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Publicado em: 16/06/2011
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Modernização tecnológica ajuda empresa a se reinventar

Vinicius Zepeda

     Vinicius Zepeda

          

     Com a aquisição de novas máquinas, empresa vem substituindo
      modelo de exportações e voltando-se para o mercado interno
     


Ao longo das duas últimas décadas, o Brasil passou por uma série de transformações em sua estrutura econômica e social, incluindo a consolidação da democracia e a vitória contra a hiperinflação, entre outras. Para acompanhar essas mudanças, o casal de empresários Augusto e Marisa Mesquita vêm, ao longo do período, reinventando seu negócio. No ano de 1990, eles criaram a confecção de roupas femininas "By Guisa Confecções Ltda". Se em meados dos anos 2000 a empresa exportava 80% de sua produção, hoje ela se volta novamente para o mercado interno. Para essa mudança de rumo, o casal contou com o auxílio dos programas Apoio à Inovação e à Difusão Tecnológica e Apoio à Inovação Tecnológica no Estado do Rio de Janeiro, ambos da FAPERJ. Com o fomento que receberam, os empresários puderam investir em maquinário mais moderno para apresentar produtos mais bem acabados e com maiores chances de competir no mercado local.

Entre os equipamentos adquiridos, Marisa Mesquita destaca uma plotadora – espécie de periférico de computador que desenha linhas retas entre duas coordenadas – para risco de corte. Desenvolvida com tecnologia totalmente nacional, a máquina utiliza ainda canetas removíveis ao invés de jatos de tinta, mais comumente usados no mercado. "O uso das canetas permite uma maior precisão no desenho e economia no consumo de tinta. Além disso, a possibilidade do desenho sair manchado, borrado ou errado é muito menor", explica Marisa.

A plotadora trabalha acoplada a um software que utiliza a modelagem fotografada através de câmera digital num quadro branco. Marisa enumera outras vantagens, como o melhor encaixe dos tecidos, a possibilidade de calcular o gasto com precisão, qual é a perda real do material e quanto precisaria de tecido para um determinado número de peças produzidas. "Mas os mais significativos benefícios são a consistência da qualidade no trabalho feito pela máquina, em comparação à qualidade do trabalho realizado manualmente por um profissional especialista em corte – o cortador –, e a rapidez no tempo gasto com o serviço", destaca a empresária. "Enquanto um cortador não tem o risco perfeito, já que cada corte feito é diferente, a máquina padroniza todos os cortes com perfeição. Além disso, o tempo para a realização da tarefa cai de duas horas, se feito manualmente, para apenas um minuto, com o uso da máquina", complementa.

Outro equipamento que também chama a atenção é uma máquina de corte em viés. "O aparelho possibilita que sobras de pano sejam transformadas em faixas geometricamente perfeitas e que podem ser usadas para acabamento de roupas", explica Marisa. "Ainda investimos na aquisição de duas máquinas de costura computadorizadas – que possibilitam melhor costura e um corte sem tesoura –, além da troca de máquinas já antigas por novas", acrescenta.

Crise do setor naval fez engenheiro virar empresário

Vinicius Zepeda 
     
Máquina de corte em viés: sobras de pano transformadas  
em faixas para serem usadas no acabamento de roupas
 
Desde cedo apaixonada por moda, em 1990, logo após a eleição de Fernando Collor para a presidência do País, Marisa, que, então, trabalhava como enfermeira, resolveu realizar seu sonho de gerenciar seu próprio negócio. Nascia a empresa "By Guisa Confecções Ltda". Inicialmente voltada para "moda praia feminina", a empresa começou com cinco funcionários e tinha sede numa pequena sala comercial do bairro de Copacabana, Zona Sul do Rio. Marisa, então, convidou seu marido, o engenheiro metalúrgico Augusto Mesquita, a ajudá-la no novo empreendimento. Neste mesmo ano, o casal passou por enormes apertos financeiros por causa do Plano Collor, que deixou retido o dinheiro guardado na poupança dos brasileiros por dois anos. Na época, o engenheiro conciliou seu trabalho de engenheiro com o apoio administrativo à empresa. Com a crise do setor naval – para o qual o engenheiro prestava serviços –, Augusto resolveu abandonar a profissão para se dedicar integralmente à empresa. Ele ainda se recorda bem daqueles anos e das mudanças de rumo: "Em 1992, quando entrei de cabeça no negócio, resolvi que deveríamos diversificar nossa linha de produção. Assim, criamos uma linha de roupas de ginástica feminina, que passamos a fornecer para as academias".

Um pouco por acaso – mais na base da intuição e do trabalho árduo do que através de um plano de negócios ou planejamento estratégico –, a empresa começou, rapidamente, a voltar-se para a exportação de seus produtos. Um pouco de sorte também ajudou a abrir o caminho. Uma brasileira residente em Portugal, que passava uma temporada no Brasil e fazia ginástica numa das academias onde eram vendidos produtos da confecção, ficou admirada com a qualidade do material. Decidiu, então, importar as roupas para o Velho Continente.

Em 1994, no início do primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), o Plano Real domou, afinal, a hiperinflação, que perseguia o País e tornava difícil para o empresariado nacional realizar um planejamento de longo prazo em seus negócios. Com a estabilização da moeda e a paridade do real com o dólar, o planejamento dos negócios se tornou mais fácil. Já no ano de 1998, durante o segundo governo FHC, o regime de câmbio fixo foi abandonado e substituído pelo câmbio flutuante. Com o valor da moeda brasileira em queda, o lucro obtido pela exportação dos produtos era significativamente maior do que se a venda fosse feita no mercado interno. "As exportações passaram a representar até 80% de nossas vendas. Nos anos de 1998 e 2004 a empresa ganhou os prêmios Rio Export, em reconhecimento à mais bem sucedida microempresa exportadora do Estado", recorda Augusto. A premiação é uma iniciativa conjunta do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Banco do Brasil.

Empresa se reinventa para acompanhar transformações do País

Em 2008, durante o segundo mandato de Lula na presidência, diversos países sofreram – uns mais, outros menos – com os efeitos da crise no setor imobiliário nos EUA, que se alastrou pela Europa e alcançou também os países emergentes. Neste cenário, o dólar perdeu força e o Real voltou a se valorizar. Com esta nova conjuntura econômica, microempresas brasileiras começaram a perder fôlego para colocar seus produtos no mercado externo. "Foi a partir daí que vislumbramos uma nova possibilidade de voltar nossa produção para o mercado interno, por meio da modernização de nossos equipamentos e, consequentemente, de nossa mão de obra", conta Augusto. Assim, o apoio dos editais da FAPERJ foi essencial para a mudança de foco da empresa. "Da mesma forma que o País mudou, nós também precisamos mudar para acompanhar essas transformações", reconhece.

O casal de empresários destaca que, sem o apoio da FAPERJ, a empresa não conseguiria manter-se competitiva. Hoje, a "By Guisa Confecções Ltda" está instalada no bairro do Catete, Zona Sul do Rio. Próximo ao metrô e ao centro da cidade, o local é cerca de três vezes maior que o primeiro endereço comercial da empresa. O número de funcionários também cresceu, e hoje eles são 16. Marisa destaca ainda que o apoio da Fundação veio acompanhado de uma atualização da mão de obra da empresa. "Para operar esses equipamentos, assisti a palestras sobre empreendedorismo na Firjan, e recebemos ainda consultoria de especialistas do Senai. Foi assim que me habilitei para poder treinar nossos funcionários", destaca Marisa.

Hoje, os números do movimento de exportações e importações da empresa já estão equilibrados. Com as novas máquinas, os produtos ganharam em produtividade e qualidade. Mas para Augusto Mesquita, a principal lição foi aprender que é preciso estar preparado para todos os cenários possíveis. "Nestes pouco mais de 20 anos de empresa, aprendemos e mudamos muito, acompanhando as transformações por que passou nosso País. Uma lição que, segundo ele, ficará para sempre: não podemos apostar só num cenário econômico. O empresariado brasileiro precisa estar atento às mudanças, que são normais em qualquer País", conclui.

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