Elena Mandarim
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Charges sempre foram usadas como resistência política. Acima, críticas à remoção da população no governo Pereira Passos |
Coordenado pela socióloga Alzira Alves de Abreu e pela cientista política Christiane Jalle de Paula, o dicionário é resultado de dois anos de intenso trabalho de pesquisa, que envolveu mais de 70 pesquisadores do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), vinculado à Fundação Getúlio Vargas (FGV). O livro, que contou com recursos do programa Auxílio Básico à Pesquisa (APQ 1), da FAPERJ, é a primeira grande obra a resgatar a história política e social de uma cidade, ou seja, tem caráter regional. "Estamos animados porque o lançamento do livro se dá em um momento em que o Rio de Janeiro vem retomando sua importância política, social e econômica no cenário nacional", comemora Alzira.
Dos mais de dois mil verbetes, 1.784 são destinados às biografias de senadores, deputados, prefeitos e governadores. Segundo Alzira, nessa parte do dicionário, também se apresentam movimentos políticos importantes, revoltosos ou não. Um deles foi o que culminou no episódio do forte de Copacabana, mais conhecido como a "revolta dos 18 do forte". Foi a primeira exaltação do movimento tenentista, que buscava a queda da República Velha. Outra forma de resistência política que o dicionário mostra, pacífica, foi o uso marcante de caricaturas e charges com críticas aos políticos de várias épocas. "É bastante curioso porque, como até 1930 havia um grande número de analfabetos no País, as ilustrações desempenharam um papel fundamental no debate político e social dos acontecimentos", relata a socióloga.
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Recém-lançado, o Dicionário (foto) traz a história de personagens e símbolos da política fluminense |
De acordo com Alzira, o dicionário é a continuação de uma proposta mais ampla de catalogar personalidades, instituições e movimentos importantes que ajudaram a construir a identidade política brasileira. "Este é o terceiro dicionário que nosso grupo lança. O primeiro, que se chama Dicionário Histórico-Biográfico pós-30, aborda o período que vai da Revolução de 1930 aos dias de hoje e já está em terceira edição. O segundo é o Dicionário Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930), que está pronto e vai ser lançado em e-book. E agora o terceiro, o Dicionário da Política Republicana do Rio de Janeiro, que acaba de ser lançado com o apoio da FAPERJ", conta Alzira. Ela destaca que o terceiro e mais recente é o único que traz esse caráter regional. "Estamos muito empolgados com o lançamento, por acreditar que a obra coloca ao alcance da sociedade um painel informativo sobre a construção da identidade fluminense e também nacional. Nosso objetivo é dotar os cidadãos dos dados indispensáveis para refletir, decidir e intervir em seu meio social. Dados que até agora se encontram restritos a especialistas em história do estado do Rio de Janeiro", finaliza.
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