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Publicado em: 24/11/2016
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Internet colaborativa sem limites

Aline Salgado

Antonio Rocha elabora a pesquisa em parceria com
especialistas dos Estados Unidos (Foto: Divulgação)

Já imaginou escrever na barra de endereços do seu navegador de Internet a palavra-chave "Avenida Rio Branco" e ter à frente dos seus olhos milhares de conteúdos produzidos não só por grandes empresas, mas por internautas e em tempo real? Vídeos, músicas, filmes, fotos, conteúdos digitais de qualquer natureza e origem, com especificações bem definidas, tais como tamanho e resolução? O que hoje o Google já faz, mas ainda em uma escala bem limitada, está sendo pensado e, por que não dizer, arquitetado pelo engenheiro de Computação, Antonio Augusto de Aragão Rocha. 

Jovem Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, e professor do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Rocha vem, há alguns anos, buscando o que ele chama de a "Internet do Futuro com suporte a contexto e orientada ao conteúdo". Em colaboração com pesquisadores de outras instituições, nacionais e internacionais, o pesquisador vem desenvolvendo um projeto que visa modernizar a infraestrutura sobre a qual a Internet funciona hoje, tornando-a mais adaptável às novas demandas de seus usuários que passam a ser não apenas consumidores de dados, mas se tornaram também grandes produtores de conteúdos.

Rocha explica que hoje a Internet é utilizada, principalmente, para geração, compartilhamento e recuperação de conteúdos. "Já faz algum tempo que os serviços mais populares deixaram de ser aqueles tradicionais. Em geral, os usuários não estão mais interessados em acessar determinado servidor na rede, mas sim em acessar os conteúdos em si, independente da sua origem. A crescente demanda pelas aplicações em que os consumidores são também publicadores de conteúdo reforçam este fato, como é o caso das aplicações P2P (peer-to-peer). Dois exemplos populares deste tipo de aplicação foram o Napster e o BitTorrent, por exemplo", diz ele.

Criado em 1999, o Napster era um programa de compartilhamento de música entre usuários em rede. Ali, um internauta que tinha acesso a um disco de uma banda famosa poderia repassá-lo a qualquer um que solicitasse, sem custos. "Imagine se um sistema parecido fosse intrínseco à arquitetura da rede na Internet? Imagine se os equipamentos, como o meu computador de casa, fizessem isso em seu funcionamento normal? Não interessa quem me fornecerá o que procuro e desejo. O que interessa é apenas o conteúdo", afirma Rocha.  

Segundo o pesquisador, "os encaminhadores de conteúdo" poderiam ser pessoas conectadas on-line por seus dispositivos ou roteadores de grande porte, similares ao aparelho de Wi-Fi, ou ainda outro provedor de conteúdo do mundo. "Eu poderia servir a outros usuários da Internet informações a partir de equipamentos da minha casa e o roteador de grandes provedores de acesso poderiam fazer esse mesmo serviço. Todos seríamos grandes provedores de conteúdo", explica. 

Mas Rocha vai ainda mais longe. Para ele, um nova arquitetura de rede deve ser capaz de levar a uma oferta ainda mais completa de comunicação, por exemplo, com suporte a contexto. "Imagine que eu quisesse uma foto da Avenida Rio Branco no instante atual em que estou falando. Esse pedido alcançaria as pessoas em potencial na avenida, a partir dos atributos e dos valores associados a cada um desses usuários – por exemplo, seu modelo de celular (iPhone, Motorola...), uma cor preferida (azul, preto, vermelho...), ou mesmo o seu estado (em movimento ou parado) – e essa requisição de conteúdo poderia ser filtrada de acordo com a resolução ou a geolocalização desejada", diz.

O professor da UFF explica que "as Redes Centradas em Conteúdo" constituem uma proposta na mudança do paradigma de funcionamento da Internet atual, sugerindo uma nova arquitetura de rede, projetada para permitir que usuários possam obter conteúdos de maneira eficiente e segura, independente da origem do envio desses dados. Para obter esse nível de qualidade no acesso seria preciso, no entanto, introduzir novos modelos operacionais nessa arquitetura, para que a Internet permita incluir novas funcionalidades e opere, assim, de forma mais satisfatória. 

"Isto significa ser mais veloz, ter maior disponibilidade de informações, ser mais seguro em sua operação e oferecer privacidade aos dados, além de ser mais resiliente a ataques que paralisem os serviços. Mais do que isso, uma nova arquitetura deve ainda ser flexível o suficiente para que eventuais e futuras demandas dos usuários consigam ser atendidas", afirma o engenheiro de Computação. Segundo ele, problemas de direitos autorais ou de lixos na Internet também seriam contornados por essa nova arquitetura de rede.  

A pesquisa de Rocha conta com a parceria de instituições do Brasil, como a própria UFF, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) – ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) –, além de colaborações com pesquisadores da Universidade de Massachusetts e da Universidade de Purdue, além do Centro de Pesquisa da IBM T. J. Watson, todos os três nos Estados Unidos. A parceria com uma empresa brasileira na área de telecomunicações, logística e IOT (Internet das coisas), a WebRadar, tem como objetivo gerar um projeto piloto que usa parte da tecnologia aplicada pelo professor da UFF na pesquisa.

"Neste projeto piloto, trabalhamos com o conceito de Internet das coisas, em que bens de consumo duráveis, tais como micro-ondas, geladeira e fogão, estão conectados à Internet com potencial de se comunicarem através de uma arquitetura com suporte a contexto para realizarem requisição de conteúdo", diz Rocha, que resume o conceito em uma ideia à primeira vista bastante futurista: "Buscamos fazer com que a sua geladeira se comunique sozinha com o seu mercado."

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