Elena Mandarim
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Lucia Appel coordena projeto que desenvolve |
À frente de um projeto que busca gerar "acetona verde" a partir do etanol, ela busca desenvolver uma nova tecnologia que engloba duas vantagens: permitir que o Brasil se torne autossuficiente na obtenção de acetona, um produto de extrema importância para a indústria e que hoje é largamente importado; e que essa produção seja feita a partir de uma matéria-prima renovável, já que o etanol é obtido principalmente da cana-de-açúcar. "Esta é uma excelente oportunidade, já que em breve a oferta do etanol deve crescer no País com a entrada em operação das unidades geradoras deste álcool, via celulose", anima-se Lucia, cujo projeto foi contemplado no edital Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica em Química Verde, da FAPERJ.
A pesquisadora explica que atualmente a acetona é obtida a partir do "processo do cumeno" que emprega benzeno e propeno como insumos. Nesse caso, a acetona é gerada juntamente com o fenol, o que nem sempre é positivo do ponto de vista da comercialização. E as matérias-primas empregadas também são de origem fóssil. "Vale destacar que 'ser verde' atualmente agrega valor a produtos químicos e por isso há um crescente interesse das empresas em investir em negócios sustentáveis do ponto de vista econômico, ambiental e social. Nessa perspectiva, a alcoolquímica, ou, no caso, a etanolquímica se mostra como uma proposta promissora", esclarece a pesquisadora.
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Acetona é utilizada em vários processos industriais, como |
Segundo Lucia, o etanol – ou simplesmente álcool, como é comumente conhecido pela população – é uma molécula plataforma porque a partir dela pode-se gerar uma série de produtos e intermediários químicos, usados na indústria em geral. "A acetona e também o 1-butanol, o acetato de etila, o ácido acético, o isobutanol, os butenos, o 1,3 butadieno são outros exemplos de compostos de ampla utilização, gerados via etanol", enumera a pesquisadora.
A acetona também é empregada como solvente e entra largamente na síntese de fármacos e polímeros. Segundo a pesquisadora, a acetona poderia ser ainda utilizada para produzir propeno, e consequentemente polipropileno, produto amplamente empregado na produção de tecidos e plásticos. "Ao criarmos um processo mais simples, estamos também favorecendo a linha de produção de vários outros produtos. É realmente uma vantagem", conclui a pesquisadora.
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