Os governos, principalmente de países em desenvolvimento, devem usar seu poder de compra para incentivar o software livre. Essa foi a tônica da palestra do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Fernando Peregrino, na abertura do Fórum RJ de Software Livre, de 3 a 5 de dezembro no Clube de Engenharia, no Centro do Rio.
Segundo Peregrino, o Brasil deve defender seu patrimônio tecnológico adotando uma política protecionista, como fazem os países desenvolvidos. “O que eles fizeram foi exatamente o oposto do que dizem para nós fazermos, abrindo nosso mercado”, acusa. “Defender o software livre é defender a bandeira do nacionalismo, no bom sentido da palavra”.
O secretário acrescenta que é preciso mudar o modelo econômico que mantém o país em condição de colônia. O modo de conseguir isto é produzir conhecimento, fortalecer universidades e centros de pesquisa e incentivar as empresas privadas locais. “E como podemos defender nossas empresas privadas num mercado globalizado e internacionalizado? Usando o poder de compra do estado para comprar produtos delas”, explicou. Isso depende, entretanto, de mudanças na Lei 8666/93, que impossibilita a participação de pequenas empresas nacionais em compras oficiais. Segundo Peregrino, os secretários estaduais de Ciência e Tecnologia abraçaram esta causa com o intuito de privilegiar o desenvolvimento de pequenas empresas nacionais de software.
No painel “Políticas e Ações do Governo em Software Livre”, o vice-presidente do Proderj, Paulo Coelho, apresentou as atividades que a entidade vem empreendendo para incentivar o software livre no estado. Vários programas livres já estão em teste em laboratórios do Proderj para que, comprovada a sua eficiência, possam vir a atender a demanda crescente de licenças em projetos do governo do estado.
“Uma estação de internet comunitária com software proprietário custa R$ 80 mil. Com software livre custa a metade, R$ 40 mil”, disse Coelho. Ele acrescentou que o desenvolvimento da área no Rio é promissora, uma vez que o estado tem grande capital intelectual disponível: sete universidades públicas, oito particulares, 130 centros de pesquisa, cinco mil empresas de tecnologia da informação e 7350 pesquisadores – a maior proporção de cientistas per capita do Brasil.
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