Vinicius Zepeda
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Portal mostra o trabalho dos cientistas em linguagem acessível aos estudantes |
Elisa explica que a ideia surgiu, em 2008, ao perceber que muitas entrevistas realizadas sobre o trabalho de cientistas ligados à ABC eram um rico material de esclarecimento sobre o cotidiano da carreira, mas restrito a um público muito limitado: em geral, os próprios cientistas. "Ao mesmo tempo, constatei que não havia sites que descrevessem as atividades de pesquisa, nas diversas áreas, numa linguagem acessível para estudantes de ensino médio", acrescenta. A partir daí, sob coordenação de Luiz Davidovich, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da diretoria da ABC, que apoiou o projeto desde o início, ela resolveu tornar aquelas entrevistas acessíveis aos jovens, criando também outros conteúdos escritos. Entre 2010 e 2012, sob coordenação de Débora Foguel, pesquisadora titular da ABC e pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da UFRJ, Elisa gravou vários vídeos mostrando a realidade do trabalho nos laboratórios.
Entre as informações disponíveis no portal, ela enumera algumas e comenta sua importância. "Em conversas com cientistas, procuramos explicar as etapas, a história e a aplicação do método científico, que aparece numa das abas de conteúdo do Proficiência", explica. Em pequenos verbetes, se descreve o leque de possibilidades dentro das áreas da ciência, como biologia, química, matemática e física, entre outras. Na seção "Paixão pela Ciência", há depoimentos em que os pesquisadores respondem perguntas, como "O que é preciso para ser um cientista? Quais as características necessárias a um bom pesquisador? O que o encanta na ciência? O que o levou a escolher a ciência? Quando e como começou seu interesse pela ciência?"
O portal aborda ainda a questão da escolha das profissões, disponibilizando informações sobre as atividades desenvolvidas em cada uma das especialidades científicas, nos laboratórios e nas indústrias, bem como a opção da carreira de professor. "Procuramos mostrar a importância de cada especialidade e das pesquisas possíveis de serem desenvolvidas, bem como os desafios, vantagens e dificuldades de cada área", afirma Elisa.
Em depoimento em vídeo, disponibilizado no portal, Davidovich lembra como teve início seu fascínio pelas ciências. "Quando era jovem, fiz um curso por correspondência sobre como montar um rádio. A possibilidade de construir algo com as próprias mãos e ver funcionando era algo que me entusiasmava bastante", recorda o pesquisador. Da mesma forma, Débora Foguel destaca que durante seu curso de biologia, na UFRJ, percebeu, logo de início, que o estágio de iniciação científica era fundamental para sua formação, mesmo que seu desejo fosse o de enveredar pelo magistério. "Ensinar ciência sem nunca tê-la praticado me parecia estranho e, até hoje, não compreendo como essa vivência não faz parte do currículo de qualquer licenciando", comenta.
A jornalista da ABC explica ainda que os vídeos postados no portal foram exibidos para sessenta estudantes de ensino médio de uma escola particular da Zona Sul do Rio, e sessenta de uma escola pública de Nova Iguaçu, na região metropolitana. Apesar de classes sociais e realidades distintas, não havia coerência entre as matérias preferidas pelos estudantes e sua escolha profissional, em nenhuma das duas escolas. "Os estudantes também destacaram a falta de imagens de laboratórios e animações para tornar os depoimentos dos cientistas mais claros. Assim, estamos fazendo novos vídeos, produzindo material próprio e usando algumas animações do acervo da Fundação Centro de Ciências e de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj), com quem estamos em fase final de formalização de um convênio", explica.
Agora, Elisa quer divulgar o portal junto a professores e colégios, para que possa ajudar na escolha de profissão pelos estudantes. "Não há orientação profissional no ensino médio que prepare os estudantes não apenas para o vestibular, mas para o mercado de trabalho", afirma. No Brasil, qualquer iniciativa nesse sentido pode ajudar bastante a aproximar os jovens da carreira científica e contribuir para ampliar o número de futuros cientistas no mercado.“E é uma das missões das academias de ciências de todo o mundo estimular o interesse dos estudantes pela pesquisa e pela ciência.”
Para conhecer o portal acesse: http://www.proficiencia.org.br/
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