Mônica Maia
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Diagrama de conexões de redes tecno-sociais |
Assim a pesquisadora examina como uma ONG como o Afroreggae, de Vigário Geral, por exemplo, se relaciona com outras ongs nacionais e organismos internacionais como a Unicef ou Greenpeace para obter resultados práticos de suas demandas sociais, políticas ou culturais. O trabalho atual, focado na E-democracia e na inovação social proporcionada por novas políticas públicas de gestão da cidade, é um desdobramento de outro realizado no ano passado chamado Redes tecno-sociais na gestão democrática da cidade.
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Tamara Egler coordenou equipes |
Esses grupos atuam nas cidades tendo as redes tecno-sociais como objeto de estudo, e a meta é desenvolver uma investigação estruturada em dois eixos - um primeiro para estudar a arquitetura institucional das redes e um segundo para reconhecer as práticas políticas dos atores dessas redes. Para fazer o desenho da arquitetura dessas redes realizaram um levantamento de políticas públicas setoriais, ordenadas em sete grandes categorias: política, sociedade, cultura, economia, saneamento, direito e urbanismo e planejamento.
Esses dados foram depositados em uma plataforma na Internet. Para fazer essa coleta, uma ficha requisitando as informações relativas à identificação das instituições, os dispositivos técnicos utilizados, as formas de ação e os atores em rede foi enviada. "Nosso objetivo é entender de que forma novas tecnologias permitem a comunicação de todos, e como podem ampliar a capacidade de ação política das redes sociais de gestão democrática da cidade", conta a arquiteta que lançará o livro Ciberpólis: redes no governo das cidades, no início do segundo semestre, pela editora 7 Letras.
Corredor digital e as novas redes tecno-sociais
O direcionamento da nova investigação acadêmica foi apontado pelo processo de renovação social nas políticas públicas, conhecido como Corredor Digital, que interliga as cidades de Piraí, Barra do Piraí, Mangaratiba, Valença, Rio das Flores, Rio Claro e Vassouras. Assim, a partir do corredor digital se poderá avaliar o programa de digitalização de políticas públicas no estado.
"A digitalização em Piraí colocou esse município em primeiro lugar em políticas públicas de informática e inclusão digital", ressalta, explicando que o projeto nasceu de uma pesquisa do professor Franklin Dias Coelho, do departamento de economia da UFF, e transformou-se em política do ex-prefeito de Piraí, Luiz Fernando Pezão, atual vice-governador do estado, com o programa Piraí Digital.
"Ele acolheu a idéia e a transformou em política pública. Isso se espalhou por todos os municípios vizinhos. Como muitos municípios se interessaram e o projeto foi se multiplicando, acabou se transformando no Corredor Digital - uma rede de municípios que tem por objetivo usar novas tecnologias no governo das cidades, e viabiliza, por exemplo, a informatização de escolas, telecentros e a universidade virtual de Piraí", diz a pesquisadora que pretende também avaliar como o processo está acontecendo na cidade do Rio de Janeiro.
Dessa forma, o uso das novas tecnologias transforma também os processos espaciais: "É nosso objetivo reconhecer essa mudança no que se refere ao território e à sociedade. Trata-se de compreender como as novas tecnologias possibilitam o exercício de políticas públicas a partir de formas alternativas de interação entre governo e sociedade. O que nos convida a examinar como as tecnologias transformam a produção econômica, as políticas públicas e essas novas formas de interação social, no sentido de se reconhecer se de fato elas conduzem ao desenvolvimento", analisa Tamara Egler.
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Urbanismo é tema do Corredor Digital do estado |
"Se Mangaratiba e Valença se integram, isso gera uma nova ordem regional e interurbana. O que vai acontecer quando as redes integrarem as prefeituras? Vamos ver. Penso que está se desenvolvendo um novo conceito", diz, sublinhando que o exemplo de Piraí poderá ser reproduzido em todo o estado. "Precisamos saber como isso vai acontecer, porque todo mundo está olhando a experiência de Piraí. Espero que essa pesquisa permita realizar uma avaliação das potencialidades e limites das tecnologias para o desenvolvimento social", diz. O estudo está estruturado em três eixos de investigação: um primeiro para refletir sobre a transformação do território, um segundo sobre as redes sociais e um terceiro sobre as políticas públicas.
Tamara Egler também ganhou a concorrência de um edital de cooperação internacional do CNPq, em convênio firmado com Universidade Bogotá, na Colômbia. "Lá estudaram as redes de educação organizadas por professores, alunos, funcionários e pais, composta por um milhão de pessoas. Foi criada para ampliar as possibilidades de educar em rede, o que depende muito das formas como cada país, instituição e pessoas utilizam as tecnologias", exemplifica a professora.
Urbanismo e sociedade em laboratório
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Renovação da Praça Mauá e novas propostas |
Uma delas, assinada por Maria de Lourdes de Araújo - A cidade de Padre Cícero: trabalho e fé - analisa o programa de inserção de Juazeiro do Norte no processo de cidades globais. "É uma tese de doutorado de planejamento urbano sobre os efeitos da globalização na terra de Padre Cícero. Outra é uma dissertação de mestrado de Euler Arruda, sobre o projeto de renovação do porto de Belém do Pará", exemplifica a coordenadora do Laboratório Estado, Sociedade, Tecnologia e Espaço. Os resultados das pesquisas do laboratório coordenado pela arquiteta podem ser verificados no espaço virtual: www.ippur.ufrj.br/espaco
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