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Convênio ajudará a revitalizar Parque Paleontológico de Itaboraí
Um convênio intermediado pela Instituto Virtual de Paleontologia da FAPERJ e assinado na sede da Fundação esta semana promete dar novo impulso ao projeto de revitalização Parque Paleontológico de Itaboraí. Resultado de um acordo celebrado entre a Petrobras e o Instituto Walden – Tempo Homem e Natureza, a iniciativa irá garantir o repasse, pela estatal, de um montante de R$ 268 mil, a ser investido em obras de demarcação do parque e na instalação de um Centro de Formação Profissional que deverá beneficiar moradores da comunidade local. A área do parque, situado no distrito de Cabuçú, a cerca de 45 kms da cidade do Rio de Janeiro, é considerada um dos mais importantes sítios geo-paleontológicos e arqueológicos da América do Sul por registrar fósseis terrestres na idade de 70 milhões de anos.
Durante a cerimônia, o gerente de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) da Petrobras, Ricardo Moni, disse que a estatal do petróleo acredita que as empresas devem contribuir para o desenvolvimento do país através de programas e iniciativas de responsabilidade social e ambiental. “A ciência precisa do aporte de recursos para garantir o trabalho de seus pesquisadores. A Petrobras tem certeza de que esse projeto não só ajudará a preservar a memória do país como também a alavancar a realização de novos estudos na área científica, iniciativas essenciais para se alcançar o conhecimento e garantir nosso desenvolvimento social e econômico”, disse.
O representante do Instituto Walden, Luiz Felipe Pena, afirmou que a celebração do convênio tinha a importância de um dia de festa para a entidade. “Hoje estamos dando um pequeno grande passo para a recuperação desse patrimônio cultural brasileiro”, destacou. O instituto, criado há cerca de três anos e designado no acordo como gestor dos recursos, leva o nome do título de uma das obras do autor americano Henry David Thoreau (1817-1862), celebrado como um dos primeiros a manifestar preocupações com o meio ambiente.
O diretor-presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho, destacou o trabalho feito pelo Instituto Virtual de Paleontologia (IVP) – um dos oito do gênero criados e mantidos com o apoio da Fundação – visando a recuperação da área degradada do parque de Itaboraí após 50 anos de exploração mineral. “Com esse convênio, testemunhamos mais uma vez a realização de uma parceria que permite conectar a base do conhecimento ao setor produtivo, incluindo setores do estado”, disse. “A compreensão da escala geológica, e nesse sentido está provado que o parque tem relevância histórica, é fundamental para assegurar iniciativas baseadas no desenvolvimento sustentável”, acrescentou.
A coordenadora do Instituto Virtual de Paleontologia (IVP), Maria Antonieta Conceição Rodrigues, fez, na ocasião, uma exposição do trabalho desenvolvido por integrantes do IVP na área do parque. A FAPERJ, através do programa Jovens Talentos, contribui com bolsas para alunos do ensino médio, engajados em projeto de pesquisa desenvolvida no Parque Paleontológico de Itaboraí nas áreas de geologia, paleontologia, arqueologia, arqueologia histórica, educação e meio ambiente. “Este ano, formamos nossa primeira turma de 18 bolsistas, treinados para serem guias-mirins e guardiões do parque. Até o final do ano, teremos uma nova turma e mais jovens residentes no município serão contemplados”, disse.
No dia 12 de dezembro, o parque irá completar 11 anos desde o anúncio de sua criação em 1995. “Nosso projeto original prevê a criação de um museu, de trilhas ecológicas/geológicas, laboratórios e infra-estrutura para os visitantes”, lembrou.
Há pouco mais de dois anos que o IVP vem trabalhando em parceria com diversas instituições na recuperação do parque. Com a colaboração do Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM-RJ), por exemplo, foi colocada em março passado uma placa indicativa do local na auto-estrada BR-101.
A Bacia Calcária de São José de Itaboraí, apesar de suas reduzidas dimensões, é extremamente rica em fósseis, tendo sido ao longo dos anos objeto constante de estudo por parte de pesquisadores nacionais e estrangeiros. Ali, foram encontrados vestígios da presença do homem pré-histórico, que têm sido utilizados em estudos que visam traçar o roteiro da ocupação humana nas Américas. O local possui registros de rochas que variam de cerca de 70-65 milhões de anos.
Participaram da cerimônia de assinatura, além de Ricardo Moni, Maria Antonieta, Rocha Filho e Luiz Felipe Pena, o presidente do DRM-RJ, Flavio Erthal; a diretora de Geologia do DRM-RJ, Kátia Mansur; o diretor científico da FAPERJ, Jerson Lima Silva; o coordenador do Programa Jovens Talentos da Fundação, Jorge Belizário; e o coordenador dos Institutos Virtuais, Francisco Cláudio.