O seu browser não suporta Javascript!
Você está em: Página Inicial > Comunicação > Arquivo de Notícias > Incubadora oferece apoio a empreendedores fluminenses*
Publicado em: 16/11/2017
ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br

Incubadora oferece apoio a empreendedores fluminenses*

Vilma Homero

Com treinamento apropriado, as chances de sucesso de
empresa recém-criada aumentam (Fotos: Divulgação)

As estatísticas não negam: grande número das micro e pequenas empresas que surgem no mercado não sobrevive ao primeiro ano de existência. Em muitos casos, o que terminou sendo uma aventura malsucedida poderia ter tido um percurso diferente a partir de um assessoramento especializado. É esse o papel que desempenha uma incubadora de empresas. Com esse suporte, 80% das empresas recém-criadas contrariam as estatísticas, que, não sem razão, semeiam o pessimismo, e sobrevivem a seu primeiro ano de vida.

“Quando se observa o universo dos empreendimentos incubados, vemos que a taxa de mortalidade é bem menor do que a das empresas comuns. Isso acontece por uma maior profissionalização do empreendimento”, explica Henrique Martins Rocha, coordenador acadêmico da Incubadora de Empresas Sul Fluminense da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

O que separa uma iniciativa da outra é, como também admite o próprio Rocha, a enorme lacuna de conhecimento sobre o processo de incubação.  “Às vezes, percebe-se claramente que o empreendedor se lança sozinho no mercado por não saber sobre a possibilidade de contar com o assessoramento de uma incubadora. Infelizmente, o conceito de incubação ainda não é conhecido do grande público”, fala.

Com localização geográfica privilegiada, a incubadora Sul Fluminense ocupa edificação dentro do campus regional da Uerj, em Resende. A cidade está situada no Vale do Paraíba do Sul, que abrange os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e envolve, em um raio de 100 km, um total de 1,5 milhão de habitantes e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Localizada às margens da rodovia Presidente Dutra, eixo rodoviário de interligação com dois dos principais centros consumidores do País, é uma rara iniciativa de incubação de empresas no Vale Sul fluminense, o que a torna uma importante ferramenta de desenvolvimento econômico e social local.

“Com base tecnológica, a incubadora é orientada para o desenvolvimento local e setorial, tem estratégia de trabalho voltada à excelente oportunidade de incrementar ou criar empresas fornecedoras que agreguem tecnologia e inovação à cadeia produtiva da região, assim como para o desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais [APLs], viabilizando a solução de gargalos e o preenchimento de lacunas, por meio de produtos, serviços ou processos das empresas inovadoras”, explica Rocha.

Ele acrescenta que a incubadora convive com um expressivo e diversificado parque industrial, apoiado por infraestrutura, energia elétrica abundante, meios modernos de comunicação, gás natural e porto seco. “A região ainda conta com a vantagem de ser turística, o que acresce índices positivos ao ambiente e à qualidade de vida. Portanto, a inserção física da incubadora no polo industrial da região Sul Fluminense contribui para o sucesso de sua estratégia de trabalho.”

A região concentrava, em 2014, montadoras de veículos pesados, como as fábricas da MAN Latin America, PSA Peugeot Citroën, Nissan, Hyundai, todas elas produzindo linhas de carros, caminhões, ônibus, empilhadeiras e retroescavadeiras. “Podemos dizer que essa concentração gerava benefícios, facilitando aspectos logísticos e criando um conhecimento específico, que atraía mão de obra especializada. O fato de a Uerj estar na região facilitava a contratação dos alunos, desde a fase de estágio à colocação de profissionais já maduros no mercado, assim como a geração de Spin-offs  e Start-ups”, exemplifica Rocha. Start-ups e Spin-offs, termos oriundos do inglês, que ganharam força com o boom da Internet nos anos 1990, são utilizados para definir a criação de empresas destinadas a explorar novos produtos ou serviços de base tecnológica ou inovadora. Não há, contudo, consenso sobre as diferenças entre elas. Para alguns autores, quando se trata de empresas nascidas no meio acadêmico, as Spin-offs se diferenciariam das primeiras por atribuírem maior destaque ao conhecimento desenvolvido em instituições de ensino e pesquisa públicas.

Luiz Henrique afirma que a Incubadora Sul Fluminense 
treinou 2.000 empreendedores entre 2010 e 2017

As potencialidades regionais terminavam sendo os segmentos prioritários de atuação da Sul Fluminense, ou seja, os setores metalomecânico, químico, automotivo, siderúrgico, nuclear, turístico, ambiental e logístico, não excluindo, em seu processo seletivo, projetos inovadores e intensivos em capital intelectual e tecnologia em todas as áreas do conhecimento. “A incubadora promove, regularmente, editais de seleção, abrindo oportunidades de ingresso nas modalidades de pré-incubação, para pessoa física; incubação, para pessoa jurídica; e associação, para pessoa jurídica, setor de desenvolvimento e pesquisa de empresa existente.

Associada à Rede Estadual de Incubadoras (Redetec/Reinc) e à Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), a incubadora conta com o apoio da Fundação, notadamente por meio do Programa Apoio a Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica. “A FAPERJ tem tido importantíssimo papel nessa evolução. O apoio de seus editais propiciou a estruturação física necessária ao início de nossa operacionalização e triplicou nossa capacidade de receber empreendimentos”, anima-se Rocha. Com salas individualizadas para empreendedores residentes, espaços compartilhados, administrativos e de serviços, a infraestrutura atual permite que ali se dê início a uma estratégia planejada, dinamizando seus espaços voltados à prestação de serviços.

Ao mesmo tempo em que viu, em 2014, o aquecimento da atividade econômica na região, a incubadora, que vinha conseguindo lançar editais mais ou menos a cada dois anos, também acompanhava o crescimento da demanda por seu assessoramento nos últimos anos. “Para gerar empreendimentos inovadores, a Sul Fluminense caminhava para se tornar referência regional na difusão do empreendedorismo. Nesse sentido, o apoio da FAPERJ possibilitou, até 2017, a sensibilização e qualificação de cultura empreendedora a cerca de 2.000 pessoas em workshops, cursos e palestras, voltados tanto para alunos de graduação e pós-graduação da Uerj, quanto para a sociedade em geral, sejam empresas ou empreendedores”, relata.

Segundo Rocha, o expressivo aquecimento da atividade econômica na região, à época, impulsionou a necessidade de evolução da incubadora e, consequentemente, a dinamização de espaços voltados à prestação de serviços. “Chegamos a promover uma expansão física de nossas dependências para poder atender um maior número de empresas e ampliar a divulgação do nosso trabalho. Expandimos nossa infraestrutura e criamos um espaço com recursos tecnológicos para treinamento e capacitação”, detalha. Em 2014, a incubadora abrigava duas empresas incubadas: Quanta – Química Engenharia e Acqua Mundo Projeto Indústria e Comércio Ltda.; duas empresas associadas: Instituto Carmen Aurora (ICA) e VWA Consultoria Ambiental; e um projeto pré-incubado, a City Car.   

Mas o aquecimento econômico da época, com a crise, cedeu lugar à recessão dos anos seguintes. "Por conta disso, algumas empresas citadas como incubadas e associadas não mantiveram o vínculo. Atualmente, em 2017, mantemos duas empresas pré-incubadas: uma de tecnologia da informação, que criou um aplicativo para o controle de estoques em estabelecimentos comerciais; e outra que desenvolve um veículo alternativo voltado para a mobilidade urbana e eficiência energética", admite Rocha. E complementa: "Apesar da atual conjuntura econômica, ver que treinamos cerca de 2000 empreendedores nesses três anos nos mostra que fizemos um bom trabalho."

*Reportagem originalmente publicada em Rio Pesquisa, Ano VII, Nº 28 (Setembro de 2014)

Compartilhar: Compartilhar no FaceBook Tweetar Email
  FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Av. Erasmo Braga 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.020-000 - Tel: (21) 2333-2000 - Fax: (21) 2332-6611

Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes