Nota de falecimento

A FAPERJ se junta ao Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBqM/UFRJ), para comunicar, com pesar, o falecimento do professor Mário Alberto Cardoso da Silva Neto (1967-2017), ocorrido nesta quinta-feira, 11 de maio de 2017. Aos 50 anos, após uma luta contra um tumor, ele deixa sua companheira de muitos anos, a professora Georgia Atella, dois filhos, amigos na universidade, admiradores de seu trabalho, além de importante contribuição para o IBqM. O velório será realizado nesta sexta, 12 de maio, a partir das 8h, e o enterro será as 11h30 no cemitério São Francisco Xavier, Caju.

O pesquisador era coordenador de uma das seis redes de pesquisa em arboviroses que integram o programa Pesquisa em Zika, Chikungunya e Dengue no RJ, lançado pela FAPERJ em fevereiro de 2016 – envolvendo 325 pesquisadores de importantes centros de ciência e tecnologia sediados em território fluminense – para atender a necessidade de o País de buscar respostas para a epidemia de zika. 

Mario cursou Biologia na UFRJ. Iniciou a carreira científica como estudante de Biologia no Departamento de Bioquímica Médica sob a orientação do Dr. Hatsaburo Masuda. Tornou-se professor de Bioquímica na UFRJ a partir de 1997.

Suas principais linhas de pesquisa versaram sobre a identificação de novos imunomoduladores da transmissão de doenças por organismos hematófagos, em especial, com as rotas de sinalização celular relacionadas à transmissão da doença de Chagas e da dengue, usando técnicas de Bioquímica, Biologia Molecular e Transcriptômica. Publicou mais de 50 trabalhos em revistas internacionais de alto impacto.

Ele foi diretor-geral do IBqM (2011 a 2014), representante do Centro de Ciências da Saúde (CCS) no Conselho de Ensino Para Graduados (CEPG), além de ter exercido várias outras atividades administrativas. Também se dedicou parte de seu tempo à pesquisa na área de Educação para a Ciência, realizando várias atividades de Extensão destinadas à identificação de novos talentos em Ciência através do ensino e propagação da Bioquímica e da Entomologia Molecular em conjunto com a Escola Municipal Anísio Teixeira, no Rio de Janeiro. Seu grupo produziu e distribuiu gratuitamente diversos materiais didáticos, a saber: revista em quadrinhos sobre o centenário da doença de Chagas, uma cartilha digital sobre a Bioquímica e Imunidade do Aedes aegypti, disponibilizada desde 2013. Por fim, organizou por mais de dez anos cursos de Férias sobre Entomologia Molecular para alunos e professores de escolas da rede pública do Estado do Rio de Janeiro.

Recebeu os Prêmios Antônio Luís Vianna (FUJB/UFRJ, 1999)  e Gorgas (American Society of Tropical Medicine and Hygiene, 2001). Em 2000, foi selecionado no programa Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE), um dos principais programas de fomento da FAPERJ, também considerado entre os de maior prestígio pela comunidade científica fluminense.

Mário nasceu no Piauí em 30 de janeiro de 1967, origem da qual muito se orgulhava. Ele era também um entusiasta do Brasil, da educação e da vida de um modo geral. Seu bom humor e disposição contagiantes sempre foram um exemplo e uma fonte de inspiração e força para todos nós que convivemos com ele de perto, nas mais variadas circunstancias da sua carreira, desde a iniciação científica até os últimos dias de sua vida.