Débora Motta
Foto: Débora Motta |
Ao lado da presidente da SBPC, Helena Nader, a ex-senadora acreana Marina Silva (esq.) destacou a importância da C&T para o desenvolvimento nacional |
“Não há como um país como o nosso perder de vista que o desenvolvimento econômico e social, e a melhoria da qualidade de vida, passam pela contribuição que a ciência pode dar”, disse. Segundo ela, o caminho que o País tem para transformar as vantagens comparativas em competitividade é inegavelmente o do desenvolvimento sustentável. “O desenvolvimento deve levar em conta a sustentabilidade em todas as suas dimensões, seja econômica, social, cultural ou estética. É um ideal de vida”, ressaltou.
No caso da Amazônia, ela afirmou que o diálogo com a comunidade científica e tecnológica deve ser plural, e incluir as diferentes formas de saberes tradicionais, seja dos povos indígenas ou dos extrativistas. “A realização da SBPC indígena está sendo muito importante para considerarmos outras formas de produzir ciência e tecnologia, a forma dos povos tradicionais, que têm a força do saber narrativo. A Amazônia suscita a ideia da diversidade social, cultural, econômica e dos ecossistemas. Não temos que copiar os modelos homogêneos, de uma só cultura agrícola, de outros estados, apenas investindo na cana ou na soja. A Amazônia suscita uma economia diversificada, com turismo, agronegócio, biotecnologia e outras atividades”, disse. “Considerando essa diversidade, e a ciência é fundamental para estabelecermos novas maneiras de caminhar”, completou.
A senadora também destacou a escolha do estado do Acre para a realização do maior encontro científico e tecnológico da América Latina. “Que seja entendido o que significa fazer esse debate em uma região tão importante em nosso País como a amazônica. Dos 11% da água doce do planeta que ficam no Brasil, 86% dessa água fica na Amazônia. Ela produz 20 toneladas de água por dia, que são lançadas na atmosfera na forma de vapor, responsável pelas chuvas em outras regiões do País”, lembrou a ex-ministra do Meio Ambiente.
Na ocasião, Marina Silva recebeu um documento subscrito pela SBPC, com suas sociedades científicas associadas, com o resumo das principais propostas das entidades científicas e tecnológicas aos candidatos à Presidência. A candidata à vice-presidência na chapa de Eduardo Campos (PSB) defendeu ainda um orçamento na faixa de 2% para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação; e uma relação mais estreita do governo com a comunidade científica e tecnológica, para a formulação de políticas públicas. “Há a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento, tendo a universidade como uma grande base”, concluiu.
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