Débora Motta
Solistas de Viva la mamma encarnam a divertida trama que se passa nos bastidores de uma ópera (Fotos: Divulgação) |
Uma ópera divertida, que narra os conflitos do elenco nos bastidores de uma ... ópera! Marcando a 20ª montagem do projeto Ópera na UFRJ, a "metaópera" Viva la mamma, uma das mais populares do compositor italiano Gaetano Donizetti, vai estrear no dia 22 de junho, às 19h, no palco do Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A Escola fica no bairro da Lapa, próxima ao Passeio Público. Com entrada franca e faixa etária livre, o espetáculo – com solistas, coro e a Orquestra Sinfônica da UFRJ – também será apresentado na sexta, dia 23, às 19h; no sábado, dia 24, e no domingo, dia 25, às 16h. Depois da temporada na Escola de Música, ele ganhará novos palcos e será montado na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, no dia 27, e nos teatros municipais de Petrópolis (9 de julho) e Niterói (14, 15 e 16 de julho).
Com adaptação e tradução do maestro Ernani Aguiar, a montagem conta a história de uma companhia de ópera italiana que desembarca no Rio, então capital do Império, em meados do século XIX. No enredo, as disputas de ego entre os artistas, membros da companhia, são narradas ao longo dos ensaios da ópera Romolo e Ersilia, que, na ficção, seria apresentada no teatro imperial São Pedro de Alcântara. Na vida real, esse teatro funcionou nos tempos do Império, exatamente onde hoje está instalado o Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, no Centro. O espetáculo explora, de forma cômica, a realidade e os percalços do fazer operístico da época.
De acordo com a diretora geral do espetáculo, Andrea Adour, que é professora da graduação em Canto da UFRJ, a vinda de companhias operísticas italianas ao Rio era um fato comum na vida cultural do Rio entre o século XIX e o início do século XX. “Eram companhias que deixavam a Itália e cruzavam o Atlântico em navios, muitas vezes em condições insalubres, sem o transporte adequado dos figurinos e cenários. O elenco se aventurava em um novo país, onde ficava exposto a doenças tropicais e nem sempre se hospedava em locais confortáveis. Às vezes, os empresários levavam calote ao desembarcar e não conseguiam montar o espetáculo. Dessas histórias reais, que garimpamos na hemeroteca da Biblioteca Nacional, surgiu a inspiração para adaptar a ópera Viva la mamma no Rio, pois a versão original, de Donizetti, conta a história de uma companhia que iria se apresentar em Nápoles, na Itália”, conta Andrea, que é proponente do projeto apresentado à FAPERJ, contemplado pela Fundação no edital Apoio à Produção e Divulgação das Artes no Estado do Rio de Janeiro.
Na companhia temos Corilla, a prima donna vaidosa pelos seus dotes vocais e artísticos; Procolo, seu marido, que desempenha a função de empresário particular da esposa; Biscroma, o maestro, e Prospero, o poeta, que discutem incessantemente sobre a maior importância do texto ou da partitura; Guglielmo, um tenor alemão incorporado à companhia por acaso na viagem transatlântica, é cantor diletante que não compreende muito bem nem o italiano nem o português; Luigia, a seconda donna do grupo, novata que está fazendo a primeira tournée profissional; Dorotea, veterana que se sente menosprezada, destinada a fazer apenas papeis secundários; o Empresário, que luta para que o espetáculo aconteça apesar do caos; o Inspetor do teatro carioca, que não aguenta tanta confusão; e por fim, Mamma Agata, uma matrona italiana intrometida, convencida de sua grande experiência como artista lírica, que se infiltra na companhia com o objetivo de ver sua filha Luigia conquistar os palcos.
A equipe da ópera concebida, encenada e produzida por estudantes, professores e profissionais da UFRJ: oportunidade para a prática profissional de artistas em formação na universidade |
Originalmente intitulada Le convenienze ed inconvenienze teatrali (As convenções e inconvenientes do palco), Donizetti estreou a ópera completa no Teatro della Cannobiana, de Milão, em 20 de abril de 1831. Viva la mamma é considerada a mais moderna das obras do compositor. Uma ópera onde as piadas vêm uma após a outra, dando oportunidade ao autor de parodiar o estilo musical que o fez famoso. Gaetano Donizetti, ao lado de Vincenzo Bellini e Gioachino Rossini, é um dos grandes compositores do bel canto, criando obras como L'elisir d'amore, Don Pasquale e Lucia di Lammemoor.
O coordenador de produção do Ópera na UFRJ, José Mauro Albino, lembra que o projeto já existe há 23 anos e, em 2017, vai apresentar o seu 20º espetáculo operístico. “Desde 2012, a FAPERJ vem apoiando o projeto, pelo edital Apoio à Produção e Divulgação das Artes no Estado do Rio de Janeiro. Em 2015, em decorrência desse apoio, foi lançada a publicação comemorativa Ópera na UFRJ – 20 anos, que recupera, em imagens e textos, toda a memória do projeto e resgata outras experiências de produção operística da Escola de Música”, recorda Albino, que foi coordenador do livro, junto com Márcia Carnaval.
A ópera é um espetáculo completo, que envolve meses de pesquisa, produção e ensaios. A diretora geral de Viva la mamma destaca que um dos méritos do projeto é ser um laboratório transdisciplinar para a produção de óperas pela universidade. Trata-se de uma oportunidade para a prática profissional e expressão artística de alunos de diversas áreas de formação da UFRJ – incluindo a Escola de Música, a Escola de Belas Artes e a Escola de Comunicação, com a participação de alunos da faculdade de Direção Teatral.
“O objetivo do projeto é formar acadêmica e artisticamente os estudantes de graduação dessas áreas. Nessa edição, também teremos a participação de estudantes da pós-graduação da Escola de Música (PPGM), incluindo o mestrado profissional do programa de pós-graduação em Música da UFRJ (Promus)”, diz Andrea. “Os figurinos e cenários são pesquisados e produzidos por estudantes de Indumentária e Cenografia, da Escola de Belas Artes, e da Direção Teatral – que está conduzido a direção cênica junto com outros dois alunos do PPGM. A regência será feita pelo aluno de mestrado profissional em Música Ubiratã Rodrigues. Os solistas são quase todos estudantes da graduação em Canto, pois há um aluno do curso de Licenciatura e outros dois de Regência, e parte da Orquestra Sinfônica da UFRJ também é de estudantes. Queremos abrir espaço para esses alunos, de diversos cursos, conceberem um trabalho de ponta”, conclui.
SERVIÇO
Data/Horário
22 e 23 de junho, 19h
24 e 25 de junho, 16h
Local
Salão Leopoldo Miguez, Escola de Música da UFRJ
Rua do Passeio, 98, Centro
Tel.: 2240-1441
www.musica.ufrj.br
Lotação: 300 lugares
Entrada franca / faixa etária livre
Data/Horário
27 de junho, 12h30
Local
Auditório Horta Barbosa, Centro de Tecnologia
Av. Athos da Silveira Ramos, 149, Bloco A, Cidade Universitária, RJ
Tel.: (21) 3938-7008
Lotação: 560 lugares
Entrada franca/faixa etária livre
Data/Horário
09 de julho, 16h
Local
Theatro Municipal D. Pedro, 17º Festival de Inverno de Petrópolis
Praça Expedicionários, s/nº, Centro, Petrópolis
Tel.: (24) 2235-3833
www.teatromunicipal.petropolis.rj.gov.br
www.dellarte.com.br
Lotação: 600 lugares
Entrada franca / faixa etária livre
Data/Horário
14 e 15 de julho, 20h
16 de julho, 19h
Local
Teatro Municipal João Caetano, Óperas de Inverno
Rua XV de Novembro, 35, Centro, Niterói
Tel.: (21) 2620-1624
www.culturaniteroi.com.br/municipal
Lotação: 292 lugares
Entrada: Inteira (R$ 10,00); Meia entrada (R$ 5,00); 1 k de alimento não perecível (R$ 5,00)
Faixa etária livre
FICHA TÉCNICA
Direção Geral
Andrea Adour
Direção Cênica
Daniel Salgado, diretor
Diana Maron, diretora assistente
Luiz Buarque, diretor assistente
Conrado Cerqueira, diretor assistente
Orientação: José Henrique Moreira
Direção Musical
Ubiratã Rodrigues, diretor e regente
Carlos Völker-Fecher, diretor assistente
Diana Maron, diretora assistente
Elenco
Corilla: Maria Gerk, Luísa Lima
Luigia: Amanda Gonzalez, Renata Vianna
Procolo: Kaique Stumpf
Mamma Agata: Marcelo Coelho, Cyrano Salles
Guglielmo: Roberto Montezuma, Guilherme Moreira
Dorotea: Carla Antunes, Hebert Augusto
L’Impresario: Thiago Teixeira
Inspetor: Iago Cirino
Biscroma Strappaviscere: André Novaes
Prospero: Saulo Laucas
Coro
Regente: Maria José Chevitarese
Tenores: Alberto Barbosa Santos, Bruno dos Anjos Pimentel, Carlos Eduardo Dias Barcelos, Fábio do Carmo de Sá, João Paulo Santiago da Rocha, Suelio Brendo Santos Almeida
Baixos: Anderson Bruno da Silva de Azevedo, Cícero Pires Pinto, Felipe Nunes Naim, Gilmar Nascimento Garantizado, Joseleno Moraes Gonçalves de Moura, Ullisses Areias de Paiva César
Pianistas: Gustavo Ballesteros, Jean Molinari, Thalysson Rodrigues
Orquestra Sinfônica da UFRJ
Direção artística: André Cardoso e Ernani Aguiar
Violinos: Adonhiran Reis, spalla, Adailson de Barros, Anderson Bruno, André Bukowitz, Angélica Alves, Caroline de Santa Rosa, Ewerton Cândido, Fábio Peixoto, Felipe Damico, Felipe Prazeres, Her Agapito, Iago Pereira, Israel Pessoa, Joel Victor Pereira, Joyce Teixeira, Kelly Davis, Luisa Chaim, Mariana Machado, Marília Aguiar, Mauro Rufino, Ricardo Coimbra, Sônia Katz, Talita Vieira
Violas: Carlos Eduardo dos Santos, Carlos Eduardo Tavares, Cecília Mendes, Denis Rangel, Erick Alves, Francisco Pestana, Ivan Zandonade, Ligia Maria Fernandes, Jessé Pereira, Jéssica de Oliveira, Rúbia Siqueira, Thais Mendes
Violoncelos: Eleonora Fortunato, João Bustamante, Márzia Miglietta, Mateus Ceccato, Paulo Santoro, Ricardo Santoro
Contrabaixos: Rodrigo Favaro, Saulo Bezerra, Tarcísio Silva, Voila Marques
Flautas: Mirian Valentim, Thaís Bacellar, Gabriel Carvalho
Oboés: Juliana Bravim, João Gabriel Sant’Anna, Leandro Finotti
Clarinetas: Felipe Santos, José Guilherme Palha, Matheus Martins
Fagotes: Paulo Andrade, Pedro Paulo Parreiras, João Luiz Maciel
Trompas: Tiago Carneiro, Gilieder Veríssimo, Sérgio Motta, Wilton Barbosa
Trompetes: Alex Ferreira, Ezequiel Freire, Luan Ferreira
Trombones: Brian Ronald, Josemar Souza, Nicolas Fernandes, Pablo Beato
Percussão: William Moraes, Pedro Moita
Direção de produção: Vanessa Rocha
Coordenação de palco: Paula Buscácio
Monitores: Carlos Eduardo Tavares, Felipe Damico
Lundu
Essa noite, oh céus, que dita
Composição: João Francisco Leal (publicado em 1830)
Pesquisador colaborador: Alberto Pacheco (Caravelas Brasil)
Arranjo para orquestra: Fabio Adour
Figurinos
Figurinistas: Bidi Bujnowski, Henrique Guimarães, Alessandra Moraes, Luna Vicente, Maria Luisa Marques; Assistentes: Diana Bulcão, Giulianna Natividade, Karoline Pereira, Isabel Vanderlei, Marcele Mendes, Luana Amâncio, Winnie Nicolau
Orientação: Desiree Bastos
Produção: Ouro Verde Produções
Cenografia
Cenógrafas: Caroline Amaral, Lívia Charret; 1ª assistente: Miriam Guilarducci; Assistentes: Kelly Malheiros, Nícolas Gonçalves, Vitória Cravo; Estagiários: Anya Louise, Jefferson Costa, Jovanna Souza, Lara Scaramussa, Lucas Cavalcanti, Sarah Mantuan, Stéphanie Morterá, Suellen Refrande; Pintura de arte: Mariana Leico; Cenotecnia: Humberto Jr. e equipe; Montagem: Beto de Almeida
Orientação: Andrea Renck
Produção: Ouro Verde Produções
Iluminação
Projeto de Luz: José Henrique Moreira
Operação: Ana Carolina Mandolini
Montagem e apoio técnico: Sistema Universitário de Apoio Teatral - SUAT
Arte Gráfica
Renan Salotto
Fotografia
Rafael Reigotto, Eneraldo Carneiro
Vídeo de divulgação
Alexandre Terto (som), Pedro Carvalho (edição), Yuri dos Santos (câmera), Tuker Marçal (direção)
Produção Ópera na UFRJ
André Garcez, Fabricia Medeiros, José Mauro Albino (Coord.)
Setor Artístico EM
Francisca Marques dos Santos, Jândia Backx, Paula Buscácio, Rosimaldo Martins, Suely Franco
Setor de Comunicação EM
Fernanda Estevam, Francisco Conte, Meri Toledo
Setor Financeiro EM
Fátima Tofano, Leandro Silveira, Leonardo Dantas, Luisa Gaspar
Gerência e Administração EM
Carlos Garcez, Felipe Zacur, Marcos Tenório, Fabiano Soares
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