Débora Motta
Lécio Augusto Ramos |
O dispositivo portátil pode ser acoplado em qualquer computador: proposta do eletroencefalograma é simplificar a leitura dos dados |
Trata-se de um eletroencefalógrafo, equipamento capaz de monitorar a atividade elétrica cerebral, com características especiais. De acordo com o engenheiro biomédico e empreendedor Paulo Farina Jr., sócio da Emsa, o produto pode facilitar o acompanhamento médico de crises epilépticas em pacientes internados nas UTIs. “A análise do eletroencefalograma é muito importante para doentes em coma porque os sintomas da crise epiléptica nem sempre são aparentes”, disse Farina. “Mas o custo de manter uma equipe de médicos eletroencefalografistas, que normalmente são neurologistas especializados na interpretação do eletroencefalograma, é alto, especialmente para hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo nos países desenvolvidos, existe uma limitação da disponibilidade de profissionais com essa formação específica”, completou.
Por isso, a proposta do equipamento é facilitar a interpretação de dados da atividade elétrica cerebral, com parâmetros que tornam o monitoramento mais objetivo, podendo ser realizado previamente por médicos não especializados. Em outras palavras, ele simplifica os dados a serem interpretados, permitindo a visualização compactada de horas de sinal em uma única imagem. “O equipamento atende a uma lacuna de mercado. Como na maioria das UTIs de hospitais brasileiros não há uma equipe de médicos eletroencefalografistas, seria uma forma para o médico não especialista pré-avaliar pacientes em coma. O médico intensivista poderia acompanhar as alterações mais relevantes da função cerebral e solicitar um eletroencefalografista sempre que necessário”, justificou.
O equipamento é constituído por um sistema que emprega técnicas de processamento de sinais. “Ele pode ser acoplado a qualquer computador para a leitura dos dados elétricos cerebrais, seja laptop ou desktop, e opera em qualquer tensão disponível no território nacional, o que pode ser uma vantagem para difundir o uso do equipamento nas diversas regiões do País”, afirmou Farina.
Lécio Augusto Ramos |
Parte da equipe reunida no estande da III Feira FAPERJ: aproximação entre academia e empresa |
Segundo o empresário, o equipamento começou a ser desenvolvido em 2011 e já foi aprovado e certificado pelo Inmetro. Agora, ele aguarda a liberação para comercialização por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Quando essa etapa for concluída, estaremos abertos a propostas de compra por gestores de saúde pública ou privada para que o equipamento chegue ao mercado”, disse. E foi além: “Por ser inovador, ele dificilmente teria sido desenvolvido sem o apoio de um órgão de fomento. O apoio da FAPERJ foi decisivo e a parceria da Emsa com a UFRJ abre caminhos para novas tecnologias e, quem sabe, outros produtos na área médica.”
Além de Paulo Farina Jr., participam do projeto: na Emsa, o tecnólogo em processamento de dados Guiarone Cavalheiro, e o engenheiro eletrônico Edilson Borges; no Lapis/Coppe, os doutores em engenharia biomédica Fernando Infantosi, Antonio Mauricio de Sá e Danilo Melges. O projeto foi um dos destaques entre os estandes da III Feira FAPERJ de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada de 10 a 12 de outubro no Centro Cultural de Ação da Cidadania, no bairro da Saúde.
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