Paul Jürgens
A paisagem à sua volta não é nem de longe a mesma de há cerca de 100 anos, quando da sua inauguração pelo então prefeito Pereira Passos. Mas se o passar do tempo provocou muitas mudanças no território que hoje ela ocupa no espaço central da metrópole, a Avenida Rio Branco manteve sua importância na geografia urbana da cidade. Passado mais de um século, a antiga Avenida Central continua sendo o principal eixo de integração da cidade e ainda o seu mais importante centro de negócios. O interesse pela trajetória da avenida levou a pesquisadora Susana Mara Miranda Pacheco a se debruçar sobre uma multiplicidade de dados e informações sobre o espaço e os limites desse território. O estudo, que ganhou o título de O Mundo dos Serviços no Centro do Rio de Janeiro: Av. Rio Branco e Adjacências, foi contemplado no edital Primeiros Projetos da FAPERJ.
Batizada inicialmente de Avenida Central, a nova artéria, que permitiu a comunicação do centro comercial da cidade ao cais recém-ampliado, passou, em
“A Rio Branco resiste galhardamente a uma tendência de urbanização dispersa, como a ida de alguns negócios para a Barra da Tijuca”, avalia Susana, que desenvolve a pesquisa no Departamento de Geografia da Uerj. Doutora
A pesquisa de Susana irá mostrar, por exemplo, como a região em torno da avenida, depois de um movimento de descentralização ao longo dos anos, se recentraliza de forma diferente, com a revitalização de seu espaço. “A volta dos bares e a re-transformação do centro em área de lazer retoma o que ela era antes, em seus primórdios”, explica a pesquisadora.
A pesquisa, que abrange o período de
Das atividades que ocupavam o centro do Rio no início do século XX, muitas desapareceram, como as de chapeleiro, fogueteiro, açougueiro e carpinteiro. Outras, simplesmente mudaram de nome, e continuam por lá, como o antigo guarda-livros, hoje contador. Entre as atividades que surgiram em lugar de outras que se foram, ganha destaque os serviços prestados por consultorias na área da informática e os consultores de empresas. Uma primeira análise de alguns dos números da pesquisa revela que os advogados, que constituíam apenas 9% da atividade comercial em 1906 hoje representam – de longe – o principal grupo de profissionais na região do centro, com 51%.
Os recursos que recebe da FAPERJ auxiliam Susana em seu estudo, suprindo eventuais necessidades de sua equipe de colaboradores. A pesquisadora destaca, no entanto, o reconhecimento por seu trabalho como um dos aspectos mais importantes do apoio da instituição. “É importante ter o reconhecimento de instituições de fomento como a FAPERJ. É como uma chancela ao trabalho que nós pesquisadores fazemos”, diz. No início de
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