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Publicado em: 19/01/2006
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Lingüistas e neurocientistas falando a mesma língua

Encontro de sintaxe e neurociênciaOs passarinhos crescem na floresta ouvindo os cantos de diversas aves, mas reproduzem apenas o da sua própria espécie. As formigas aprendem o caminho do formigueiro à sua comida e da comida ao formigueiro. Se tiradas de sua rota de retorno, caminham na mesma reta que as levaria de volta a casa. As abelhas são dotadas de uma capacidade de orientação excepcional, baseada na posição do Sol. Através de uma espécie de dança, em círculos ou em forma de oito, elas indicam às companheiras da colméia a direção da fonte de alimento em relação ao Sol, mesmo em dias nublados. O canto dos pássaros, o caminho das formigas e a dança solar das abelhas são saberes inatos, adquiridos geneticamente.

 

O cérebro abriga um conjunto de sub-sistemas tarefa-específicos, parcialmente determinados geneticamente e parcialmente formatados pela experiência. Assim como nos bichos, a cognição humana é uma capacidade inata. A mente é composta por módulos cognitivos que permitem aprendizados específicos. Um conjunto de módulos cerebrais é responsável pela capacidade de linguagem, isto é, a conversão de pensamento em som.

 

O avanço das pesquisas em neurociências e em lingüística trouxe descobertas que levaram a uma aproximação entre estas duas áreas da ciência. Esta interdisciplinaridade norteou os debates do Primeiro Encontro Maryland-UFRJ de Sintaxe e Neurociência da Linguagem, realizado de 9 a 13 de janeiro, na Faculdade de Letras da UFRJ, na Ilha do Fundão. Organizado pela lingüista Miriam Lemle, que recebe apoio do edital Cientistas do Nosso Estado, da FAPERJ, o encontro reuniu especialistas brasileiros e da Universidade de Maryland, nos EUA, além de alunos de graduação e pós-graduação interessados nesta linha de pesquisa.

 

Em sua conferência, Lemle afirmou que há cerca de 50 anos lingüistas vêm desenvolvendo pesquisas de aquisição de linguagem sob um olhar modular. De acordo com ela, o conhecimento da língua é determinado por um subconjunto de módulos cerebrais com tarefas distribuídas e interligadas. Parte da gramática das línguas é aprendida a partir de uma capacidade inata, e outra parte – as regras que variam de uma língua para outra - pela experiência.

 

“Entre os princípios gramaticais inatos estão os mecanismos de subordinação e concordância, como plural/singular e masculino/feminino, e peças de vocabulário como os pronomes, como “ele”. Já outros recursos lingüísticos são parâmetros aprendidos a partir da experiência. É o caso do sujeito nulo, aceito em algumas línguas e em outras não”, exemplificou.

 

Na sua pesquisa intitulada “Neurofisiologia da linguagem”, a lingüista dedica-se a investigar os mecanismos e processos cerebrais que efetuam as determinadas computações lingüísticas. Para isso, ela conta com a colaboração de Antônio Fernando Catelli Infantosi, do Programa de Engenharia Biomédica da Coppe/UFRJ, que utiliza a eletrencefalografia e outras ferramentas tecnológicas de captação e análise da atividade elétrica cerebral em experimentos sobre cognição. Infantosi apresentou ao público aspectos da neurofisiologia relacionados à geração de atividade bioelétrica cortical em resposta à estimulação lingüística e discutiu a análise estatística dos resultados.

 

Mais informações no Laboratório CLIPSEN (Computações lingüísticas, psicolingüística e neurofisiologia): www.letras.ufrj.br/clipsen/

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