Perla Esteves/Ascom Uenf |
A Uenf adquiriu mais de 700 exemplares, que foram distribuídos entre as quatro bibliotecas da universidade |
Segundo Vanildo, mais da metade dos livros comprados é importada, o que seria inimaginável sem os recursos obtidos por meio do edital da FAPERJ. "Os títulos importados são mais caros, sem falar dos obstáculos da importação", destaca Silveira. Para ele, a escassez de recursos e a exigência de licitação dificultam o processo de aquisição de obras pela maioria das universidades, principalmente as públicas. "Iniciativas dessa magnitude são importantes para garantir a atualização dos acervos bibliográficos das instituições do ensino superior", diz.
Para Silveira, essa aquisição é de grande importância, já que só se desenvolve ciência com qualidade quando os alunos e profissionais têm acesso à informação de ponta, seja em livros de referência ou em artigos científicos. Ele ressalva que, mesmo com a facilidade de buscar conhecimento nos meios virtuais, como o portal de periódicos, é importante manter o patrimônio literário atualizado, porque o conteúdo trazido nos livros é mais prático e melhor absorvido.
No caso da UFF, a ampliação do acervo de livros e outras publicações da Biblioteca Central do Gragoatá, estimado atualmente em 130 mil volumes, com a aquisição das bases bibliográficas digitais JSTOR e a Ebrary, representa uma contribuição para a qualificação de estudantes, pesquisadores e alunos. "A aquisição dessas bases está em processo de contratação, mas será um passo importante, já que fará com que a universidade triplique seu acervo bibliográfico", informa a professora Gizlene Neder, do Departamento de História e coordenadora do projeto "Bibliotecas Universitárias do Século XXI: Rede de Livros e Leitores no Século XXI". "Em relação ao JSTOR (abreviatura de Journal Storage), não estamos contratando a base integral, mas apenas a parte que o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que já assina o JSTOR, deixa de fora." A professora estima que essa complementação é bem significativa, da ordem de dezenas de milhares de títulos.
Já o Ebrary está sendo contratado integralmente. Com um acervo constituído por livros digitais, periódicos, obras de referência, manuais e outras modalidades de publicação, a partir de parcerias com as 450 principais editoras do mundo, o Ebrary usa o Sistema ISIS, que converte arquivos PDF em bases de dados altamente interativas, em que cada palavra é identificada como uma entidade separada. Assinada pelas principais universidades do país, especialmente as de São Paulo, conta com cerca de 170 mil títulos.
Para facilitar o acesso a essas bases de dados, a Biblioteca Central do Gragoatá disponibilizará 38 computadores. O acesso será livre para estudantes, professores e pesquisadores de outras instituições de ensino, bastando que o interessado faça o seu cadastro e obtenha uma senha de acesso. Além de oferecer conteúdo digital, a Ebrary fornece também ferramentas de acesso, para pesquisa e gerenciamento de informação.
Segundo Gizlene Neder, trata-se de um projeto unificado e interinstitucional, em parceria do Departamento de História, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). Para a implantação dessas bases de dados na biblioteca da UFF, o apoio logístico vem do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), da universidade. "Eles executarão a instalação da rede e se encarregarão da estrutura física e apoio técnico de acesso às bases de dados", diz a professora.
Para Martha Tupinambá de Ulhôa, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e membro do Conselho Superior da FAPERJ, o edital de Apoio à Atualização de Acervos Bibliográficos tem sido um importante aliado criado pela FAPERJ às universidades públicas fluminenses. "Com toda a ênfase que tem sido dada aos meios eletrônicos e às publicações seriadas, uma das coisas mais importantes sobre esse programa é a atualização das obras de referência. Acho que o livro continua sendo uma tecnologia insuperável e definitiva. Sou fã do portal de periódicos da Capes, mas acredito que, com o livro, você faz uma leitura mais refletida, e não uma leitura fragmentária, como nas mídias eletrônicas. Creio ainda que a atualização da bibliografia de referência deve ser acompanhada por uma atualização da bibliografia metodológica e teórica", pondera.
Já Humberto Machado, professor de História da UFF e membro do Conselho Superior da Fundação, acredita que o edital da FAPERJ, lançado em 2009, foi bastante oportuno, uma vez que não havia, no estado, programas voltados à atualização de acervos bibliográficos. "Quando pensamos nesse edital, tínhamos em mente que seria uma forma de a FAPERJ suprir uma grande carência, já que a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por exemplo, não tem um programa específico e a Capes não atende satisfatoriamente essa demanda." Segundo Machado, essa carência não se restringe às universidades públicas, que é histórica, mas também das instituições privadas. "A lacuna maior é na área de ciências humanas, pois muitos cursos têm dificuldade de aquisição de títulos e, desta forma, também têm dificuldade para atender adequadamente seus estudantes", diz. Ele conclui enfatizando a importância do edital. "Ele é fundamental para o fortalecimento das próprias universidades e seus cursos de graduação e pós-graduação. Creio que é tão importante que deveria ser reeditado."
Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes