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Publicado em: 02/08/2007
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Equipamento permite energia de qualidade e econômica no campo

Vinicius Zepeda

                                     Vinicius Zepeda

   

   Gilson dos Santos Jr. (à esq.) e Robson Dias,
      sócios da Eneltec, apresentam o Monotri

A eletrificação de vilas, povoados e cidades de pequeno porte do interior do país, onde constantes variações e quedas de energia trazem, além de prejuízos econômicos, transtornos diversos para a população, poderá em breve ganhar um aliado em favor da estabilidade no fornecimento de energia. Batizado de Monotri (Conversor Monofásico-Trifásico para Áreas Rurais) por seus inventores, o equipamento transforma a energia monofásica, instável e de baixa qualidade que chega às zonas rurais, em energia trifásica, regulada (estável) e de alta qualidade, semelhante àquela oferecida pelas companhias nos grandes centros. O Monotri foi desenvolvido pela Coppe/UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) em parceria com a Ampla, concessionária distribuidora de energia elétrica para o Estado do Rio de Janeiro, e a Eneltec, empresa incubada na Coppe/UFRJ. "Além do benefício de oferecer uma energia que criará melhores condições às atividades ligadas ao trabalho no campo, o produto é inédito no Brasil e no mundo", garante o engenheiro elétrico e mestre em Engenharia pela UFRJ Gilson Ferreira dos Santos Júnior, um dos quatro sócios diretores da Eneltec.

O desenvolvimento do equipamento conta com o apoio do edital Rio Inovação II, uma parceria da FAPERJ com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia). De acordo com seus idealizadores, seu funcionamento é extremamente simples: instalado no poste junto ao transformador, o equipamento recebe a energia monofásica, que antes era distribuída diretamente às residências rurais, e a transforma em trifásica. Tudo isso é controlado por um microprocessador, o cérebro do Monotri. "A energia que hoje chega ao campo é distribuída pelas concessionárias que atendem ao programa Luz Para Todos, instituído pelo governo federal para a universalização da eletricidade. No entanto, os custos de investimento em redes de alta qualidade não são atrativos para essas empresas, o que acaba conduzindo à utilização da energia monofásica para cumprir o programa governamental", explica Gilson.

Equipamento poderá contribuir para evitar êxodo rural

Segundo o engenheiro, a energia que chega atualmente ao campo não raro impede empresários e agricultores de investir na compra de máquinas e equipamentos de alta performance que permitiriam um aumento dos números da produção em fazendas e empreendimentos rurais. O que soa como um evento localizado acaba tendo conseqüências mais extensas: trabalhadores rurais migram em busca de melhores oportunidades de trabalho, aumentando as populações situadas nas periferias das cidades grandes. A baixa qualidade da energia disponibilizada no interior também prejudica as próprias concessionárias, obrigadas a constantes gastos com manutenção e reparos da rede elétrica. "Com o Monotri, o trabalhador rural terá acesso a uma energia de alta qualidade e estável, semelhante à encontrada nos grandes centros. Sua utilização poderá contribuir para evitar que lavradores abandonem o campo. Além disso, as concessionárias também serão beneficiadas com um menor custo de manutenção da rede elétrica nesses locais", diz.

   Vinicius Zepeda 
      
  O "cérebro" do Monotri: microprocessador
  transforma a energia monofásica em trifásica

O engenheiro esclarece que em cidades de pequeno porte que passam por um processo de desenvolvimento e que possuem rede de energia elétrica monofásica com alcance de 15 quilômetros ou mais, acaba sendo mais econômico para as concessionárias investir na aquisição de um Monotri do que trocar toda a rede monofásica pela trifásica. "Outra vantagem do Monotri sobre a rede trifásica é sua capacidade de funcionar como estabilizador de energia", acrescenta.

Estima-se que uma unidade do produto seja capaz de suprir energia, em média, a 20 residências rurais, embora esse número possa variar de acordo com a quantidade de aparelhos elétricos utilizados por uma mesma propriedade e também pelas dimensões do terreno ocupado. Sua utilização no meio rural, de qualquer forma, serve tanto para garantir o bom funcionamento de equipamentos residenciais quanto para picadeiras, irrigadores, aquecedores, bombas, ordenhadeiras mecânicas e misturadores de ração. Um protótipo industrial está em fase de finalização. E até o fim de 2007, depois de testado, um lote experimental deverá estar pronto para uso, com as certificações para a comercialização do Monotri já obtidas junto aos órgãos responsáveis. A estimativa é de que no começo de 2008 o produto esteja disponível no mercado.

Gilson Ferreira dos Santos Júnior lembra que o equipamento é destinado à comercialização em países com grandes áreas rurais. "Em 2005, depois de participarmos de um congresso internacional de tecnologia para o campo, realizado no Rio de Janeiro, empresas brasileiras que conhecem o mercado de negócios no interior da China se interessaram pelo Monotri. Em 2008, esperamos não só contribuir para o desenvolvimento das atividades ligadas ao campo no Brasil, como também exportar o produto para países com grandes áreas rurais, como é o caso da China", conclui.

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