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Publicado em: 02/02/2006
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Tecnologia e design a serviço da alfabetização de crianças surdas

      Fotos: Divulgação
             

      Rita Couto: jogos interativos   
         auxiliam a alfabetização

As dinâmicas e o fascínio exercido em crianças e adolescentes proporcionadas pelo universo de fantasia do RPG (Role Playing Game) – jogos geralmente baseados em histórias de fantasia em que o leitor, de acordo com decisões que toma entre várias opções dadas, chega a um final diferente – têm chamado a atenção de profissionais voltados para a educação no Brasil. O fato levou uma equipe de pesquisadores do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio a estabelecer em 2003 uma parceria com o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) para estudar o uso do RPG na educação de surdos. Um dos resultados desse convênio é a pesquisa Do concreto ao virtual: interação e interatividade no letramento de indivíduos surdos, coordenada por Rita Maria Souza Couto, contemplada com uma bolsa Cientista do Nosso Estado da FAPERJ.

 

A pesquisa busca auxiliar a alfabetização bilíngüe de surdos – em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e português escrito – através da criação de dois tipos de materiais: um objeto virtual e outro concreto. O cenário virtual é um mapa parcial e navegável da cidade do Rio de Janeiro com quatro opções: Quartel Central do Corpo de Bombeiros, Jardim Zoológico, Maracanã e Pão de Açúcar. No caso deste último cenário, ao clicarmos no mouse vemos um local com cinco personagens: um turista, um macaco, um hidrante, um alpinista e o bondinho. Cada personagem pode realizar algumas tarefas, de acordo com a escolha do jogador. “Os atores do jogo também se relacionam entre si. A cada novo elemento do jogo ou à escolha do jogador, seu nome em Libras e português escrito surgem na tela, para ilustrar as duas formas de linguagem”, explica Rita Couto.

 

Para cada cenário e conjunto de peças do jogo de computador há uma correspondência na versão concreta; um jogo de trilha para piso formado por peças de borracha com um centímetro de espessura, em diversas cores e em várias formas geométricas que se encaixam permitindo diferentes direções de caminho. “No jogo concreto as frases em português escrito e em LIBRAS são projetadas em cartas. Se na versão virtual houver uma área sensível sobre o chapéu do bombeiro, na concreta haverá um chapéu de bombeiro. Ou seja, haverá uma correspondência direta entre os dois jogos, o que permitirá trocas entre o virtual e o concreto”, compara a pesquisadora.

 

Rita Couto lembra que ambos os objetos de sua pesquisa tem um ponto de partida em aberto e não tem um final definido, que podem ser bem variáveis, seguindo os princípios do RPG. Para a pesquisadora esse tipo de jogo é extremamente útil na educação de crianças surdas por suas características de socialização, narrativa, interatividade, interdisciplinaridade e cooperação. “A partir de 1999, editoras de RPG começaram a editar materiais com fins paradidáticos que alguns educadores vem cada vez mais adotando em escolas, principalmente as de ensino fundamental”, conta.

 

          
     Cenário virtual do Pâo de Açucar estimula interatividade
A professora espera que sua pesquisa contribua para a diminuir a discriminação. Ela ressalta a importância de seu projeto alfabetizar as crianças de maneira bilíngüe; em Libras e em português escrito. “Durante muito tempo se negou que o surdo fosse portador de características culturais próprias, como se isso fosse excluí-lo. Nossa intenção é que o surdo não se sinta deficiente, e sim diferente, com suas características culturais próprias, mas como parte da sociedade”,explica.

 

Pelo fato dos jogos serem tanto em LIBRAS como em português escrito, sua eficácia não será testada apenas alfabetização de surdos. Para Rita Couto, o desafio que sua pesquisa coloca é que o campo do Design possa descobrir no processo de ensino e aprendizagem, possibilidades de interação e interatividade entre professores, alunos ouvintes e não-ouvintes, informações e métodos educacionais.”Esses objetos que estamos desenvolvendo podem ser testados tanto por crianças surdas como ouvintes. Planejamos experimentar os dois jogos não apenas no INES mas também em escolas que tenham grupos de alunos ouvintes e não ouvintes”, conclui.

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