Vinicius Zepeda
Divulgação |
Análise em microscópio de biocerâmicas porosas (partes brancas) em células de medula óssea em um dia e após 14 dias (à direita) |
Um mês antes da nomeação de Prado da Silva para a presidência da ISCM, a FAPERJ já o havia contemplado no edital de Apoio às instituições de Pesquisa Sediadas no Estado do Rio de Janeiro. O programa da Fundação apóia a aquisição e manutenção de equipamentos, bem como a realização de obras de infra-estrutura para a execução de projetos em diferentes áreas da ciência e tecnologia estabelecidas no Estado. “Com o projeto Desenvolvimento de Cerâmicas Avançadas, o Laboratório de Cerâmicas do IME, terá suas instalações adaptadas para o desenvolvimento de produtos como as biocerâmicas e as cerâmicas para blindagem balística”, explica o pesquisador.
Marcelo Prado da Silva e um pequeno grupo de pesquisadores já desenvolviam pesquisas em biocerâmicas no IME. Entretanto, dependiam bastante da colaboração do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas). “Com a reforma e adequação do nosso laboratório, teremos condições de manter a colaboração de forma mais equilibrada e incentivar mais as pesquisas nesta área com nossos alunos”, afirma. “Agora, além de pesquisas com cerâmicas para a blindagem balística, este espaço definitivamente abrangerá maior número de pesquisas com a inclusão de mais trabalhos na área de cerâmicas em medicina”, acrescenta Prado da Silva.
Segundo o engenheiro metalúrgico e professor do IME, o trabalho que sua equipe vem desenvolvendo em parceria com o CBPF consiste em descobrir materiais cerâmicos de composição química e semelhante aos ossos para serem usados como enxertos que possibilitem o crescimento ósseo. “Outra aplicação que realizamos é de recobrimentos biocerâmicos
Nomeação para ISCM surgiu após aprovação de Congresso no Brasil
Além de engenheiro metalúrgico formado pela UFRJ, Marcelo Prado da Silva é mestre em metalurgia pela Coppe/UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-graduação em Engenharia da UFRJ), realizou doutorado e pós-doutorado em biocerâmicas na Europa. Durante os anos de 1997 e 1998, quando realizou parte de seu doutorado na Universidade de Londres, conheceu o congresso Bioceramics. Foi em 1998 que participou pela primeira vez e desde então tem procurado freqüentar assiduamente o evento, que ocorre anualmente em sistema de rodízio entre Europa, América e Ásia.
Em 2003 propôs à sua ex-orientadora inglesa a possibilidade de um evento Bioceramics no Brasil. A idéia era ter a professora titular da Universidade de Campinas (Unicamp), Cecília Zavaglia, como principal organizadora do encontro. Em 2005, durante a 18 edição do Bioceramics, realizada no Japão, Prado da Silva apresentou oficialmente a proposta de realizar o evento no Brasil. “Nossa proposta saiu vencedora. Entretanto, como o evento se realiza em sistema de rodízio, somente no ano de 2008 ela seria realizada no Brasil”, recorda.
Segundo Prado da Silva, a realização do congresso no Brasil significa o reconhecimento de que a pesquisa na área vem crescendo e produzindo trabalhos de alto valor científico. Ele afirma que o reconhecimento internacional do trabalho desenvolvido no país não fica nada a dever a Europa e Estados Unidos. “Inclusive na 16 edição do Bioceramics um trabalho do grupo da professora Marivalda Pereira, da UFMG (co-chair do Bioceramics 21) foi premiado. Ano passado, durante o 4 Congresso Latino-Americano de Biomateriais um trabalho desenvolvido por pesquisadores do Rio de Janeiro foi premiado. No âmbito da colaboração com o CBPF, já temos um pedido de patente nacional e internacional para biocerâmicas porosas para regeneração óssea e engenharia de tecidos, e já tenho uma patente nacional de novas biocerâmicas à base de óxido de nióbio e óxido de tântalo“, conclui o pesquisador.
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