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Publicado em: 19/04/2010
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Fruto similar ao açaí gera renda e empregos

Danielle Kiffer

 Fotos de Divulgação

     

Palmeiras juçara: na Serrinha do Alambari, em terrenos parceiros
do projeto Amável, já foram plantados 70 hectares da espécie

 

Já pensou em um alimento tão saboroso quanto o açaí e ainda mais nutritivo? Pois ele existe, e é proveniente da polpa do fruto da palmeira juçara, quase extinta do território brasileiro devido à intensa exploração para a extração de palmito. O chamado “juçaí” tem propriedades nutricionais semelhantes às do açaí em valores calóricos, com a vantagem de ser 70% mais rico em ferro e com níveis de potássio 63% maiores. Segundo estudo do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), seus teores de antocianina, antioxidante natural, são ainda quatro vezes superiores. Para desenvolver comercialmente o juçaí, o empresário George Braile criou o projeto Amável – a Mata Atlântica Sustentável no parque da Serrinha do Alambari, município de Resende, onde pretende promover a preservação e o repovoamento da juçara e gerar renda para a comunidade local de forma sustentável. O projeto é apoiado pela FAPERJ, por meio do edital Rio Inovação – Difusão e Inovação Tecnológica.

O juçaí foi descoberto por acaso. Em seu sítio, na Serrinha, George Braile começou a observar que jacus e tucanos sempre apareciam em bandos para se alimentar dos frutos da juçara, muito parecidos com o açaí, que rende cerca de 2 mil e 500 frutas por árvore, especialmente entre maio e agosto. “Fiquei instigado com aquilo, colhi alguns frutos e tentei despolpar em alguns equipamentos experimentais. Depois de algumas tentativas pesquisando o processo artesanal de despolpamento do açaí do norte, adotei a mesma metodologia. Foi assim que descobri que já havia alguns projetos em São Paulo e Santa Catarina com a mesma fruta. Visitei praticamente todos os projetos existentes no Brasil para me instruir a respeito de tudo o que pudesse sobre o juçaí”, conta o empresário.

Além de aprender sobre o procedimento correto de colheita e do despolpamento do fruto da juçara, George também passou a conhecer as pesquisas científicas feitas sobre as propriedades nutricionais da fruta. Além do Ital, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), entre outras instituições, comprovaram cientificamente as propriedades nutritivas do fruto da juçara. 

     
Depois de esmagados e peneirados, sobram os rejeitos dos   
frutos da juçara para germinação e o juçaí para consumir

Um projeto piloto já foi montado na Serrinha do Alambari, local onde há uma Área de Proteção Ambiental (APA), que servirá de modelo para expansão do projeto em outros municípios da região do médio Paraíba. “No parque da Serrinha, as florestas de juçara estão sendo reconstituídas. Até já realizamos algumas colheitas para a produção da polpa. Além de difundir uma consciência ecológica, o projeto proporcionará aos moradores da região uma alternativa interessante de renda”, relata George, que afirma que somente as propriedades parceiras do projeto já somam 70 hectares de cultivo de juçara.

De acordo com o empresário, para os habitantes da área, além de ecologicamente correto, é muito mais lucrativa a exploração da juçara para a colheita do fruto do que para a retirada do palmito. “Cada juçara cortada ilegalmente para a venda do palmito rende ao indivíduo, aproximadamente, R$ 6, mas a árvore é derrubada. Já a coleta dos frutos pode render ao colhedor até R$ 8 e ao proprietário da terra onde a juçara está plantada até R$ 2 por árvore. Com a vantagem que a árvore permanece”, quantifica. A venda da polpa para lojas e para a indústria de sucos para exportação pode gerar ainda um maior lucro para produtores e colhedores, ampliando e fortalecendo ainda mais o projeto, que reforça a preservação da juçara, ainda em extinção. “A comunidade já recebeu o treinamento necessário tanto para a execução correta da colheita quanto para o processo de despolpamento”.

O próximo passo do projeto, além da comercialização do produto, é a geração de sementes germinadas para serem distribuídas aos proprietários de fazendas. Isso ajudará na propagação da palmeira. Segundo o empresário, depois de despolpadas, as sementes devem ser colocadas à sombra e regadas diariamente. “Neste primeiro ano, pretendemos gerar cerca de 500 mil sementes. No ano que vem, 2011, pretendemos pular para cinco milhões. Para isso, estamos treinando pessoas interessadas no processo”, conclui.

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