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Publicado em: 25/10/2004
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UFRJ desenvolve técnica para tratar lesões no joelho

Uma técnica pioneira no Brasil está prestes a revolucionar o tratamento de lesões de joelho. A descoberta consiste na retirada de fragmentos da cartilagem, cujas células são cultivadas em laboratório para formar novo tecido cartilaginoso, que é introduzido na lesão, regenerando a articulação original do joelho. Após um curto período de recuperação o paciente volta a ter vida normal, sem necessidade de novas intervenções cirúrgicas.

Segundo os responsáveis pela pesquisa, não há risco de rejeição, uma vez que, por ser uma célula autóloga, nunca provoca este tipo de reação. Para o paciente é solução duradoura. A pesquisa levou dois anos e foi realizada com apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro e recursos da FAPERJ. 

 

Coordenada pelo biólogo Radovan Borojevic a pesquisa foi realizada pela doutora Maria Eugênia Duarte, do Laboratório de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que desenvolveu a parte laboratorial, e pelo doutor Idemar Palma, do Hospital de Traumato-ortopedia (HTO), responsável pela parte clínica, em colaboração com o Instituto Nacional de Traumatologia (Into). Segundo Radovan, técnica semelhante só existe na Suíça e na Suécia, para o tratamento de lesões em esquiadores.

 

O coordenador da pesquisa explica que as lesões de joelho ocorrem, em geral, em jovens, causadas por impactos ou esforço repetitivo – jogadores de vôlei ou de futebol, por exemplo. Estas lesões não se regeneram e vão se agravando gradativamente, incapacitando para atividades esportivas e até mesmo normais, como caminhar.

 

“Atualmente essas lesões só são tratadas com próteses metálicas, que têm vida útil média de aproximadamente seis anos ou um pouco mais, dependendo da atividade a que são submetidas”, explica Radovan. Quando estão com sua funcionalidade comprometida, por causa do desgaste, é necessária nova cirurgia para troca da prótese. Como os pacientes normalmente são jovens e precisam substituir a prótese de tempos em tempos, a cada novo implante a região operada fica mais vulnerável, por conta da agressão aos tecidos provocada pela cirurgia. Com duas ou três intervenções já não há mais condições de se fazer novo implante e a pessoa fica com o movimento comprometido para sempre.   

 

O período de cultivo das células é curto. Leva, aproximadamente, três semanas, tempo necessário para que elas se expandam formando a nova cartilagem. A Doutora Maria Eugênia explica que o processo de expansão é muito trabalhoso, porque trata-se de um tecido com pouquíssimas células e de difícil cultivo. Segundo ela, a parte laboratorial está concluída e já foram feitos testes em pacientes humanos. A pesquisa já foi aprovada pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, o Conep, órgão que analisa o trabalho de investigação científica, para certificar que não foram transgredidas normas de conduta ética durante os experimentos. A equipe de cientistas começa já nos próximos meses uma série de testes finais, com vistas à utilização da técnica em regime clínico.

 

A equipe que desenvolveu o trabalho avalia que um tratamento com esse novo método será, pelo menos no princípio, complexo e caro, mas, com certeza, será mais barato e mais simples que a prótese, sem contar que a recuperação da lesão é duradoura, evitando novas intervenções cirúrgicas, o que traz enorme vantagem e conforto para o paciente. Mas a equipe faz uma advertência: este tipo de tratamento não se aplica a casos de artroses, artrites reumatóides e doenças degenerativas. A nova terapia só é indicada para traumas e lesões da cartilagem de joelho, alvo da pesquisa e do tratamento.

 

Para estabelecer o custo aproximado de um tratamento com a nova terapia é preciso agora, a partir dos testes, avaliar uma série de parâmetros, como tempo e localização da lesão, tempo de recuperação, entre outros fatores.

 

Links úteis

Conheça o trabalho desenvolvido nos laboratórios do Departamento de Histologia e Embriologia, no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro

http://www.histo.ufrj.br/

 

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