Danielle Kiffer
Divulgação/UniRio |
Ata assinada por Heitor Villa-Lobos na época em que era diretor do CNCO |
Originalmente chamado Conservatório Nacional do Canto Orfeônico (CNCO), a instituição foi criada por iniciativa do próprio maestro Villa-Lobos, em 1942, dez anos depois de assumir a direção da Superintendência da Educação Musical e Artística (Sema) das Escolas Públicas do Rio de Janeiro. Somente 25 anos depois, em 1967, o conservatório foi transformado no Instituto Villa-Lobos. “Algum tempo mais tarde, com a desocupação da sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) durante o regime militar, Bárbara Heliodora, que então era diretora da Escola de Teatro, passou a pleitear que a escola passasse a funcionar no prédio vazio. Eles ficaram com o segundo andar e nós, do IVL, ocupamos o térreo da construção na Praia do Flamengo”, lembra Silvio. Segundo o professor, a UniRio foi a primeira universidade do país a oferecer licenciatura em educação musical. “Grande parte da memória da música e das artes cênicas do Rio está concentrada neste patrimônio. A base de toda a nossa tradição em educação musical ficou concentrada aqui”, revela o pesquisador.
Pelo IVL e pela Escola de Teatro já passaram profissionais de fama, como o escritor Paulo Coelho, o compositor Paulinho da Viola e os atores Pedro Paulo Rangel e Marco Nanini, antigos alunos da instituição. “Quando era estudante do IVL, Paulinho da Viola fazia um show por semana nos palcos da faculdade”, conta Silvio. Além de diretora, a crítica de teatro Bárbara Heliodora também foi professora da Escola de Teatro, tal como o cenógrafo, figurinista, diretor e dramaturgo Pernambuco de Oliveira. Documentos, boletins e atas assinadas por eles, além de obras produzidas na universidade, fazem parte do acervo.
A sala do CLA escolhida para abrigar o arquivo passará por ampla reforma. As obras, previstas para iniciar na próxima semana, devem estar concluídas dentro de um ano. De acordo com o professor, a primeira etapa do projeto, que consistiu na organização inicial de milhares de documentos em cerca de 1.500 caixas de arquivos, já foi concluída.
“Para que os documentos fiquem bem conservados, precisamos controlar a umidade e a temperatura locais. Por isso, além de um desumidificador permanente, tivemos que nos preocupar com o piso, que também precisa ser especial. Nossa equipe conversou com os engenheiros do Arquivo Nacional, que nos indicou um piso feito de cimento e granitite fundido, que não acumula poeira e nem transmite umidade” explica. Além disso, a sala contará com uma mesa higienizadora, instrumento que os arquivistas utilizam para limpar constantemente documentos antigos, estantes com mezaninos e computadores para o armazenamento futuro do acervo digitalizado e para consulta.
A universidade já se preparou para a nova estrutura que ainda está por vir. Segundo Silvio, foi criada uma comissão de gestão de documentação, que fixará a política de manejo de todo fundo documental. “Gradualmente, a documentação atual vai sendo transferida para o acervo, juntando-se aos documentos de valor histórico. Todos eles têm grande importância, porque contam a história da universidade aos longo do tempo”, resume.
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