Elena Mandarim
Divulgação/Uenf |
Briquetes de Carvocapim: uma energia limpa que |
Maldonado destaca que o principal diferencial do Carvocapim é o grande volume de sua produção anual: enquanto o corte final do eucalipto só acontece a partir do quinto ano após plantio, o capim-elefante após o primeiro ano de plantio pode-se obter dois cortes anuais para finalidades energéticas. “Além disso, diferente do capim-elefante usado para a alimentação bovina, alguns tipos genéticos da gramínea usada no projeto chegam a atingir cerca de quatro metros de altura, com a estimativa de produzir em média 70 toneladas de matéria seca por ano. Essa biomassa, submetida ao carvoejamento a 380C (processo de fabricação dos briquetes), produz entre 25% e 30% de briquetes de Carvocapim por hectare, a cada ano”, acrescenta o pesquisador.
Mais do que reduzir os desmatamentos florestais, o Carvocapim também diminui a dependência do consumo de combustíveis fósseis, como o carvão mineral, que são finitos e que emitem gases intensificadores do efeito estufa. O pesquisador ressalta, ainda, que o novo biocombustível sólido é uma fonte de energia limpa, já que o CO2 produzido com sua queima é reutilizado no ciclo de crescimento das novas plantações de capim-elefante.
Presente e Futuro
Em uma face do projeto, Maldonado conta que estão sendo feitas três avaliações importantes para verificar a viabilidade da aplicação industrial e comercial do Carvocapim. A primeira é o levantamento de todos os custos envolvidos desde a preparação do solo até a produção final. A outra é a quantificação do poder calorífico dos briquetes. Por último, uma análise dos gases desprendidos pela combustão do novo biocombustível. “Para ser viável e competitivo, temos que associar baixo custo de produção, alto poder de geração de energia e, claro, desenvolvimento sustentável”, sintetiza.
Divulgação / Uenf |
Equipe posa diante do capim que chega a atingir 4m de altura em apenas 180 dias |
Para o futuro, o pesquisador adianta que o Carvocapim será produzido por outro método de carvoejamento, realizado acima de 400C e na presença de pouco ou nenhum oxigênio. “Esse modelo de produção, conhecido como Biochar, retém entre
“Além de integrar especialistas com larga experiência no manejo do capim-elefante, o projeto conta com a participação do professor José Fernando Coelho da Silva, da área de Nutrição de Ruminantes; do professor Carlos Maurício Fontes Vieira, pesquisador do Laboratório de Materiais Avançados da Uenf, do professor Marcelo Silva Sthel, membro fundador do Núcleo de Energia Alternativa da Uenf e especialista na detecção de gases poluentes e do doutorando Lucival de Souza Júnior, do programa de Ciência Animal da Uenf”, agradece Maldonado.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a destruição da natureza causa prejuízos anuais de, no mínimo, R$ 8 trilhões. Desse montante, cerca de R$ 4 trilhões são perdidos nos desmatamentos e queimadas florestais. "Portanto, é melhor investir em propostas de desenvolvimento sustentável, como a produção e as propostas de utilização do Carvocapim", resume Maldonado.
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