Em palestra no auditório do Hospital Pró-Cardíaco nesta quinta-feira, 18 de agosto, o diretor-presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho, defendeu o amplo envolvimento da sociedade no debate em torno das questões relativas à bioética, que vêm suscitando acaloradas discussões no meio científico e também no Congresso Nacional. “Somos um país predominantemente cristão, o que nos impõe a realização de um amplo debate em torno dos aspectos sociais, legais, culturais e éticos, no que toca as discussões relativas ao campo da bioética”, disse.
A declaração de Rocha Filho foi feita durante apresentação na mesa de abertura do evento Movimento Pró-Ética/Encontro de Comitês de Ética em Pesquisa. Ele disse ainda que toda e qualquer discussão em torno da ética precisa considerar a distribuição dos recursos. “Todo debate sério em torno da ética terá de considerar a distribuição de riquezas. Este é, sem nenhuma dúvida, o grande gargalo para o desenvolvimento do país”, opinou.
Intitulada Política de Fomento à Pesquisa no Brasil, a mesa de abertura, que contou com a participação de representantes dos ministérios de Ciência e Tecnologia e da Saúde, teve a coordenação do cardiologista Hans Fernando Dohmann, do Pró-Cardíaco. Nesta sexta-feira, 19 de agosto, o evento termina com o Encontro de Comitês de Ética em Pesquisa, no Centro de Convenções do Hotel Flórida.
Titular da FAPERJ afirma que é preciso corrigir as desigualdades sociais
Durante sua apresentação, Rocha Filho falou em linhas gerais da atual política de fomento do governo estadual e lembrou que o Rio de Janeiro possui um parque científico-tecnológico que é parte importante do patrimônio do estado. “Temos hoje o desafio de resguardar esse patrimônio com uma política de estado que garanta a sua preservação e otimize os seus recursos”, disse. O titular da FAPERJ revelou que a Fundação trabalha em regime permanente no diagnóstico das competências no estado e também para identificar as principais carências do setor. “Só assim poderemos corrigir as desigualdades”, declarou.
Ao abordar o assunto da bioética, Rocha Filho questionou a defesa da bioética de fronteira – tema que trata das novas tecnologias biomédicas aplicadas sobretudo à fase nascente e à fase terminal da vida – em detrimento da bioética do cotidiano. “Pessoalmente, acho que seria oportuno buscar mais recursos para o trabalho de prevenção na área de saúde”, opinou. A bioética do cotidiano está voltada para a humanização da medicina, em processo no qual a população se beneficiaria da evolução científica da medicina e da socialização da assistência sanitária, com o aporte de mais recursos para o setor de saúde. “Na minha especialidade, a engenharia, a prevenção é fundamental para o sucesso de qualquer iniciativa’, lembrou.
Participaram da mesa de abertura do evento, além do presidente da FAPERJ, o vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Fiocruz e presidente do Conselho Superior da FAPERJ, Reinaldo Guimarães; o superintendente da Área de Universidades e Instituições de Pesquisa da FINEP, Ricardo Gattas; e a Coordenadora Geral de Desenvolvimento Institucional do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Márcia Motta.
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