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Publicado em: 11/11/2010
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Leitor de pensamentos permite realizar ações sem mover nenhum músculo

Vinicius Zepeda

   Divulgação/CTC/PUC-Rio 
       

   Com o uso de uma touca com fios e sensores, aparelho que
   
lê os pensamentos é capaz de mover um braço mecânico 

Um aparelho desenvolvido no laboratório do Centro Técnico Científico (CTC) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) promete representar uma enorme ajuda para diminuir a dependência de paraplégicos, tetraplégicos e portadores de deficiência física causadas por doenças degenerativas como esclerose lateral amiotrófica (ELA), por exemplo, garantindo-lhes melhor qualidade de vida. Com o uso de uma touca de malha cheia de fios e sensores, onde se injeta gel condutor, e uma caixinha preta ligada a um notebook ou computador, a pessoa é capaz de, somente com o pensamento, mover um braço mecânico em várias direções. Ou então realizar uma série de comandos, feitos ao computador, como ligar a TV ou chamar o médico, em apenas três segundos e sem a necessidade de mover um único músculo. O projeto, desenvolvido pelo engenheiro eletrônico Alexandre Ormiga, foi resultado de sua dissertação de mestrado na PUC-Rio, defendida em julho deste ano sob a orientação do professor Marco Antonio Meggiolaro. O trabalho contou com apoio de uma bolsa de mestrado Nota 10, da FAPERJ.

O engenheiro mecânico e orientador do projeto, Marco Antonio Meggiolaro, explica que, durante o desenvolvimento da pesquisa, Alexandre Ormiga coletou dados para gerar o protótipo e teve como grande contribuição o uso de técnicas de redes neurais para que o computador interprete os sinais emitidos pelo cérebro humano. "Nosso cérebro tem uma área que planeja os movimentos do corpo. Consegui identificar quatro movimentos básicos: mover o braço direito, braço esquerdo, pés e língua. A partir daí, desenvolvi um algoritmo para interpretar estes pensamentos e transformá-los em comandos ou movimentos", afirma Ormiga. Meggiolaro destaca ainda que, para um deficiente físico que usa interfaces atuais que decodificam sinais, como piscar de olhos ou mesmo mover a sobrancelha para gerar comandos, como mover uma cadeira, a repetição contínua destes movimentos pode ser bastante cansativa. "Com este aparelho, eliminamos o estresse que esta repetição pode causar para o deficiente", acrescenta.

Alexandre Ormiga explica que o protótipo desenvolvido pode ser acoplado a diversos outros produtos. "O aparelho lê os pensamentos. Basta um circuito receptor, acoplado a um braço mecânico ou mesmo a uma cadeira de rodas para acionar equipamentos da casa, como luz e telefone", explica Ormiga. No caso de ações mais específicas como acender a luz ou chamar um médico, por exemplo, o princípio dos movimentos, seja do braço direito, do esquerdo, ou dos pés, é o mesmo. "Neste caso, um menu de opções deverá criar esta correspondência, estabelecendo que o braço direito ligaria a luz", fala. Alexandre também chama a atenção para o alto grau de acertos do sistema. "Nossos testes detectaram 90% de acertos dos comandos na leitura de três segundos. No caso dos 10% de erros, na maioria das vezes eles não resultaram de um comando errado; é que o sistema percebe quando o erro é fruto de um pensamento confuso", explica Ormiga. "Para obtermos uma confiabilidade ainda maior do sistema, podemos facilmente aumentar o tempo de leitura de cada pensamento para dez segundos e, assim, chegar a quase 100% de acertos", acrescenta.

A tecnologia desenvolvida já existe em outros países, mas o equipamento brasileiro apresenta vantagens em relação a similares de alto desempenho: é mais rápido, menor e mais barato. "Uma grande multinacional japonesa tem um leitor de pensamentos que conta com capacete e uma caixa que contém o sistema eletrônico, mas eles são muito maiores. Outra vantagem é que o projeto desenvolvido por Alexandre consegue reduzir o número de fios ligados à touca. Dos vinte e cinco fios e eletrodos das toucas tradicionais, o nosso utiliza apenas oito", afirma Meggiolaro. Com relação ao preço, a estimativa é de que o sistema seja produzido a um custo aproximado de mil reais.

No momento, Alexandre Ormiga está trabalhando na miniaturização do sistema. "A agência de Inovação da PUC-Rio está à procura de parceiros interessados em desenvolver e comercializar o leitor de pensamentos para uso em diversos sistemas, incluindo cadeiras de rodas", explica Ormiga. "Agora, estou trabalhando na substituição do uso do computador ou notebook por um pequeno chip que possa ser acoplado ao equipamento", completa. Eles estão otimistas de que não levará muito tempo para que seu projeto seja transformado em produto, ajudando quem precisa.   

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