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Publicado em: 09/10/2008
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Búzios sedia congresso sobre transplante de fígado, pâncreas e intestino


No Hospital Geral de Bonsucesso (HGB), o trabalho pós-operatório de enfermeiros e psicólogos junto a familiares de adictos de álcool que tiveram o fígado transplantado tem se mostrado bastante eficaz na prevenção da volta do consumo abusivo do álcool após o procedimento cirúrgico. “Segundo as estatísticas que temos, em até 30% dos casos, a doença do alcoolismo volta a acometer o paciente, o que acaba sendo uma séria ameaça à eficácia do procedimento e à saúde desses transplantados. Daí, a importância do acompanhamento que temos feito”, afirma José Manoel da Silva Gomes Martinho, médico da equipe de transplantes do HGB, pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF) e um dos organizadores do 5 Congresso Brasileiro de Transplante de Fígado, Pâncreas e Intestino, evento que conta com o apoio da FAPERJ. O trabalho descrito acima, um exemplo na diminuição da recidiva da doença de base, será um dos inúmeros apresentados no evento, que teve início nesta quinta-feira, 9 de outubro, e se estenderá até o próximo sábado, 11 de outubro, na cidade de Búzios, no litoral fluminense.

No que se refere à questão dos transplantes, o assunto tem chamado a atenção da FAPERJ desde o ano passado, quando foi lançado o edital Apoio à Pesquisa em Transplantes de “rgãos e Tecidos no Estado do Rio de Janeiro. O congresso é mais uma das iniciativas apoiadas pela Fundação nessa área.


A cerimônia de abertura do evento, na noite de quinta-feira, contou com a presença de diversas autoridades, entre elas, o presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques, o presidente do Congresso, Lúcio Pacheco (HGB), o presidente do Sistema Nacional de Transplantes, Abrahão Salomão, o presidente da Associação Brasileira de Transplantes de “rgãos, Valter Duro Garcia, e Hellen Miyamoto, superintendente de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde do Estado, que ocupa, interinamente, a Coordenação da Central Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro. Logo após a cerimônia, o professor Silvano Raia da Universidade de São Paulo, proferiu uma brilhante palestra sobre "Ética no transplante de órgãos", sendo efusivamente aclamado pelos mais de 200 profissionais presentes. Antes da abertura do evento, o professor Jorge Reyes, da divisão de transplante do Centro Médico da Universidade de Washington, Estados Unidos, apresentou a palestra "Doador limítrofe, existe um limite?". Na parte da manhã, um curso pré-congresso para jovens cirurgiões abordou questões relacionadas à retirada de múltiplos órgãos em transplantes. "Espero que o curso sirva de incentivo para que eles conheçam mais esta atividade, extremamente gratificante, afirma o médico do HGB e professor da UFF", José Martinho.

Além do médico americano, o congresso terá como palestrantes internacionais Claus Niemann, da divisão de transplante da Universidade de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos; John O’Grady, da divisão de transplantes do Hospital King’s College, do Reino Unido, e o professor associado da Universidade de Pisa, Itália, Ugo Boggi. Este último apresentará, na manhã de sábado, uma conferência sobre doação de pâncreas. Compartilhando sua experiência como cirurgião geral, com pós-doutorado na área de transplante de pâncreas e de ilhotas pancreáticas, Ruy Garcia Marques presidirá esta sessão. “Trata-se de uma grande oportunidade para o nosso estado sediar este importante evento. Tanto na capital do estado quanto em outras cidades, temos equipes altamente capacitadas para a prática dos transplantes, mas vimos passando por um momento de diminuição acentuada do número de doações de órgãos e, conseqüentemente, de implantes. A FAPERJ está atenta a isso e, na medida do possível, vem estimulando atividades nessa área, colaborando principalmente na recuperação da infra-estrutura para pesquisa em nossos hospitais”, ressaltou Marques. 

 

Outro ponto em destaque será o transplante de fígado no Brasil na era dos modelos internacionais MELD e PELD. “Antigamente, uma fila de pessoas que necessitavam de transplante de órgãos inscritas por ordem cronológica. Hoje, o transplante não é mais feito desta forma. Desde 2006, o Ministério da Saúde passou a realizar o procedimento de acordo com a gravidade do quadro de saúde daquele que necessita da doação. O modelo MELD (Model for End-Stage Liver Disease, da sigla em inglês) é um sistema numérico que quantifica a urgência do transplante de fígado em pessoas com 12 anos ou mais. Já o PELD (Pediatric End-Stage Liver Disease)  é voltado para quantificar a urgência em crianças abaixo de 12 anos”, explica Martinho. “Aqui no estado, todas as cirurgias são centralizadas pelo órgão Rio Transplantes – órgão do governo do estado do Rio de Janeiro, responsável pela centralização das informações e distribuição de doação para todos os hospitais do estado – e realizados de acordo com esses dois novos sistemas de avaliação de gravidade. Em nosso congresso, alguns trabalhos vão avaliar a eficácia dos procedimentos por esse critério, em relação ao antigo, de ordem cronológica”, acrescenta o médico. 

 

A questão dos aspectos técnicos relacionados ao transplante intervivos – que consiste em retirar parte do órgão de um doador vivo –, os cuidados intensivos relacionados ao pré e ao pós-operatório e as novas propostas para diminuir a imunodepressão (diminuição das defesas do organismo ao ataque de outras doenças, comum em transplantados) serão outros temas em destaque no congresso. “No caso do transplante intervivos, o doador é o que primeiramente precisa ser preservado. Estaremos apresentando o que há de mais moderno nas técnicas para diminuir o risco de problemas de saúde para quem faz a doação ainda em vida, o que é um ato de coragem e de extrema generosidade”, explica Martinho.

 

No tocante à diminuição da imunodepressão, o evento propiciará a discussão dos últimos lançamentos em medicamentos que diminuem a rejeição ao órgão transplantado e que levam a menor incidência de efeitos colaterais. “Em relação aos cuidados pré e pós-operatórios, o congresso será extremamente rico, uma vez que apresentará as experiências dos diversos profissionais da equipe: médicos, enfermeiros e psicólogos, dentre outros”, conclui Martinho.

 

A Comissão Organizadora do V Congresso Brasileiro de Transplante de Fígado, Pâncreas e Intestino é composta por: Lúcio Pacheco, do HGB (Presidente), Alexandre Cerqueira da Silva (UFRJ), Elizabeth Balbi (HGB), Glauber Gouvêa (UFRJ e HGB), Jefferson Alves (HGB), José Eduardo Manso (UFRJ), José Manoel Martinho (Uff e HGB), José Marcus Raso Eulálio (UFRJ), Juan Renteria (UFRJ), João Luiz Pereira (HGB) e Marcelo Enne (HGB).

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