Monica Maia
Divulgação |
Woodall: pesquisador e co-fundador do ProMED |
Woodall é co-fundador da rede, inaugurada em 1994 depois de uma conferência em Genebra, onde os cientistas se viram diante de uma questão de vida e morte: vencer a corrida contra a eclosão de surtos de doenças que podem se espalhar pelos continentes em questão de dias ou de semanas. Na ocasião, uma professora que liderou o grupo sobre bioterrorismo propôs formar uma cadeia de instituições mundiais para notificar a comunidade científica sobre qualquer surto suspeito.
“No começo, nos primórdios da Internet, eram 40 cientistas que se comunicavam por meio de uma lista. Participavam médicos ligados a uma ONG com satélite próprio que enviava informação para África e países subdesenvolvidos por e-mail. Fiquei como chefe do sub-grupo de comunicação. Comecei divulgando notícias de surtos, e no primeiro surto de ebola, na África, em 1995, vimos que isso daria certo”, lembra o virologista. O ProMED é um serviço independente de qualquer governo, patrocinado pela International Society for Infectious Diseases (Isid -- Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas), hospedado no e-mail da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, e do website da Divisão de Saúde da Oracle Corp.
Jack Woodall conta que o ProMED evoluiu desse intercâmbio de interesses para o que é hoje, uma rede especializada com editores no Brasil, nos Estados Unidos e consultores em vários países. “Temos especialistas nas áreas de doenças transmitidas por animais, e em grandes culturas, como a soja, a mais consumida. Um patologista de plantas na Austrália, um perito em parasitas na Dinamarca e um especialista em doenças infecciosas na Inglaterra”, diz, lembrando que o diferencial do ProMED, além de notícias, é a análise e o comentário de profissionais específicos para que o leitor possa avaliar a periculosidade do surto de cada doença.
De nacionalidade inglesa, naturalizado americano e nascido na China, Woodall já trabalhou em 16 países da África e vários da Ásia. Formado pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, trabalhou 13 anos na Organização Mundial de Saúde (OMS). Woodall chegou ao Brasil pela primeira vez em 1954, para uma missão na Amazônia, um trabalho de dois meses para o Museu Britânico de História Natural. Voltou em 1965 e agora já soma dez anos no país. O cientista teve o apoio da FAPERJ em outros quatro projetos no Núcleo de Investigação de Doenças Infecciosas Emergente (Nidic), da UFRJ, em pesquisas sobre febre aftosa em colaboração com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); sobre o vírus da febre do Nilo Ocidental; vigilância clínico-laboratorial da dengue infantil e detecção do vírus da febre amarela em mosquitos.
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