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Publicado em: 17/03/2016
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‘Encontros FAPERJ’ discute a formulação de políticas públicas para a área de games

Débora Motta

  Esteban Clua (à frente, à dir.) apresentou um panorama das tendências 
tecnológicas em games na reunião do Neppi (Foto: Lécio Augusto Ramos)

Formada por um amplo leque de atividades que têm as ideias como a principal matéria-prima para a geração de valor – como games, publicidade, moda, música e cinema –, a indústria criativa ocupa um lugar de destaque na economia fluminense. O estado do Rio de Janeiro é o que tem a maior participação nesse setor, quando se leva em consideração a porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) oriundo da economia criativa – de 3,8%, gerando cerca de R$ 20,6 bilhões por ano, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Por sua vez, nesse cenário, o mercado de games vem ganhando fôlego. Para discutir o estabelecimento de políticas públicas específicas para essa área, "Encontros FAPERJ: Indústria Criativa – Jogos" reuniu na manhã desta quarta-feira, 16 de março, na sede da Fundação, empreendedores, gestores e representantes do setor.

Trata-se do primeiro encontro promovido em 2016 pelo Núcleo de Estudos em Políticas Públicas para Inovação (Neppi), de uma série de debates mensais criada no ano passado pela FAPERJ. O Neppi é coordenado por Thiago Renault, diretor da Agência de Inovação (Agir), da Universidade Federal Fluminense (UFF), e conta com a participação de José Manoel Carvalho de Mello, professor do programa de pós-graduação em Engenharia de Produção (UFF) e assessor da Agir, e de Sérgio Yates, empreendedor e pesquisador. “O mercado de games é estratégico. O objetivo desse Encontro FAPERJ é articular a formulação de políticas públicas para a área, articulando ações com outras agências de fomento e instituições, além de facilitar a discussão de oportunidades de negócio na área de jogos eletrônicos e de entretenimento digital”, resumiu Mello, que também é assessor da presidência da FAPERJ.

O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Esteban Clua, que também é coordenador do Medialab, laboratório do Instituto de Computação da universidade, traçou um amplo panorama das novas tendências internacionais para o mercado de games. “Entre as novidades que devem conquistar o mercado, em breve, estão tecnologias de realidade virtual. Equipamentos que possibilitam uma imersão virtual de 360°, como os óculos em 3D, vão revolucionar as formas de sociabilidade e podem ter outras aplicações, até para auxiliar a visualização de exames de saúde e procedimentos na medicina”, disse Esteban. O Medialab é um centro de excelência da NVIDIA – empresa multinacional que fabrica GPUs (placas de vídeo), conhecida popularmente por sua série de placas GeForce.

“Outra tendência mundial é a tecnologia da realidade aumentada, que aproveita informações do mundo real, como a localização de objetos, por exemplo, e as utiliza nos jogos virtuais. Nos últimos anos, no Medialab, desenvolvemos em colaboração com diversos laboratórios simuladores computacionais para auxílio à navegação, adotados pelo Centro de Instrução Almirante Graça Aranha, da Marinha Brasileira, bem como ambientes de visualização para poços de petróleo, adotados pela Petrobras”, citou o pesquisador. Esteban ainda contou que grandes empresas do Vale do Silício, na Califórnia, nos Estados Unidos, estão investindo fortemente no conceito de deep learning, que é baseado no conceito de “redes neurais” e possibilita que os computadores consigam aprender da maneira mais próxima da forma como nós, humanos, aprendemos, e sejam capazes de reconhecer padrões ensinados previamente por humanos. “No mundo acadêmico brasileiro, há várias pesquisas em curso sobre deep learning”, apontou.

Mas, para ampliar a participação do estado do Rio de Janeiro no mercado de games, é preciso conjugar esforços no setor produtivo. “O Rio está atrasado estruturalmente nessa área. É o quarto estado do País em número de desenvolvedores de games”, apontou Luciane Gorgulho, chefe do Departamento de Cultura, Entretenimento e Turismo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Formamos há cinco anos no BNDES um grupo de trabalho especialmente para fomentar linhas de crédito para games. Esse setor precisa de atenção específica, porque muitas vezes os projetos não se encaixam nas linhas de fomento da indústria criativa ou de ciência e inovação tecnológica. Nossas metas são desenvolver um fundo de venture capital exclusivo para games e também editais de fomento em parcerias com outras agências, como a FAPERJ”, antecipou Luciane.

De acordo com Beto Moreira, consultor da Secretaria Estadual de Cultura para a implantação do projeto Laboratório Digital, o grande desafio para o setor é ganhar experiência na administração desses empreendimentos, além do puro domínio da técnica de desenvolver games inovadores. “Estamos fazendo uma pesquisa em todo o estado para mapear as empresas, instituições e universidades ligadas ao mercado de games. A proposta é criar sete laboratórios que vão abrigar projetos na área e propiciar o diálogo de recursos humanos especializados, na sede do Rio Criativo (Centro de Tecnologia de Produção e Pós-produção de Conteúdos Digitais Criativos, que funciona na Av. Presidente Vargas) para identificar os gargalos para o desenvolvimento do setor”, disse. O Rio Criativo – Incubadora de Empreendimentos da Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro é fruto de parcerias com a FAPERJ, secretarias de C&T, Cultura, de Desenvolvimento Econômico Energia Indústria e Serviços, com o Instituto Gênesis da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e outras instituições.

O diretor da Inovelab, Claudio D’Ipollitto, destacou a dificuldade de angariar investimentos do setor privado. “No Brasil, não temos investimentos suficientes da iniciativa privada para projetos inovadores em games. Não temos capital de risco interessado; temos na verdade um capital arisco. Os investidores têm medo de arriscar em projetos desconhecidos”, refletiu. Em seguida, o diretor de Inovação do Proderj (Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro), Otakar Svacina, que é coordenador-geral do programa Start-up Rio, disse que superar os gargalos nessa área depende também de uma mudança cultural dos empreendedores. “O setor privado especializado em games tem que unir forças para unificar as demandas de formulação de políticas públicas. Outros segmentos, como moda e música, estão mais organizados”, concluiu. 

Estiveram presentes ainda na reunião Daniel Siles e Ilann Stemberg, da Rabbit Bet; Diego Nyko, do BNDES; Edison Viana, da Riofilme; Guilherme Etz, da Quadrimind; de Joel Weisz, da Cognética; José Renato Monteiro, do projeto VerCiência; Julia Zardo, do Instituto Gênesis, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); Sergio Yates, do Neppi/FAPERJ; e Tatyana Paiva, do Projeto LAB Rio Criativo, entre outros.

Sobre os Encontros FAPERJ

Organizados pelo Núcleo de Estudos em Políticas Públicas para Inovação (Neppi), os encontros têm a coordenação de Thiago Renault, diretor da Agência de Inovação (Agir), da UFF, e conta com a participação de José Manoel Carvalho de Mello, professor do programa de pós-graduação em Engenharia de Produção (UFF) e assessor da Agir, e de Sérgio Yates, empreendedor e pesquisador. Em conjunto e com o apoio do presidente da FAPERJ, Augusto C. Raupp, e da diretora de Tecnologia da Fundação, Eliete Bouskela, os integrantes do Neppi esperam, por meio de estudos, debates e propostas, contribuir para alavancar os investimentos da FAPERJ na área de inovação tecnológica, aprimorando os editais sob a responsabilidade da Diretoria de Tecnologia, de acordo com as reais necessidades de empresas inovadoras, de incubadoras de empresas, de núcleos de inovação tecnológica (NIT), de parques tecnológicos e de investidores na área de tecnologia. O tema do próximo encontro, em abril, será biotecnologia.

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