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Publicado em: 16/06/2016
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Fundação ouve pesquisadores e empresários para lançar editais inéditos


Aline Salgado

A partir da esq.: Sommer, Jerson, Eliete, Raupp e Gomes:
nanotecnologia em debate 
(Fotos: Lécio A. Ramos)
A dois meses de lançar dois editais inéditos de apoio à nanotecnologia no estado, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e a FAPERJ promoveram, na última terça-feira, 14 de junho, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o workshop "Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia no Estado do Rio de Janeiro: do laboratório à linha de produção". Em um dia inteiro de debates, empresários, pesquisadores dos mais importantes centros de ciência, tecnologia e inovação do Rio de Janeiro e o corpo técnico da Fundação ouviram sugestões e trocaram ideias e recomendações, a fim de ajustar a construção dos programas de apoio que estão prestes a ser lançados. A previsão é de que a FAPERJ abra, até agosto, as inscrições para os dois editais. 

O primeiro deles será voltado ao incentivo à formação de redes de pesquisa, seguindo formato similar ao Programa Pesquisa em Zika, Chikungunya e Dengue no Estado do Rio de Janeiro – 2015, lançado em dezembro do ano passado e que destinará ao longo de dois anos R$ 12 milhões em recursos a seis redes temáticas, reunindo ao todo 400 pesquisadores. Já o segundo edital visa apoiar o desenvolvimento de start-ups que atuem na área de nanotecnologia. Os dois programas seguirão alguns temas prioritários, três deles já definidos: Nanotecnologia aplicada à saúde e ao meio ambiente (fármacos, drug delivery, remediação do ambiente), Nanosensores e nanodispositivos (saúde, meio ambiente, agricultura, segurança e energia) e Nanotecnologia aplicada à energia (fontes convencionais e alternativas, como fotovoltaica, óleo e gás, baterias, entre outras). 

Na abertura do encontro, o presidente da FAPERJ, Augusto C. Raupp, ressaltou que a nanotecnologia é um dos segmentos mais importantes em termos de potencial de desenvolvimento no estado do Rio de Janeiro. "Há muito a ser feito ainda para o desenvolvimento deste setor no Rio. Dentro de um plano maior de fomento da Fundação a áreas estratégicas no estado, constam cinco segmentos, e as start-ups e a nanotecnologia são alguns deles", ressaltou. À plateia de quase cem pessoas, Raupp esclareceu que um dos editais será voltado à criação de redes temáticas de pesquisa em nanotecnologia, cujo objetivo principal é gerar start-ups de base tecnológica de procedimento. Isto é, spin-off (empresa que nasceu a partir de um grupo de pesquisa de uma companhia, universidade ou centro de pesquisa público ou privado), que possam dar continuidade ao desenvolvimento desse segmento. 

Diretor de Inovação da Firjan, Bruno Souza Gomes ressaltou
a  importância da aproximação entre indústria e academia 
O presidente da FAPERJ salientou também que um dos pontos-chave da reunião é fazer com que as temáticas dos editais venham ao encontro da demanda da indústria: "Por isso fizemos o convite aos empresários e empreendedores, para que eles possam nos ajudar a definir os temas.  A indústria é a maior interessada em dar continuidade ao desenvolvimento científico", ressaltou Raupp. 

Presente à reunião, o diretor de Inovação da Firjan, Bruno Souza Gomes, lembrou que em recente pesquisa divulgada pela federação, o Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, foi constatado que a inovação aparece como um dos pilares para a gestão empresarial. E, ao lado do setor de óleo e gás, a nanotecnologia surge com uma das áreas prioritárias. "O Rio precisa de novas empresas de base tecnológica. Mas as indústrias, por um lado, expõem que há uma carência de processos de inovação. Nesse sentido, a FAPERJ tem estimulado, por meio de seus programas e editais, uma aproximação cada vez maior entre indústria, academia e centros de inovação e tecnologia", disse Gomes. 

Para ele, o investimento em inovação somente por meio de recursos privados é tida, pelos empresários, como uma ação de risco. Mas, ao mesmo tempo, o setor privado reconhece que não se pode depender apenas dos recursos públicos para inovar. "O sucesso é cada vez maior quando empresa e governo investem de forma conjunta em inovação. Acredito que novos modelos de investimento em inovação devam surgir", acrescentou o executivo da Firjan, ressaltando a importância dos novos editais da FAPERJ como uma das iniciativas para esse esforço. 

O desafio de superar o abismo entre academia e indústria foi outra questão ressaltada no encontro. Diretora de Tecnologia da FAPERJ, Eliete Bouskela lembrou que durante muitos anos o Brasil trabalhou com esses dois segmentos de forma estanque. "É cada vez mais importante que haja pontes que liguem a universidade à indústria. A academia precisa saber do que a industria e o mercado necessitam, além disso precisamos formar profissionais preocupados com esse tipo de atuação", disse Eliete.

Diretor de Tecnologia da Pipeway, Janvrot contou segredos
do sucesso da empresa, que começou como incubadora
Diretor de Tecnologia da empresa do setor de óleo e gás Pipeway, Ivan Janvrot reforça o ponto de vista da diretora de Tecnologia da FAPERJ. Segundo ele, parte do sucesso da empresa, que começou há 18 anos como uma incubadora da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), atuando sob a forma de spin-off com a Petrobras, aconteceu porque havia, na universidade, disposição para produzir pesquisa acadêmica com aplicação prática às empresas. "Havia vontade da empresa, a Petrobras por meio do seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes), e disposição da academia", resumiu Janvrot.

Segundo ele, o trabalho em rede também permitiu que a companhia decolasse e chegasse a mercados no exterior, em países como Estados Unidos, Canadá e Malásia. "Partimos de um trabalho em rede, que reunia universidade, centros tecnológicos e fornecedores, por meio de uma parceria de longo prazo e com transferência de tecnologia para a empresa", ressaltou. 

A formação de redes também é pensada como uma fórmula de sucesso para o desenvolvimento da nanotecnologia. Por isso a FAPERJ pretende estender o modelo da Rede Zika de Pesquisa para o programa de apoio à nanotecnologia. Para o diretor científico da FAPERJ, Jerson Lima, o edital vai promover a interação entre grupos de pesquisadores que hoje já trabalham com nanotecnologia, inclusive, financiados por recursos da fundação. "Quando se monta redes, a tendência é a de que os resultados saiam mais rápido e os impactos cheguem à mídia e aos empresários. Haja vista os resultados importantes dos trabalhos feitos pelos pesquisadores Stevens Rehen, Amílcar Tanuri, Patricia Gareez, e equipe, que foram publicados este ano na revista Science", afirmou Lima.    

No mundo da nanotecnologia, a colaboração entre diferentes institutos de pesquisa já vem dando resultados. Foi o que mostrou o pesquisador Alexandre Rossi, do laboratório de biomateriais do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Lá, o trabalho é dedicado à área de materiais aplicados ao uso biomédico, com foco na medicina regenerativa de tecidos ósseo e dentário e na produção de fármacos. Também com 18 anos de fundação, o laboratório atua em rede com mais três centros de pesquisa: o Instituto de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), o Hospital Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (UFF),  e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

À frente do laboratório de biomateriais do CBPF, Rossi
 disse que a pesquisa em rede é "a chave para o sucesso"
"Percebemos que havia a necessidade de uma visão multidisciplinar da área médica e biológica para a atuar no setor e essa formação em rede foi um elemento-chave para o progresso que alcançamos", disse Rossi. 
 
O workshop promovido pela FAPERJ, em parceria com o CBPF e a Firjan, contou com a presença de representantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Coppe/UFRJ, da UFF, da PUC-Rio, do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT-Rio), do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), do Serviço de Aprendizagem Industrial (Senai), do Instituto Militar de Engenharia (IME), do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPM), do CBPF, e do Inmetro. Do lado empresarial, público e privado, havia profissionais de Furnas Centrais Elétricas, do Cenpes, da Cobra Tecnologia, da Ipiranga, da Technip e da Pipeway.
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