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Publicado em: 11/04/2003
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Congresso Brasileiro

Edna Ferreira  

Palestra sobre bio-polêmicas foi destaque no evento

 

Clonagem, armas biológicas, organismos geneticamente modificados (OGMs), ética e bio-terrorismo fizeram parte da apresentação da geneticista Lygia da Veiga Pereira, da USP, no Congresso Brasileiro de Biotecnologia 2003 – Desenvolvimento e Conservação, no auditório do Rio Othon Palace Hotel, em Copacabana. As bio-polêmicas, segundo a geneticista, estão sendo discutidas por autoridades governamentais, acadêmicas e empresariais do mundo inteiro. “Tudo é regulado por genes, da cicatrização ao envelhecimento, da gordura ao câncer. A medicina pós-genoma vai tratar as doenças genéticas manipulando direto os genes. A partir desse conhecimento se saberá o que se liga ou desliga geneticamente”, explicou.

 

De acordo com a geneticista, a polêmica maior é quanto ao uso dessas informações. De um lado, a medicina genética preventiva que ajudará as pessoas a adequar seu estilo de vida as pré-disposições dos genes. Do outro a discriminação e a falta de privacidade genética. “Uma empresa poderá pedir uma gota de sangue e por meio desse material descobrir se o candidato tem algum tipo de doença. Isso pode levar à não contratação do profissional. É um exemplo de discriminação genética”, disse.

 

Sobre a questão dos transgênicos, Lygia Pereira afirmou que a solução do impasse entre uma liberação facilitadora e a espera por uma comprovação completa está justamente no meio termo. “Ainda não sabemos se as plantas modificadas geneticamente são seguras, mas não podemos esquecer que existem seis milhões de famintos no mundo que precisam de alimento”, ponderou.

 

Para encerrar sua participação, a geneticista da USP falou sobre as clonagens terapêutica e reprodutiva. Essas técnicas utilizam células tronco retiradas de um embrião de cinco dias, que poderá produzir células de medula óssea, pâncreas e até do coração. O ponto mais polêmico entre estas técnicas está na destruição deste embrião, considerado um ser vivo, por alguns países, entre eles os Estados Unidos. “Para que possamos usufruir dos benefícios da medicina genética, devemos evitar erros como o da bomba atômica que foi construída a partir da descoberta do átomo. O conhecimento gera poder que precisa ser usado com responsabilidade”, opinou Lygia.

 

Auditório lotado na cerimônia de abertura

Cerca de 300 pessoas assistiram à abertura do congresso, no dia 14/04, que foi uma realização da Associação Brasileira de Empresas de Biotecnologia – ABRABI em parceria com a Petrobras, Universidade do Brasil (UFRJ) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDES).

Na mesa principal estavam presentes o secretário executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza; o presidente da ABRABI, Antonio Paes de Carvalho; o secretário de estado de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio de Janeiro; Tito Riff; o senador Leomar de Melo Quintanilha; o diretor presidente da FAPERJ, Epitácio Brunet; o reitor da UFRJ, Sergio Fracalanza; o gerente de Inovação do Sebrae, Paulo Alvinho; chefe da Divisão Embrapa-Agrobiologia, Maria Cristina Prata Neves; o diretor da FINEP, Odilon Macuso do Canto; e Fernando Almeida, representando o CEBDES.

 

No discurso de abertura, o professor Antonio Paes de Carvalho apresentou dados sobre os novos rumos da biotecnologia nos próximos anos. Segundo ele, a indústria se volta agora para os bionegócios no Mercosul, nas áreas da agricultura e agrobusiness. “Este é um mercado promissor de US$ 12 bilhões, com 70 mil cientistas e onde se concentram 3% da produção mundial em ciência e tecnologia”, informou.

 

O presidente da ABRABI traçou um quadro do empresamento biotecnológico no Brasil, mostrando que hoje são 304 as empresas concentradas nas regiões sul e centro-sul do país. A área de saúde humana reúne o maior número de empresas, 74, o que representa 24% do cenário nacional. Antes de encerrar sua apresentação, Paes de Carvalho prestou uma homenagem ao professor Marcos Mares Guia, fundador da Biobras e da ABRABI, que faleceu no ano passado.

 

 

 

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