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Publicado em: 05/07/2012
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Livro debate desafios para governar metrópoles brasileiras

 
     
    No livro, discute-se a Nova 
   Cultura Política e seus valores

Vinicius Zepeda *

Como podemos caracterizar a cultura política em áreas metropolitanas de grandes capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Natal? E como é a geografia dos votos nessas cidades? Essas são as principais questões debatidas em uma série de 14 artigos, reunidos em Cultura Política, Cidadania e Voto: desafios para a governança metropolitana. Organizado por Luiz César de Queiroz Ribeiro, Sérgio de Azevedo e Orlando Alves dos Santos Júnior, o livro é resultado de um dos projetos desenvolvidos por pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Observatório das Metrópoles, com apoio da FAPERJ.

Dividido em três partes, o livro aborda, nas duas primeiras, a experiência brasileira relativa à chamada Nova Cultura Política – expressão que designa uma maior abertura dos cidadãos em termos de valores, com mais respeito à tolerância e à pluralidade de ideias, embora, do ponto de vista econômico, mantenham uma visão canônica ou ortodoxa. "Isso aparece em áreas onde vivem pessoas com maior poder aquisitivo, maior nível de escolaridade e menor desigualdade socioeconômica, em geral de grandes capitais do Sudeste do país, como Rio de Janeiro e São Paulo. Principalmente entre os jovens, encontramos maior participação popular e um predomínio dos valores dessa Nova Cultura Política", afirma Luiz César.

Nas demais áreas urbanas, além de uma menor participação popular, predominariam os valores da cidadania clássica, dominante no século passado, constituída por uma dimensão jurídica, política e social e um constante embate entre os direitos individuais e coletivos. "Nessas cidades, o alcance das políticas públicas acaba sendo prejudicado, por não englobar a sociedade como um todo", complementa o coordenador do INCT Observatório das Metrópoles.

Outro dos organizadores do livro, Sérgio de Azevedo explica que, na cidade de São Paulo, o paulistano mostra-se mais aberto a formas de atuação associadas à Nova Cultura Política, como "boicotar produtos por razões políticas, éticas e ambientais"; "contatar/aparecer na mídia" e "participar de um fórum através da internet". Além disso, devido à centralidade da capital, as tendências ali lançadas influenciam todo o País. Já em cidades do Norte e Nordeste, como Natal,  predomina o baixo nível de mobilização popular e associativismo, mais ligado à velha cultura política brasileira, em que as oligarquias, com suas vontades e interesses particulares, dominam a população e a política local. "Apesar disso, em todas as capitais que pesquisamos, observamos grupos de cidadãos expressando opiniões, valores e atitudes associadas à Nova Cultura Política, principalmente entre jovens com maior nível educacional e financeiro", destaca.

A terceira e última parte do livro discute a questão da geografia eleitoral dos votos nas metrópoles. Luiz César Queiroz destaca que, também nesse ponto, as pesquisas mostraram os efeitos nocivos da relação entre segregação residencial e construção da metrópole como território político. "Para que os interesses e necessidades metropolitanas resultem em boas políticas públicas, é preciso que as metrópoles gerem políticos universalistas, engajados em criar bens públicos que atendam às necessidades de todos", explica Queiroz. Porém, ele afirma que nas áreas mais carentes dessas cidades ainda predomina uma dinâmica política paroquial, hiperlocalista, enquanto em áreas mais abastadas e mais abastecidas de bens públicos, encontramos políticos mais universalistas."Esperamos que nossas pesquisas, reunidas em textos, possam contribuir para entender melhor como se dá a participação política da população nacional, com todas suas peculiaridades e, com isso, contribuir para a formulação de políticas públicas mais eficazes para atender as metrópoles do País", conclui.

* com informações da assessoria de imprensa do INCT Observatório das Metrópoles

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