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Publicado em: 30/08/2012
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Exposição traz o mundo microscópico para ser visto a olho nu

Elena Mandarim

                                                                  Divulgação/ Uerj
 
 Plânctons em destaque: exposição na Uerj reúne imagens
 de pesquisadores de oceanografia e de biologia marinha

Já parou para pensar que a existência do planeta depende de seres microscópicos que vivem em ambientes aquáticos? É o plâncton, mais especificamente o fitoplâncton, que além de constituírem a base da cadeia alimentar em todos os ambientes aquáticos, são apontados como a maior fonte de oxigênio do mundo. Desde esta terça-feira, 28 de agosto, até o dia 31 de setembro, a diversidade e a beleza destes organismos estarão expostas, em fotografias e esculturas, na Galeria Gustavo Schnoor, no Centro Cultural, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

A mostra "Tornando visível o invisível", promovida pelo Departamento Cultural da Universidade, em parceria com a Faculdade de Oceanografia (Faoc), faz parte do projeto de extensão "Conhecendo as Florações Algais Nocivas", coordenado pela professora Gleyci Moser e foi, recentemente, contemplado pelo programa de Apoio a Projetos de Extensão e Pesquisa (Extpesq), da FAPERJ. "No projeto, estamos recolhendo amostras de água de três áreas da baía de Sepetiba, para monitorar o aparecimento de algas nocivas. A ideia é difundir a importância ecológica do plâncton, mostrando como, em algumas situações de poluição, esses organismos podem se proliferar indevidamente, aumentando os riscos de contaminação do pescado e das comunidades ribeirinhas."

Presente em todos os ambientes aquáticos, o plâncton é composto por seres vivos que são dispersos livremente pelas correntes marítimas. Este conjunto de organismos tem dois grupos principais: o fitoplâncton, formado principalmente por algas microscópicas, que servem de alimento principalmente para os seres filtradores, como moluscos, mexilhões e ostras. Por serem do reino vegetal, realizam fotossíntese – processo realizado por vegetais que utilizam CO2, água e luz solar para produção de glicose para seu metabolismo e, como subproduto, liberam oxigênio, que passa da água para a superfície. São eles, aliás, os responsáveis pela produção de cerca de 80% de todo oxigênio do planeta. O outro é o zooplâncton, animais microscópios que se alimentam do fitoplâncton e servem de alimento para peixes e larvas de outros animais marinhos. “Apesar de seu tamanho, as baleias, por exemplo, se alimentam basicamente desses organismos microscópios, seja fitoplâncton ou zooplâncton”, lembra Gleyci.

A exposição traz imagens do trabalho de pesquisadores das áreas de oceanografia e biologia marinha, produzidas por diferentes técnicas de microscopia. Uma delas é a epifluorescência, que utiliza compostos capazes de emitir luz para marcar determinadas estruturas nos micro-organismos. "É muito comum utilizarmos um marcador fluorescente para DNA, por exemplo, para evidenciar somente os organismos vivos. Assim, podemos estimar a porcentagem viva daquela espécie dentre do ecossistema que está sendo estudado", explica a pesquisadora.

Se, por um lado, as fotografias apresentam os organismos de forma bidimensional, por outro, as esculturas em cerâmica branca mostram as incríveis estruturas do plâncton de forma tridimensional, tornando-as mais compreensíveis ao público. A professora Gleyci explica que cada espécie tem um formato que está ligado às suas funções biológicas. A peça feita pela ceramista Sônia Gianesella, que também é pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), mostra, por exemplo, uma Fragilariopsis, do genêro de diatomácea, que tem uma grande quantidade de filamentos para aumentar sua superfície de contato para, assim, se manter mais tempo na zona iluminada do oceano. "Convidamos um grupo independente de ceramistas, o Damassafala, que faz pesquisas e esculturas com cerâmica branca. Com peças tridimensionais esculpidas no formato de alguns micro-organismos, os próprios pesquisadores que estão acostumados a analisá-los através do microscópio, se encantaram ao vê-los materializados em esculturas", estusiasma-se.

 Divulgação/ Uerj
     

Escultura mostra uma Fragilariopsis, cujos filamentos aumentam a
superfície de contato, que a mantém na zona iluminada do oceano   

Durante todo o período da exposição, haverá a projeção de um vídeo com várias imagens de micro-organismos. Haverá sempre um monitor presente na exposição para explicar algumas propriedades e funções desse grupo de seres vivos. Nos primeiros dias da mostra, também estará disponível a visualização de lâminas e de culturas vivas de plâncton que poderão ser observados em um microscópio.

As fotografias foram produzidas pelos pesquisadores Gleyci Moser e Taissa Neves Stavale, da Faoc-Uerj, José Juan Barrera Alba e Laura Masuda, da Biomar-UFRJ, Bianca Reis Castaldi Tocci, da Cebimar – USP e Flávia Marisa Prado Saldanha Corrêa, do IO-USP. As esculturas são assinadas por Marcia Sznelwar, Regina Fomin Quevedo, Rosani Vieira e Sonia Gianesella. E o vídeo foi produzido por Silvia Suckeveris. A exposição permanece na galeria Gustavo Schnoor, do Centro Cultural da Uerj (Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã). A visitação está aberta de segunda a sexta, das 9h às 20h, com entrada franca.

Simpósio reforça a importância do plâncton

De 29 a 31 de agosto, a Uerj recebe também o VI Plankton Symposium, organizado pela Faculdade de Oceanografia em parceria com A for Plankton Research (AfPR), organização sediada em Portugal. Haverá palestras, mesas-redondas e apresentações de 108 autores, de seis países, como Austrália, Brasil, França, Moçambique, Portugal e Estados Unidos. Na ocasião, os pesquisadores darão enfoque ao plâncton marinho, sem deixar de apontar questões do plâncton de água doce. Outro ponto principal diz respeito à sua relação na cadeia alimentar, explicando principalmente como a produção desses micro-organismos chega ao ser humano. A professora Gleyci Moser, vice-presidente da comissão organizadora, esclarece que a discussão para a saúde pública também é importante, porque algumas microalgas, tanto marinhas quanto de água doce, formam florações potencialmente nocivas, processo que pode produzir toxinas danosas ao ser humano.

O Plankton Symposium foi realizado pela primeira vez em 2001 em Portugal, seguido de edições na Espanha, no Brasil, nos Estados Unidos e em Moçambique. Na programação do evento estão previstas ainda atividades culturais como exibições de filmes e oficinas explorando a temática do plâncton e dos ambientes aquáticos. Os encontros acontecerão no Auditório Cartola, da universidade, com o apoio da FAPERJ, da Sinc do Brasil, uma empresa de instrumentação científica, e do Departamento Cultural da Uerj (Decult/SR3) e Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (Ceads/Uerj).

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