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Publicado em: 09/06/2016
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De olho no intercâmbio intelectual com o Brasil

Aline Salgado

Elisa Natola: para ela, é preciso estimular a vinda de
europeus para 
o País (Foto: Lécio Augusto Ramos)

Grande parte dos pesquisadores brasileiros vê na mobilidade e estadia na Europa uma oportunidade de crescimento intelectual, pessoal e de suas pesquisas. Mas o que poucos sabem é que esse intercâmbio pode ser tão ou mais enriquecedor quando o país de destino é a sua própria casa. Foi pensando em estimular o intercâmbio entre o Brasil e os 28 países da União Europeia (EU), e mais 15 países associados, que o programa Marie Sklodowska Curie Actions (MSCA) decidiu oferecer uma linha especial de apoio e estímulo à formação e ao estreitamento da rede de relacionamento científico mundial: o Global Fellowships.

Voltado ao fomento da excelência científica, com foco especial aos pesquisadores iniciantes, doutores e pós-doutores, o MSCA é um programa de financiamento da União Europeia que se enquadra no universo do Horizonte 2020. Maior iniciativa de investigação e inovação da UE, o Horizonte 2020 tem como prioridade o fomento ao avanço de pesquisas e ideias através de uma abordagem aberta e que objetive o desenvolvimento da ciência e da tecnologia em nível mundial, a fim de se prover o crescimento econômico e sustentável. 

Por meio do Global Fellowships, as instituições de ensino e pesquisa localizadas fora da Europa ou que não estejam em países associados à UE, como o Brasil, podem convidar pesquisadores europeus ou de países associados à UE, representados por suas instituições de pesquisa acadêmicas e não acadêmicas, a realizar um intercâmbio científico aqui. Vale destacar que a linha de apoio Global Fellowships cobre apenas bolsas para pesquisadores experientes, ou seja, doutores e pós-doutores.

Uma vez no Brasil, esses pesquisadores desenvolverão projetos, aprofundarão pesquisas e compartilharão seus conhecimentos com pesquisadores brasileiros, estreitando, assim, as redes de relacionamento e a troca de conhecimento e experiências da ciência global. A iniciativa de apoio prevê que o pesquisador estrangeiro realize eventos que promovam a divulgação científica e a formação de uma rede de contato com os pesquisadores nacionais.

O financiamento dura de 24 a 36 meses, sendo 12 ou 24 meses de dedicação do pesquisador estrangeiro a atividades na instituição anfitriã, no caso a brasileira, seguidos por mais 12 meses na instituição de origem, seja ela localizada na EU ou em países associados de origem. O pesquisador estrangeiro recebe uma bolsa mensal para custear seus gastos no país de destino. Já os recursos necessários para a implementação de ações em divulgação científica no centro de pesquisa anfitrião são destinados à instituição de origem do pesquisador. Caberá a ela a cobertura de tais custos.

Assessora para a Cooperação Internacional Brasil-União Europeia do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e Ponto de Contato (NCP) das Marie Sklodowska Curie Actions no Brasil, Elisa Natola aponta para a necessidade de se reforçar o fluxo de europeus envolvidos em esquemas de mobilidade da tipologia Global Fellowships com destino ao Brasil.

Elisa cita dados de 2007 a 2013, quando o programa de apoio à formação dos pesquisadores se chamava ainda Marie Curie Actions, no contexto do FP7 – Sétimo Programa Quadro da UE, o programa anterior ao Horizonte 2020. Neste período, 159 pesquisadores brasileiros viajaram para fora do País a fim de ampliar sua formação profissional contando, para isso, com apoio do programa de financiamento da UE. No entanto, apenas seis pesquisadores europeus foram recepcionados pelo Brasil. 

"As universidades e instituições de pesquisa daqui deveriam chamar mais recursos humanos da Europa para atuar no País. Os benefícios desse intercâmbio são múltiplos, desde a troca de experiências e conhecimento, até a intensificação da rede de contato e colaborativa, bem como a realização de atividades de divulgação científica dentro de suas instituições de ensino e pesquisa", ressalta Elisa. 

Segundo a assessora internacional, os poucos pesquisadores que vivenciaram o intercâmbio científico financiado pelo MSCA Fellowships vieram da Itália, Portugal, Espanha, Reino Unido e França. A história explica em parte essa realidade. A aproximação cultural, em função da forte imigração de italianos e espanhóis, e a língua, caso português, motivam a vinda para o Brasil. Outra explicação por trás da estatística relaciona-se com os laços que os brasileiros fazem no exterior. Isso porque, na lista dos destinos mais procurados pelos pesquisadores daqui estão os mesmos países: Itália, Reino Unido, Espanha, França e Portugal, nesta ordem de preferência.

Aos brasileiros interessados em convocar pesquisadores da Europa ou de países associados à UE para uma estadia acadêmica no Brasil, o MSCA está com inscrições abertas para o edital Global Fellowships deste anoaté o dia 14 de setembro. Após o contato informal entre pesquisadores, caberá ao cientista estrangeiro, junto a sua instituição de origem, apresentar um projeto identificando a instituição acadêmica ou não acadêmica de interesse para o intercâmbio no Brasil. Está prevista uma nova oferta de apoio da União Europeia nesta linha do MSCA Global Fellowships em 2017. 

Além dos 28 países que integram a União Europeia, há ainda mais 15 associados que também podem ser convidados para o intercâmbio intelectual. Na lista estão Albânia, Bósnia Herzegovina, Ilhas Faroe, Macedônia, Geórgia, Islândia, Israel, Moldávia, Montenegro, Noruega, Sérvia, Suíça, Turquia, Tunísia e Ucrânia. Mais informações sobre esta linha de apoio e as demais que compõem o programa MSCA estão disponíveis nos links: http://ec.europa.eu/research/participants/portal/desktop/en/opportunities/h2020/topics/2226-msca-if-2016.html e no ec.europa.eu/euraxess. Para assistência e orientações ligadas ao edital, a assessora internacional Elisa Novato está disponível através do e-mail: horizonte2020@confap.org.br

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