Divulgação/Inspector Engenharia |
O Rio produz 8 mil toneladas/dia de resíduos: |
Agravando esse cenário, em países em desenvolvimento, o problema se acentua pela ausência ou insuficiência de uma estrutura capaz de dar conta dos resíduos criados, devido à falta ou mal direcionamento de recursos financeiros para estudos de soluções locais eficazes e pela carência de recursos humanos capacitados. Como resultado, no Brasil, mais de 80% dos municípios lançam cotidianamente lixo em cursos d’água e áreas a céu aberto ou de proteção ambiental, o que evidencia a má gestão do lixo.
Pensando formas de reverter esse quadro, o evento discute os temas apresentados no Simpósio Internacional de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, que aconteceu na Sardenha, Itália, em 2007, com três objetivos importantes: possibilitar um fórum de debates e a troca de informações no contexto de busca de tecnologias alternativas em gestão de resíduos sólidos; divulgar as experiências empregadas no tratamento e disposição de resíduos sólidos no Brasil e em outros países; permitir o conhecimento de equipamentos e tecnologias relativas a resíduos, monitoramento, fechamento de áreas de disposição, reciclagem/reuso de resíduos/rejeitos, etc.
Divulgação/CTRNI |
Catadores no antigo lixão da Marambaia, |
Entre as alternativas que podem substituir os aterros sanitários, ele cita duas: o processo térmico, que promove a incineração dos resíduos, cuja queima é aproveitada para a geração de energia e as cinzas resultantes, já inertizadas, podem ser empregadas como mais uma matéria-prima que pode ser incorporada à indústria de cimento, na pavimentação e na produção de cimento e blocos para a construção civil por exemplo. Para tanto, em vez da construção de novos aterros, seria necessária a implantação de grandes incineradores. "O processo térmico também é indicado para dar fim a resíduos hospitalares, em que os riscos de contaminação acrescentam mais uma questão a ser resolvida", acrescenta Mahler.
Já o processo mecânico-biológico pode aproveitar as instalações dos aterros de forma geral. Diversos procedimentos podem ser incorporados nas etapas de separação e trituração de resíduos, sendo relevante um monitoramento do processo de degradação da matéria orgânica em decomposição, com injeções de oxigênio e chorume sempre que necessário. Nesse método, o gás metano resultante da decomposição de matéria orgânica, quando do uso de fermentação também pode ser aproveitado para geração de energia. "Ambas as alternativas já vêm sendo praticadas na Alemanha, que tem repassado a experiência a outros países da União Européia", comenta Mahler.
Diuvulgação/Inspector Engenharia |
Em vez de jogado em valas, dejeto poderia ser aproveitado na queima e geração de energia |
"Entre vários trabalhos interessantes, o do professor italiano Raffaello Cossu aborda a questão do aproveitamento dos gases metano, enquanto o da engenheira Elizabeth Ritter, da Uerj, que também é Jovem Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, discorre sobre transporte por difusão linear em aterro sanitário", cita Mahler. Também despertam interesse as apresentações de Juliana Rose, bolsista Nota 10 da FAPERJ, sobre oxidação de metano em aterros de resíduos, e do engenheiro Ronaldo Izzo sobre o uso de resíduos pré-tratados mecânica e biologicamente na construção de barreiras capilares. As bolsistas de Iniciação Científica da FAPERJ, Paola Lindman e Caroline van Onselen, também vêm participando ativamente destas pesquisas.
Na programação do simpósio, o aproveitamento de resíduos para geração de energia e créditos de carbono será objeto de debate com a presença do engenheiro Ricardo Menezes, do grupo Kompac, da engenheira Adriana Felippeto, do grupo NovaGerar, e do engenheiro Marco A. B. Gonçalves, da Caenge Ambiental, contratada pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) para operar e manter o Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, em Caxias. As discussões passam ainda pelas tecnologias de tratamento e disposição de resíduos urbanos, de que participam o professor da Coppe/UFRJ, o diretor de Administração e Finanças da FAPERJ, Cláudio Mahler, e Luis Diaz, diretor e fundador da empresa Call Recovery, e editor da revista internacional Waste Management, além dos professores Raffaello Cossu, da Universidade de Padova, na Itália, e Sergio Reyez, da Argentina.
Luis Diaz e Raffaello Cossu, os organizadores do Simpósio Internacional de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, na Sardenha, em 2007, já começam a promover o próximo encontro, que deverá acontecer em 2009, no mesmo local. Trata-se do maior evento mundial relativo a tratamento, gerenciamento e disposição de resíduos sólidos, de que costumam participar mais de mil especialistas de todo o mundo.
Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes