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Publicado em: 27/04/2017
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Monitoramento inteligente das águas*

Aline Salgado

    

       Frederico Magalhães (Esq.) e Lorenzo de Souza: tecnologia permite que
             barco siga rota programada, independente dos efeitos de ventos
                                      e marés (Foto: Divulgação/Holos)
              

Com um design leve e arrojado, uma embarcação não-tripulada, movida a energia solar, foi vista, nos primeiros meses de 2016, deslizando pelas águas da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Semelhante a um pequeno catamarã, com dois flutuadores, a embarcação possui 3,20 metros de comprimento por 1,60 metros de largura, pesa 81 quilos e tem capacidade para navegar a uma velocidade de até 8 km por hora. Em fase experimental, o barco, destinado ao monitoramento inteligente das águas em lagoas, represas e baías, não carrega passageiros e, sim, uma tecnologia inovadora.

Quatro placas fotovoltaicas de captação de energia solar, com capacidade total de produção de 400 Watts, associadas a seis baterias de lítio, garantem o funcionamento por 24 horas de maneira ininterrupta. O sistema é completado por um conjunto de software e hardware de navegação autônoma que processa informações recebidas do GPS (Global Positioning System), giroscópio, bússola e acelerômetros. Os equipamentos garantem que a embarcação navegue em sua rota programada independente dos efeitos da maré e do vento.

Toda essa tecnologia é fruto da dedicação de uma enxuta equipe de profissionais da empresa Holos Brasil. Residente na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a companhia de pequeno porte conta com a atuação dos pesquisadores especializados em engenharia naval, Lorenzo Cardoso de Souza e Frederico Garcia Magalhães. Idealizado e construído pela dupla, que ainda conta com o apoio da equipe de designers de produto da Holos, o projeto ganhou vida a partir do financiamento da FAPERJ, através do edital Apoio à Inovação Tecnológica no Estado do Rio de Janeiro.

Lorenzo explica que a embarcação é facilmente adaptável, podendo ser utilizada em múltiplas missões, desde a medição de dados ambientais para pesquisas ou planejamento de operações marítimas e hidroviárias, à análise da biologia em mares e rios, até o uso estratégico em atividades ligadas à indústria do petróleo, à instalação portuária e em reservatórios de água potável e de usinas hidrelétricas.

“Essa embarcação garante a redução dos custos operacionais de monitoramento nas águas, podendo, assim, ser utilizada para a aquisição de dados ambientais, como temperatura e profundidade das águas, salinidade, condutividade, velocidade de vento e da corrente, verificação de calado e assoreamento, entre outras possibilidades”, lista Lorenzo. 

O empresário explica que os sistemas de navegação autônoma e o de controle de energia podem ser facilmente adaptados a cascos de embarcações customizadas para diferentes missões, sejam elas em águas rasas ou oceânicas. “O protótipo em que trabalhamos hoje é adaptado para navegar em águas abrigadas, tais como lagoas, represas e baías. Mas é possível fazer adaptações e customizações para outros tipos de cascos de maneira muito rápida, pois a Holos já conta com uma estrutura física, o Centro de Usinagem CNC (máquina fresadora) para compósitos, e know-how para projeto e construção de embarcações em materiais compósitos”, ressalta o engenheiro, que antecipa que a equipe planeja, em breve, integrar a tecnologia de transmissão de dados via satélite para se comunicar com a embarcação – hoje a transmissão é feita apenas por meio de ondas de rádio.  

Outra ambição dos empresários da Holos Brasil é estabelecer parcerias com laboratórios de oceanografia e de análises químicas e biológicas para adquirir especialização e, assim, oferecer também serviços de análise da qualidade da água e de sedimentos. “Será preciso trabalhar em conjunto para termos essa expertise e adequarmos esses equipamentos que realizam tais análises à embarcação”, avalia Lorenzo. O futuro da inovação tecnológica naval está bem mais perto do que imaginamos.

*Reportagem originalmente publicada em Rio Pesquisa, Ano VIII, Nº 35 (Junho de 2016)

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