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Publicado em: 26/08/2010
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Falta de cuidados do homem com a saúde é debatida em congresso no Hupe

Vinicius Zepeda

Ana Carolyna Comin

     

   Ricardo Vieiralves (E) e José Luiz Telles estiveram entre os
   participantes da mesa de abertura do 48 Congresso do Hupe

 

Ao contrário das mulheres, que costumam ir regularmente ao médico a fim de fazer exames preventivos, os homens, de um modo geral, só procuram os serviços de saúde quando já apresentam sintomas de alguma enfermidade. Portanto, ao invés de serem atendidos no posto de saúde, perto de casa, precisam recorrer a especialistas, o que aumenta o custo do tratamento, traz maior sofrimento ao paciente e à sua família, além de risco de sequelas, invalidez ou mesmo morte. Estatísticas recentes apontam que 68% das mortes na faixa etária entre 20 e 59 anos são de homens – o que equivale dizer que a cada três adultos que morrem no Brasil, dois são homens. O alerta foi lançado pelo diretor do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas em Saúde do Ministério da Saúde, José Luiz Telles de Almeida, que representou o ministro da Saúde na mesa de abertura oficial do 48 Congresso Científico do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), realizada na manhã de quarta-feira, 25 de agosto, na Capela Ecumênica da Uerj. Realizado com o apoio da FAPERJ, a edição deste ano do evento tem como temática a Saúde do Homem. A mesa ainda contou com a presença de outras autoridades e pesquisadores da Uerj e da comunidade científica fluminense.

Em sua apresentação, José Luiz Telles de Almeida falou sobre o primeiro ano da criação da "Política Nacional de Atenção Especial à Saúde do Homem", lançada pelo Ministério da Saúde em agosto de 2009. Com a iniciativa, o Brasil passa a ser o primeiro País de toda a América Latina a ter uma política específica voltada para o bem-estar masculino, e o segundo, depois do Canadá, nas Américas. Segundo dados oficiais do ministério, as principais causa de morte de homens são doenças do coração, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC); câncer de pulmão, próstata e pele; hipertensão, colesterol elevado e diabetes – problemas que, de acordo com Telles de Almeida, poderiam ser drasticamente reduzidos se os homens cuidassem mais da própria saúde. "Os homens em geral vivem 7,6 anos a menos que a média das mulheres e, antes de morrer, muitas vezes se tornam dependentes de suas esposas e/ou famílias devido à negligência com seu próprio bem-estar. Com esta iniciativa, esperamos diminuir este preconceito enraizado na cultura masculina de não consultarem médicos regularmente e mostra que homem que é homem se cuida".

Também presente à abertura, o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, aproveitou a ocasião para falar das pesquisas sobre saúde masculina desenvolvidas por professores e pesquisadores do Hupe, que seriam apresentadas ao longo do evento, e do atendimento que o hospital oferece à população masculina. Ele adiantou que o próximo congresso, a ser realizado em 2011, terá como tema "A saúde da criança". "Com este tema fecharemos um ciclo, pois este ano abordamos a saúde masculina e em outras edições discutimos saúde da mulher, adolescente e família", disse.

Já a geneticista da Universidade de São Paulo (USP) Mayana Zatz apresentou uma conferência sobre células-tronco, em que fez um balanço de como andam as pesquisas no mundo acerca do tema e destacou os trabalhos que seu grupo de estudos vem desenvolvendo na capital paulista. "Criamos um banco de células-tronco obtidas através da polpa do dente, do cordão umbilical e do sangue menstrual doadas por pacientes com doenças genéticas. Desta forma, esperamos desenvolver num futuro próximo novos tratamentos medicinais", explicou Mayana.

Após sua apresentação, foi a vez do pesquisador da Universidade de Barcelona, Espanha, Antônio Alcaraz, falar sobre o futuro da cirurgia renal. Atualmente, o método mais moderno para este procedimento utiliza a laparoscopia, um procedimento minimamente invasivo que consiste em algumas incisões no abdômen, por onde o cirurgião irá operar, e uma incisão discretamente maior próxima ao umbigo, através da qual será introduzida uma pequena lente para visualização dos órgãos. Segundo Alcaraz, em vez das várias incisões da laparoscopia, será necessário apenas uma incisão no umbigo para introdução de lentes flexíveis e equipamentos cirúrgicos robóticos de alta precisão, o que minimizará a dor e facilitará a recuperação do pós-operatório. "Esta nova modalidade exigirá maior especialização dos médicos e o custo dessa nova tecnologia, que ainda é alto, precisará ser reduzido para torná-la acessível à população em geral", complementou.

O diretor-presidente da FAPERJ também esteve na Capela Ecumênica, por ocasião da Sessão de Abertura do Congresso, e acompanhou a palestra de Mayana Zatz. “A pesquisa apresentou uma visão geral, para um público heterogêneo, do que há de mais avançado em pesquisa com células-tronco, e de uma forma altamente didática, facilitando a compreensão de todos."

À tarde, Ruy Marques foi um dos palestrantes da mesa-redonda Tecnologias em Saúde, coordenada pelos professores Alexandra Monteiro e Paulo Roberto Volpato Dias, ambos da Faculdade de Ciências Médicas da Uerj, e que contou também com palestrantes oriundos do Ministério da Saúde (Ana Estela Haddad, diretora de gestão da educação na saúde do MS), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP (Nelson Simões, diretor geral) da Finep (Maurício Teixeira, chefe do departamento de tecnologias sociais) e da Rede Universitária de Telemedicina – Rute (Luiz Ary Messina, coordenador geral). Em sua apresentação, Marques destacou projetos e perspectivas da FAPERJ na área da Telessaúde e da Telemedicina. “Desde 2007, vimos apoiando fortemente a área de tecnologia da informação e da comunicação, que tem expressivo desempenho em nosso Estado. As amplas possibilidades para emprego da Telessaúde e Telemedicina merecem ser cada vez mais exploradas e, nesse aspecto, certamente a Uerj vem desempenhando um papel preponderante, com um Núcleo de Telessaúde muito atuante, sob a coordenação da professora Alexandra Monteiro.”

Embora a abertura oficial tenha ocorrido na quarta-feira, o evento já ocupava as dependências do Hupe desde a segunda-feira. O término está previsto para esta sexta-feira, dia 27 de agosto. Da programação do evento fazem parte várias mesas redondas, cursos, discussões de casos clínicos, simpósios sobre assuntos variados, como câncer de próstata, disfunção erétil, o papel do pai no acompanhamento da saúde dos filhos, cirurgia plástica, problemas cardíacos, doenças profissionais que mais acometem o trabalhador, saúde mental, atenção primária à saúde do homem, envelhecimento, dentre outros temas. Paralelamente, são oferecidas várias atividades para a população em geral, além de uma feira com produtos voltados para área da saúde. Um estande da FAPERJ foi montado nas dependências da entrada do Hupe, onde funcionários da fundação esclarecem dúvidas e fornecem informações sobre os principais programas de fomento que vêm sendo implementados.


Mais informações sobre o congresso podem ser adquiridas no endereço
www.hupe.uerj.br/congresso

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