Juros da dívida podem ser trocados por investimentos em C&T

Trocar o pagamento dos juros da dívida externa de países em desenvolvimento por investimentos em educação e em ciência e tecnologia. A proposta, apresentada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, foi um dos compromissos firmados na II Reunião Ministerial de C&T da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada dia 5 de dezembro, no Rio de Janeiro. O evento reuniu autoridades de Angola, Brasil, Guiné Bissau, Moçambique e Portugal.

“Essa é uma discussão que deve ser colocada abertamente em plano nacional e internacional entre os países credores e os países devedores. A razão é muito simples: sem C&T nós não nos desenvolveremos. Se nós não nos desenvolvermos a médio e a curto prazo, não poderemos pagar a dívida”, afirmou o ministro da Ciência e Tecnologia..

Não foram somente as nações da CPLP que manifestaram apoio a Roberto Amaral. Ministros de C&T da América do Sul já haviam aderido à proposta, quando assinaram a Declaração do Rio de Janeiro sobre Ética em Ciência e Tecnologia. O documento marcou o encerramento da Terceira Comissão Mundial de Ética do Conhecimento Científico e Tecnológico (Comest), evento realizado entre 1 e 4 de dezembro, no Rio de Janeiro. Esta foi a primeira vez que a reunião da Comest foi realizada fora do continente europeu.

A Comest foi criada em 1997, por ocasião da 29� Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Desde aquele ano, as ações adotadas pelos desdobramentos das discussões da comissão têm sido apoiadas pela Unesco. “A formulação que o ministro Roberto Amaral está dando a esse tema caminha exatamente na nossa expectativa. Se existem tantos países apoiando essa idéia, nós também estamos”, declarou Márcio Barbosa,  diretor-adjunto da Unesco.

Além da proposta do ministro brasileiro, outras resoluções foram tomadas nos dois encontros. Dentre as decisões da CPLP, ficou decidido que Portugal criará um sistema que favoreça os países de língua portuguesa em projetos financiados pela Comunidade Européia. A área de saúde também terá prioridade na cooperação científica, em especial no combate à tuberculose, malária e AIDS.

Já em relação a Comest, propõe-se, ainda, que a Unesco trabalhe para uma maior flexibilidade das práticas utilizadas no comércio  internacional, principalmente em relação a medicamentos e saúde pública. O ministro de C& T da Argentina, Túlio Del Bono, também anunciou que vai criar, juntamente com o governo brasileiro, um portal bilíngüe sobre ética, ciência e tecnologia.

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http://agenciact.mct.gov.br/index.php?action=/content/view&cod_objeto=14202

http://agenciact.mct.gov.br/index.php?action=/content/view&cod_objeto=14198

http://www.unesco.org.br/comest/pt/about_comest.html

http://www.fundep.ufmg.br/noticias.asp?cod=431