlos de Souza Lima); os projetos de reforma da administração colonial francesa (Benoît de L´Estoile); o papel da antropologia "em casa" e no além-mas na construção do nacionalismo português (Omar Ribeiro Thomaz); os estudos sobre o "carater nacional" e a participação norte-americana na segunda Guerra (Marcio Goldman e Federico Neiburg); os dilemas associados ao estatuto científico do folclore na França de Vichy (Florence Weber); o confronto entre a arquitetura contemporânea e a afirmação cultural kanak na Nova Caledônia (Alban Bensa); a associação entre identidade cultural, emergência étnica e acesso à terra no Brasil contemporâneo (João Pacheco de Oliveira); e a crescente participação de antropólogos em projetos de desenvolvimento e planos de erradicação da pobreza na América Latina (Jorge Pantaleón). As implicações extraídas da comparação entre estas diferentes situações e momentos históricos são o tema do texto de abertura do livro, dos organizadores Benoît de L´Estoile, Federico Neiburg e Lygia Sigaud.

Pelos temas abordados - a história atual das ciências sociais, a gênese de políticas públicas, a formação dos estados-nacionais modernos, o colonialismo e as novas formas de nacionalismo -, e o modo de tratá-los, este é um livro que interessa não apenas a antropólogos e estudantes de antropologia, mas também a historiadores, sociólogos e cientistas políticos.