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Publicado em: 24/02/2005
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Belita Koiller ganha Prêmio L'Oréal/Unesco

Belita KoillerPor suas pesquisas teóricas sobre elétrons em ambientes desordenados, como vidros, ligas e nanoestruturas, a professora-titular de Física da UFRJ Belita Koiller (foto) receberá, em 3 de março, o prêmio Unesco/L’Oréal para Mulheres na Ciência de 2005. O prêmio de US$ 100 mil será entregue a cinco pesquisadoras – uma de cada continente - em cerimônia na sede da Unesco, em Paris, com a presença de autoridades e personalidades do mundo científico e diplomático, além da mídia internacional.

 

Pesquisadora sênior (atualmente 1A) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) desde 1985 e primeira física titular da Academia Brasileira de Ciência, Belita coordenou a área de Física da FAPERJ de 1999 ao fim de 2004, quando todos os coordenadores de área da Fundação foram substituídos. Em sua trajetória, conquistou reputação de excelente professora e orientadora de teses, encorajando e inspirando novas gerações de físicos brasileiros. Em 2002, foi condecorada Comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

 

Belita é a terceira brasileira a conquistar o prêmio, que ano a ano alterna seu foco entre as Ciências da Vida e as Ciências Exatas. Em 2001, a geneticista Mayana Zatz, da USP, foi laureada por suas pesquisas em distrofia muscular; em 2004, o reconhecimento foi para a bioquímica Lucia Mendonça Previato, da UFRJ, por suas contribuições no entendimento do mecanismo da interação entre o Trypanosoma cruzi - o protozoário parasita responsável pelo mal de Chagas - e as células hospedeiras humanas.

 

A escolha das vencedoras cabe a um juri internacional, composto por grandes nomes da ciência mundial e presidido por um prêmio Nobel. O belga Christian de Duve, Nobel de Medicina de 1974, conduz a discussão sobre Ciências da Vida, e o francês Pierre-Gilles de Gênes, Nobel de física de 1991, orienta o debate nas Ciências Exatas.

 

Desde o início da carreira, Belita Koiller dedicou-se a elucidar sistemas experimentais complexos da matéria condensada. Mais recentemente, suas pesquisas sobre semicondutores exerceram grande impacto em dois campos da física atual: a computação quântica e as nanociências. Doutorada na Universidade da Califórnia em Berkeley, em 1975, a pesquisadora, que publicou diversos artigos em revistas internacionais de física, ganhou importância mundial nos estudos sobre as inter-relações dos mundos macroscópicos e microscópicos.

Os semicondutores, símbolo do mundo moderno

Um semicondutor é um cristal que contém impurezas convenientemente escolhidas, de maneira a obter uma condutividade controlada. Nas últimas décadas, essa linha de pesquisa evoluiu a passos largos, dando origem ao mundo “transistorizado” em que vivemos, com telefone, computador, CD, DVD etc.

 

Belita dedicou-se ao estudo de cristais e da modificação das suas propriedades. Ela elucidou o comportamento eletrônico e ótico das ligas semicondutoras através de uma descrição da desordem na escala atômica. Os físicos buscam simplificar os sistemas, a fim de isolar os fenômenos que os caracterizam. Como as três dimensões são matematicamente complexas demais, a pesquisadora começou examinando os efeitos da desordem nos sistemas de uma dimensão, utilizando as ferramentas da mecânica estatística, antes de passar para a desordem química nos materiais comuns de três dimensões. Estes métodos foram utilizados com proveito pela comunidade dos físicos nos estudos de materiais unidimensionais e até mesmo de dimensões fracionárias (fractais).

 

Os trabalhos mais recentes da pesquisadora são relacionados à busca do computador quântico. As perspectivas são de que estes últimos estudos exerçam influência positiva na criação de aparelhos de computação quântica.

 

Belita também atua no campo das nanociências e da nanotecnologia, em que os diversos artefatos serão fabricados átomo por átomo. Ela estudou o comportamento eletromecânico dos nanotubos de carbono e as propriedades óticas dos pontos quânticos semicondutores, exemplos de artefatos automontados e auto-organizados. Os nanotubos de carbono e os pontos quânticos semicondutores tiveram suas propriedades eletrônicas e óticas pesquisadas segundo sua composição atômica e posição.

 

Brasil vence também na categoria Cientistas Promissoras

 

No programa L'Oréal/ Unesco Fellowship 2005, que seleciona quinze jovens cientistas promissoras em todo o mundo, o Brasil também está representado. A médica paraense Michelle Lucinda de Oliveira vai receber US$ 20 mil e uma bolsa/estágio em uma instituição de sua escolha para desenvolver sua pesquisa sobre câncer de fígado e a implementação de novas estratégias de tratamento desta doença. Doutora em Medicina, Michelle é cirurgiã no Departamento de Cirurgia Gastrointestinal da Universidade Federal de São Paulo.

 

A comissão de seleção das bolsas Unesco-L’Oréal examinou 111 processos de candidatas de 61 países. As laureadas de 2005 defenderam projetos na área de agricultura e desenvolvimento sustentável, bioinformática, biologia molecular e neurobiologia.

 

Mais informações: http://www.forwomeninscience.com/

 

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