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Publicado em: 27/07/2017
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Em busca das vocações estaduais para uma política de inovação

Débora Motta

A partir da esq., Renault, Cassiolato, Maria Isabel e José Manoel, durante o
debate sobre uma política de inovação estadual
(Foto: Lécio Augusto Ramos) 

Em tempos de crise, o caminho para a retomada do desenvolvimento estadual passa, entre outros fatores, por uma política efetiva de inovação científica e tecnológica voltada para a base produtiva fluminense. “É preciso encontrar uma alternativa regional de inovação, que leve em conta as particularidades do estado do Rio de Janeiro e as suas vocações econômicas”, disse o economista Jose Eduardo Cassiolato, que é professor associado do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ). Ele foi o palestrante da 19ª edição do Encontros FAPERJ, realizado na tarde desta quarta-feira, 26 de julho, na sede da Fundação. Dessa vez, o tema do encontro foi “Dilemas e Perspectivas da Política de Inovação”. O evento é organizado periodicamente pelo Núcleo de Estudos em Políticas Públicas para Inovação (Neppi/FAPERJ).

Cassiolato explicou que um erro recorrente dos técnicos na formulação de políticas de inovação no País é tentar importar modelos internacionalmente consagrados, mas que não se adaptam à realidade brasileira. “As políticas para estimular a inovação que são simplesmente copiadas das recomendações de organizações internacionais, como da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico], do Banco Mundial e da União Europeia, não apresentam resultados no Brasil, porque não temos uma conformação produtiva estruturada como existe há anos nos países desenvolvidos, que já têm um mecanismo de interação mais profunda entre universidades e empresas. Não dá para simplesmente transpor o modelo de inovação do Vale do Silício”, ponderou.

Ele destacou a necessidade de se ter uma visão sistêmica de inovação, aproveitando as potencialidades de desenvolvimento de acordo com as demandas locais. “É importante partir dos problemas de infraestrutura que ainda temos que enfrentar no estado, ou seja, das dificuldades dos serviços públicos essenciais, como saúde, abastecimento de água e rede de esgoto, para buscar soluções em inovação. A partir dessas demandas da sociedade, pode-se estimular a criação de consórcios envolvendo empresas e universidades, em parcerias público-privadas”, sugeriu o economista. “É possível reunir pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e empreendedores para desenvolverem soluções inovadoras em torno de um tema social, como o saneamento básico”, completou.

Nesse sentido, a FAPERJ pode ter um papel de destaque, como indutora da inovação estadual. “O investimento da FAPERJ para fomentar a inovação não deve ser pulverizado, mas efetivamente direcionado às necessidades econômicas e sociais do estado. Devemos ser propositivos, formar grupos de trabalho e apresentar ao governo um plano diretor relacionado a essa questão. Com uma política pública de desenvolvimento científico e tecnológico, a médio e a longo prazo, será possível chegar à recuperação econômica e social do estado”, disse a nova presidente da Fundação, Maria Isabel de Castro, que foi nomeada para o cargo no dia 4 de julho. 

No espírito de potencializar o investimento em inovação nas áreas de vocação econômica do estado, outra observação apontada no debate foi a necessidade de um olhar atento para a indústria criativa fluminense. “Temos que pensar em alternativas para promover a inovação a partir das atividades econômicas que caracterizam o Rio, como a vocação para a cultura, a realização de eventos, como o Carnaval, e o nosso parque audiovisual. Precisamos nos concentrar nessas demandas que têm a nossa cara. Em apenas cinco dias, o Carnaval injetou cerca de 3 bilhões na economia local, em 2017”, concluiu Cassiolato.

Estiveram presentes os coordenadores das agências de inovação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) – Ricardo Pereira e Shirley Coutinho, respectivamente –; o gerente da Incubadora de Empresas de Design da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Alessandro Valerio; o pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação da UFF, Vitor Francisco Ferreira; a coordenadora de Articulação e Fomento à Propriedade Intelectual e Inovação do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Rafaela Guerrante; o analista da Pesquisa de Inovação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PINTEC/IBGE), Flavio Peixoto; a pesquisadora da Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais (RedeSist), Helena Lastres; além de assessores da FAPERJ, entre outros. 

O Neppi/FAPERJ é coordenado por Thiago Renault, com a participação de Sergio Yates – ambos são assessores da Presidência da Fundação. O curador do Encontros FAPERJ, evento que completou três anos de atividades em 2017, é José Manoel Carvalho de Melloassessor da Presidência e também integrante do Neppi.

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