O seu browser não suporta Javascript!
Você está em: Página Inicial > Comunicação > Arquivo de Notícias > Cooperação sino-brasileira avança no campo da paleontologia
Publicado em: 06/10/2005
ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br

Cooperação sino-brasileira avança no campo da paleontologia

Paul Jürgens

 

A pesquisa fluminense da área de paleontologia voltou a atrair a atenção da comunidade científica internacional nesta quarta-feira, 5 de outubro, ao anunciar a descoberta de duas novas espécies de pterossauros – répteis voadores – encontrados na China. O estudo foi realizado ao longo dos últimos dois anos em conjunto com cientistas chineses. O diretor-presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho, convidado a participar da solenidade, disse que o sucesso da cooperação sino-brasileira no campo da paleontologia mostra que a FAPERJ acertou ao apoiar as pesquisas conduzidas pela equipe do Museu Nacional/UFRJ – uma das instituições envolvidas no trabalho.

“Resultados como esse representam, para nós que estamos à frente da FAPERJ, a máxima eficácia no emprego dos recursos da Fundação na pesquisa fluminense”, disse Rocha Filho. “É uma satisfação muito grande contribuir para o apoio de uma parceria tão importante como essa entre cientistas chineses e brasileiros”, completou. A descoberta foi descrita em artigo publicado nesta quarta-feira na revista Nature. O artigo é assinado por Alexandre Kellner, do Museu Nacional/UFRJ, Diógenes de Almeida Campos, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), e Xiaoling Wang e Zhonghe Zhou, ambos do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia de Pequim.

Os fósseis das duas novas espécies, chamadas de Feilongus (dragão voador em chinês) youngi (homenagem ao primeiro cientista chinês a descrever um pterossauro na China) e Nurhachius ignaciobritoi (homenagem ao fundador da dinastia Ching e ao pesquisador brasileiro Ignácio Brito) foram encontrados na província de Liaoning, no noroeste daquele país. Os répteis tinham em torno de 2,4 metros de envergadura e – estimam os pesquisadores – se alimentavam principalmente de peixes e insetos.

A descoberta dos fósseis, que datariam de 120 milhões de anos atrás, abriu caminho para a criação de uma nova teoria sobre a ocupação e competição entre aves e pterossauros no período Cretáceo (entre 140 e 65 milhões de anos). Para Kellner, os pterossauros ocupariam as regiões costeiras e as aves, o interior das terras. “A descoberta de Liaoning talvez possa ajudar a esclarecer essa hipótese, já que até aqui foram encontrados 140 exemplares de pterossauros contra cerca de 2 mil aves”, disse. “Isso revela de alguma forma que as aves se encontravam melhor adaptadas ao ambiente do interior”, explica. O próximo passo, segundo o pesquisador, é refinar a pesquisa para responder de forma mais precisa a essas premissas.


Parceria dá início a era de cooperação entre os dois países

O trabalho publicado na Nature é fruto de um acordo de cooperação entre as Academias de Ciência de Brasil e China para o estudo de espécies de répteis voadores encontradas pelos chineses. “O contato inicial entre os pesquisadores dos dois países surgiu após a identificação, na China, de um pterossauro com características do mesmo grupo de um réptil voador que Kellner e eu havíamos encontrado no Chapada do Araripe (situada em área que abrange a divisa de três estados do país: Ceará, Piauí e Pernambuco)”, disse Campos, que esteve na China em 2004.

Os especialistas não hesitam em apontar o território chinês como um dos mais importantes e promissores depósitos fossilíferos do mundo para a pesquisa científica. Os achados chamam mais uma vez a atenção para a longa lista de descobertas de restos de dinossauros e seus contemporâneos encontrados na região nordeste da China. Os dois pterossauros foram achados em Jehol, a oeste da província de Liaoning. Com a descoberta, anteriormente, de peixes, dinossauros e aves primitivas, os fósseis dos répteis voadores consagra esta região como um dos locais mais ricos do mundo no que toca a diversidade no período Cretáceo. Foi na Formação Yixian onde foi encontrado o crânio do Feilongus youngi. Segundo Kellner, este exemplar tem uma característica que o diferencia de outros répteis de seu grupo, possuindo um maxilar inferior mais curto que o superior.

Os animais descritos pela equipe liderada por Kellner pertencem a um grupo de pterossauros encontrados apenas na Europa. Mas a pesquisa promete ter novos desdobramentos no futuro. Como disse Campos, restará explicar por que os bichos teriam parentesco com répteis da Chapada do Araripe, embora tenham vivido em continentes tão distantes.

Galeria de imagens

Compartilhar: Compartilhar no FaceBook Tweetar Email
  FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Av. Erasmo Braga 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.020-000 - Tel: (21) 2333-2000 - Fax: (21) 2332-6611

Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes