Vinicius Zepeda
Vinicius Zepeda |
Luísa Massarani falou sobre projetos de divulgação científica |
Marcelo Knobell apresentou as atividades desenvolvidas no Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, como o Oficina-Desafio, que consiste em um caminhão equipado com artefatos usados por participantes para solucionar os desafios científicos. O caminhão visita escolas que inscrevem alunos para a tarefa que, dependendo do grau de dificuldade, pode levar um curto período (pequenos desafios) ou até meses (grandes desafios). Outro projeto, o Nanoaventura, é uma exposição itinerante e interativa de ciências, em que vídeos, atores, músicas e jogos eletrônicos ensinam, de maneira lúdica, conceitos de nanociência e nanotecnologia - áreas que vislumbram o que está em escala nanométrica, não visível a olho nu.
"Diferentemente dos museus expositores tradicionais, os museus virtuais de ciências não são só conteúdo; eles consistem principalmente em um estímulo à curiosidade. Neles, o público é incentivado a participar, interagir com várias dinâmicas através de jogos, simulações e desafios", explicou Knobell. "Estes novos espaços invertem o papel tradicional dos museus, onde o adulto leva e ensina as crianças. Graças aos jogos, atividades interativas e uso de computadores, as crianças é que ensinam os adultos, que têm dificuldade em entender as novas tecnologias e recursos disponíveis", acrescentou o pesquisador.
Após a apresentação de Knobell, foi a vez de Luísa Massarani falar sobre a adaptação de projetos de divulgação científica na Europa, Estados Unidos e Austrália, como o Café e o Pub Científico, locais usados para encontros em que se debatem temas científicos em voga na atualidade. "Já realizamos três tipos de eventos que foram sucesso absoluto, com lotação esgotada: o Cachaça Científica e o Chopp Científico - que reuniram, dentro da atmosfera de uma conversa informal de botequim, pesquisadores, atores e poetas para falar dos aspectos científicos, riscos e benefícios das substâncias presentes nestas bebidas. No Cozinha Científica, houve duas versões, uma para adultos e outra para crianças, em que se falava sobre a ciência por trás da preparação de certos pratos", explicou.
Após as apresentações, foi aberto espaço para debates com o público. Gerlinde Teixeira, médica, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenadora do Espaço Ciência da universidade, lembrou a importância de se estimular o gosto pela ciência entre os jovens e mencionou o programa Jovens Talentos, parceria entre Fiocruz, Cecierj e FAPERJ, que seleciona estudantes do ensino médio/técnico da rede pública, interessados em ciência, para atuar em pesquisa. O objetivo é desmistificar e difundir a ciência e identificar novos quadros.
"Atualmente, coordeno um grupo de 10 jovens estudantes de segundo grau que, duas vezes por semana, sempre à tarde, desenvolvem atividades no meu laboratório. Destes, oito são bolsistas Jovens Talentos (JTs). Desde 2000 tenho estudantes desse programa, que é maravilhoso e deve ser incentivado. De todos os JTs que passaram pela minha orientação, apenas dois não ingressaram na universidade, mas já estão encaminhados no mercado de trabalho", concluiu a médica.
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