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Publicado em: 21/02/2013
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Técnicas histológicas: aprendizado em DVD

Vilma Homero 

 

 
    
 DVD: uma contribuição para a formação 
 e a atualização de profissionais do setor


Nos seriados americanos de televisão, os laboratórios de patologia ajudam a desvendar crimes aparentemente insolúveis. Na prática do dia a dia, a realidade pode não ser feita de situações tão dramáticas, mas a contribuição dos técnicos é fundamental para a definição de diversos diagnósticos, particularmente os mais difíceis. A questão é que, muitas vezes, a formação ou a atualização de profissionais para o setor carece de cursos específicos. Lacuna que as equipes do Laboratório de Patologia e do Serviço de Produção e Tratamento de Imagem, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) pretendem contribuir para reduzir com o DVD que acabaram de produzir, com recursos do edital de Apoio à Melhoria do Ensino em Escolas Públicas Sediadas no Rio de Janeiro.

Os exemplos da importância da histologia são muitos. Para fechar o diagnóstico de um tumor, como o de mama, por exemplo, nem sempre a avaliação clínica e os exames de imagem são suficientes. É quando entram em cena os histotecnologistas e os patologistas, que, a partir da análise de um fragmento do tecido tumoral poderão avaliar suas células e dar a palavra final. "Tanto pode se tratar de um carcinoma ductal infiltrante, um dos subtipos de carcinoma de mama mais frequente (cerca de 80% dos casos) e habitualmente mais fácil de tratar, quanto um carcinoma inflamatório, que, de um modo geral, é mais grave. Ao analisar o tipo de célula, especifica-se o tumor e torna-se possível definir o tratamento mais adequado", esclarece Marcelo Pelajo Machado, chefe do Laboratório de Patologia e coordenador do projeto projeto Kit Didático de Biologia Celular e Histologia para Espaços Formais e Não-Formais de Ensino: Mediação na Popularização Científica.

Da mesma forma, em situações de poucos recursos à disposição, a histologia pode ajudar em um diagnóstico. Foi o que aconteceu em Araguatins, no estado de Tocantins, em 2006, quando se reuniu uma força-tarefa multidisciplinar para identificar uma estranha doença que andava atacando os olhos dos habitantes de uma localidade do interior. Juntando a expertise de profissionais de diferentes áreas, levantou-se a possibilidade de que o problema estivesse sendo causado pelas espículas de certa esponja de água doce, do rio onde os moradores costumavam se banhar. Alguns doentes terminaram perdendo o olho. A análise do material ocular comprovou a hipótese levantada, uma vez que foi possível perceber, na lesão, a presença das espículas.

Mas para que tudo aconteça da melhor maneira, é preciso que o fragmento de tecido coletado tenha sido processado e acondicionado de maneira adequada. De outra forma, a amostra pode ficar prejudicada, dificultando ou mesmo impedindo sua análise correta. Todas essas rotinas da prática laboratorial são apresentadas de forma didática e clara durante os 72 minutos de exibição do DVD Técnicas Histológicas – uma abordagem prática. (http://www.youtube.com/watch?v=BKdk2RA8rO8)

 Divulgação
      
    As fases de preparação das amostras é uma parte tão
importante do trabalho quanto a própria análise do material    

E como uma imagem vale mais do que mil palavras, ao mostrar a execução de cada uma das etapas de um procedimento de análise, é possível observar os inúmeros detalhes de cada cena. "Com uma introdução e mais dez capítulos – coleta, fixação, clivagem, descalcificação, processamento, inclusão, microtomia, criomicrotomia, coloração e selagem – o DVD procura exibir cada uma das etapas do processo laboratorial em histotecnologia. A ideia é que auxilie na formação de técnicos dessa área e que possa servir como suporte a aulas, em que o professor pode parar uma imagem e mostrar, entre os diversos aspectos daquela cena, como está sendo feito o manuseio de determinada amostra, chamar atenção para as rotinas de segurança que devem ser seguidas, passando naturalmente os conceitos fundamentais da prática profissional", explica Marcelo Pelajo Machado, chefe do laboratório e coordenador do projeto.

Como explica Pelajo, muitas vezes, o aprendizado das técnicas e procedimentos de laboratório se dá na prática, com profissionais mais antigos e experientes. "Às vezes, essa formação termina sendo feita na própria bancada do laboratório. Fica faltando uma educação mais formal, com literatura e material instrucional em português, para que aquele profissional principiante saiba, por exemplo, o porquê de determinado procedimento ser executado daquela forma específica", informa Barbara Dias, pesquisadora integrante da equipe.

A equipe procurou fazer um trabalho bem amplo, em que cada um dos tópicos abordados abrange diferentes níveis de conhecimento, do básico ao mais avançado, de modo a interessar desde o pesquisador até o técnico. "Procuramos incluir até imagens sobre o uso de equipamentos modernos ou seu equivalente no processamento manual. Pretendemos assim que o DVD seja uma ferramenta interessante também para os profissionais que trabalham nos pequenos laboratórios pelo interior do país, onde, muitas vezes, a estrutura é deficiente."

No DVD, procurou-se dar certa ênfase à fixação e à conservação do material coletado. "Como numa aula de histologia, as lâminas já chegam prontas e não há tempo ou infraestrutura para mostrar como se faz o processo de preparo, procuramos incluir no vídeo o que acontece quando essa preparação não é bem feita. Então, quando o técnico vê uma lâmina com aquele aspecto, já sabe que ela não foi processada corretamente."

 Divulgação

         
      Vistas ao microscópio, certas imagens, como a dessa
            lâmina de pele corada, mais parecem pinturas
 

A equipe também procurou chamar atenção para a rotulagem do material descartado. "Esse descarte precisa ser feito em frascos apropriados, com rótulos que especifiquem o tipo de substância trabalhada, as datas e a procedência do material. Em caso de qualquer acidente, sabe-se que instituição procurar."

Da tiragem de dois mil exemplares, 200 já foram distribuídos durante o Congresso Brasileiro de Histotecnologia, que teve lugar em novembro, na Fiocruz. O restante será enviado aos serviços de saúde, laboratórios de patologia e histologia do país e grupos de colaboradores. Os interessados também poderão receber um exemplar, fazendo pedidos pelo site da instituição. "Como o DVD foi gravado em full HD, em breve também disponibilizaremos cada um dos capítulos em arquivo, que poderão ser assistidos em nosso site."

Animados com o resultado obtido, a equipe – composta por Genilton José Vieira (direção e produção), Leonardo Perim (produção, edição de vídeo, animação e modelagem), Luzia Fátima Gonçalves Caputo e Pedro Paulo de Abreu Manso (roteiro e produção); Luzia Fátima Gonçalves Caputo (roteiro); Heloísa Diniz (design gráfico); sob coordenação de Marcelo Pelajo Machado e Barbara Cristina Dias de Oliveira – também está organizando para maio, durante a Semana Nacional de Museus, uma exposição que mostre a beleza de algumas das imagens da histologia. "O DVD foi dedicado ao Dr. Henrique Leonel Lenzi, chefe do Departamento de Patologia da Fiocruz de 1984 até 2005, e falecido em 2011."

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