Divulgação Cartaz do filme Se eu fosse você,
Vinicius Zepeda
maior bilheteria nacional de 2006
Marido e mulher são atingidos por um fenômeno e trocam literalmente de corpos. A consciência de Cláudio migra para o corpo de Helena e vice-versa. Como resultado, um assume a vida do outro. A história descrita acima foi a maior bilheteria do cinema nacional de 2006, com 3,6 milhões de espectadores. Na ficção da comédia romântica Se eu fosse você, com Tony Ramos e Glória Pires, tudo volta ao normal e acaba bem. Já na realidade, o final nem sempre é feliz. A transexualidade caracteriza-se quando existe a identidade sexual masculina em corpo feminino ou o contrário. O assunto ainda é tabu e mal compreendido na maioria dos países. Aos poucos, contudo, o preconceito vai se desfazendo. Hoje, uma vez comprovada por especialistas a genuína convicção de um indivíduo de pertencer ao sexo oposto, já é possível operar a mudança de sexo passando pela mesa de cirurgia. Como se as dificuldades da operação e os constrangimentos não bastassem, os transexuais enfrentam ainda outro problema: a falta de legislação no país sobre o tema. Pensando nisso, os alunos de Direito da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) Koichi Kameda e Paulo Bianco decidiram se debruçar sobre o tema, com o apoio da FAPERJ.
"A idéia nasceu durante uma aula na universidade que abordava a questão de direito à personalidade. Naquele momento, entre as dúvidas que pairavam sobre nós, ficou a dúvida principal: como fica o registro civil de um transexual após a cirurgia? Continua com o nome do sexo antigo?", conta Bianco. "Naquele dia, percebemos em nossa própria classe o preconceito e a resistência em debater o assunto. E isto entre universitários...", se surpreende Kameda. Após a aula, os estudantes procuraram a professora Heloísa Helena Barboza, que acabou concordando em orientá-los em trabalho de iniciação científica sobre a questão.
| Vinicius Zepeda |
|
| Paulo Bianco (à esq.) e Koichi Kameda estudam a legislação brasileira acerca do transexualismo |
Koichi Kameda e Paulo Bianco, que cursam o sexto período do curso de Direito, já pesquisam o assunto há seis meses. O prazo para conclusão do trabalho é de dois anos. Após a graduação em Direito, eles esperam seguir a carreira de pesquisador. "Este trabalho está sendo muito útil para aprendermos como realizar pesquisas acadêmicas. No futuro, espero aprofundar estudos em biodireito, área em que se insere a questão da transexualidade", diz Kameda. O caminho de Bianco aponta em outras direções. "Já no meu caso, espero continuar a estudar questões relativas do direito ao uso do corpo. Assim, além do transexualismo, pesquisaria, por exemplo, a questão da body-modification – pessoas que fazem alterações por uso de adornos e em alguns casos até cirurgias para modificar o próprio corpo", conclui.
FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de JaneiroPágina Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes