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Publicado em: 16/07/2004
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Comportamento

COMPORTAMENTO
Mulheres, lares e mercado de trabalho
Pesquisa busca avaliar o impacto da presença feminina no ambiente profissional

 

Cada vez mais presente em capas de revistas internacionais, a mulher brasileira pode projetar imagem de emancipação e autoconfiança. Em ‘casa’, no entanto, ela ainda enfrenta obstáculos quando o assunto é a participação no mercado de trabalho e a responsabilidade pelas tarefas domésticas. É o que revelou pesquisa inédita realizada no país pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pelo Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj), com apoio da FAPERJ. Segundo o estudo, o comportamento das mulheres no país vem contribuindo para acelerar um processo que levaria, de médio a longo prazo, à igualdade de gênero. A pesquisa revelou, também, que ao contrário dos homens, elas estariam dispostas até a renunciar ao altar para avançar no campo profissional, meio em que os homens vêm perdendo terreno, mas no qual ainda mantêm a hegemonia de cargos e funções de prestígio e poder.

 

Coordenado pelo International Social Survey Programme, o levantamento é parte de um estudo conduzido em 38 países e que ouviu 2 mil mulheres e homens no Brasil. O objetivo central da pesquisa foi analisar o impacto da presença da mulher no mercado de trabalho e em que medida isso afeta a organização familiar. “É a primeira que se faz uma pesquisa tão ampla sobre o assunto no país”, afirma Clara Maria Araújo, uma das coordenadoras da pesquisa. “Até então, apenas o IBGE havia coletado alguns dados sobre o assunto, mas insuficientes para traçar um quadro mais nítido do tema", esclarece a pesquisadora da Uerj.

 

Uma primeira análise dos questionários e das entrevistas revelou um enfraquecimento dos conceitos tradicionais na sociedade brasileira com relação, por exemplo, ao papel da mulher e à importância do casamento. O aumento gradual do número de divórcios con-firmaria essa tendência. “Os dados coletados com a pesquisa não corroboram a idéia, muito disseminada nos últimos anos, de que as mulheres aspirariam a um retorno ao lar e à função de mãe de família”, diz a pesquisadora. Ela lembra que apenas 44% das entrevistadas afirmaram considerar as mulheres casadas mais felizes do que as solteiras. Já entre os homens, 57% acreditam que os homens casados sejam mais afortunados. Mas quais seriam as razões para tamanha desarmonia de opiniões?

 

Chefes de família

 

Segundo dados do IBGE, hoje as mulheres representam praticamente metade da população economicamente ativa do país e chefiam uma em cada quatro famílias. O esvaziamento do modelo de homem provedor ajudaria a explicar parte dessa dissonância em relação ao matrimônio. Sem a necessidade de contar com a ajuda financeira do cônjuge ou parceiro, elas parecem cada vez menos dispostas a dobrar o expediente de trabalho, acumulando as tarefas domés-ticas. “As mulheres permanecem como as grandes responsáveis pelo trabalho doméstico e, não raro, acabam usando as horas de lazer para se ocupar do ‘outro’, seja ele o parceiro, os filhos ou a sogra”, conta Clara.

 

Os dados levantados pela pesquisa foram debatidos em seminário realizado em abril, na Uerj. Até o início de 2005, a socióloga da Uerj espera publicar os resultados da pesquisa em livro, com a ajuda que recebeu da FAPERJ.  A pes-quisadora pretende, ainda, fazer um estudo comparativo considerando outros seis países – México, Chile, Espanha, Portugal, Suécia e Estados Unidos – que participaram da pesquisa e espera, até o fim do ano, reunir representantes desses países para um seminário internacional, provavelmente no Rio de Janeiro.

 

 

Panoramas sobre mulheres no Brasil e no mundo

Perfil das mulheres responsáveis pelos domicílios no Brasil 2000, segundo o IBGE

 

Pesquisas consolidadas pela ONU sobre as mulheres no mundo:
Women Watch
Estatísticas do Women Watch
Documentos sobre mulheres no mundo apresentados do World Summit de 2002

 

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