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Publicado em: 14/04/2005
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Fibra de coco verde substitui o xaxim ameaçado de extinção

Marina Lemle

Ameaçado de extinção e protegido por lei desde 2001, o xaxim continua sendo extraído irregularmente na Mata Atlântica – onde também se encontra uma alternativa promissora: o coco verde. A fibra reciclada do fruto tem se mostrado um substituto altamente satisfatório para o cultivo de flores e plantas ornamentais.

Sob a coordenação da professora Janie Mendes Jasmim, uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Fitotecnia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) desenvolve o projeto Tecnologias para a produção de plantas ornamentais e flores no Rio de Janeiro com uso de fibra de coco verde, apoiado pelo governo do estado através de um programa da FAPERJ. O projeto foi aprovado em 2004 no âmbito do edital Primeiros Projetos e está em plena consonância com o esforço do governo estadual para identificar e apoiar projetos científicos que resultem em desenvolvimento econômico e social.

 

O grupo pesquisa a aplicação da fibra de coco na composição de substrato para espécies ornamentais, como bromélias, palmeiras, ravenalas e orquídeas, e na confecção de artefatos como vasos, placas e tutores (palitos) para o cultivo de plantas, semelhantes aos feitos com xaxim.

 

Pesquisas demonstram que a fibra de coco tem boas características físicas – como retenção de água, porosidade, densidade – e, quando usada em mistura com substrato comercial, melhora estas características, inclusive tornando o material mais leve. Além disso, o procedimento reduz o custo de aquisição de substratos comerciais industrializados e ainda ajuda a eliminar um resíduo abundante - a casca de coco. “A utilização da fibra para produzir vasos e outros artefatos é uma forma de se agregar valor às propriedades que cultivam e beneficiam o coco verde engarrafando sua água. É uma maneira de se gerar renda eliminando o lixo”, resume a pesquisadora.

 

A fibra é usada na composição do substrato em mistura com outros materiais ou mesmo pura, substituindo a fibra de xaxim ou parte de substratos comerciais hoje utilizados. No atual estágio da pesquisa, a equipe estuda qual a melhor proporção de fibra e a adubação mais conveniente para as plantas.

 

“Os experimentos realizados têm mostrado um bom crescimento das plantas cultivadas em fibra de coco quando comparadas àquelas cultivadas em materiais convencionalmente usados. Já confeccionamos e testamos com plantas os tutores de fibra de coco, usando ao mesmo tempo substrato igualmente composto de uma mistura contendo a fibra. Esses materiais foram comparados com tutores de xaxim e com substrato que continha xaxim em sua composição. Os resultados são promissores”, afirma Janie Jasmim. A pesquisa está publicada na revista Horticultura Brasileira, edição de janeiro/março de 2004.

 

 

Para preparar a fibra usada como substrato, o coco é cortado e depois triturado na picadeira de capim. O produto então é colocado para secar ao ar livre sobre uma mesa com armação e pés de madeira com tampo feito de tela (tipo sombrite), para que haja ventilação de baixo para cima.

 

De acordo com Janie, embora os teores de potássio, sódio e cloreto sejam elevados na fibra, as espécies de plantas pesquisadas até o momento não têm apresentado restrição de crescimento ou indícios de toxidez decorrente disso. Também não se tem observado acúmulo excessivo desses nutrientes nas plantas que apontem como causa a fibra de coco. “É importante estabelecer para cada cultivo a condição mais adequada para o uso da fibra, o que envolve, sobretudo, manejo de adubação e irrigação”, explica.

 

Além do trabalho de oito alunos, envolvendo iniciação científica, mestrado e doutorado, o grupo conta com a colaboração de produtores do estado e de professores de outras universidades e departamentos da Uenf.

 

“Agora estamos numa etapa em que pretendemos aprimorar o que obtivemos e desenvolver vasos semelhantes àqueles feitos de xaxim, justamente para substituí-los. Já existem alguns materiais de fibra no mercado, mas nosso objetivo é ter tecnologia própria e mais acessível para a produção dos vasos”, afirma Janie.

 

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