Vilma Homero
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Em Sumidouro, a equipe de Leonardo Avilla espera chegar à descoberta de novos fósseis de animais |
"São descobertas importantes, que devem despertar o interesse de outros pesquisadores pela região. Com isso, a paleontologia ganha um novo impulso no Rio de Janeiro", entusiasma-se o pesquisador do Instituto Virtual de Paleontologia da FAPERJ. O interesse do próprio Leonardo surgiu depois de conhecer os achados de outro estudioso, Carlos de Paula Couto, falecido em 1982, meses depois de encontrar uma série de placas da carapaça de um tatu gigante extinto no município de Cantagalo, na região serrana do estado.
Com o projeto intitulado "Sistemática e evolução dos mamíferos nativos e invasores da América do Sul", Leonardo procura desvendar as razões para a extinção e sobrevivência de mamíferos no continente durante o Pleistoceno, período popularmente conhecido como Era do Gelo. Para isso, o pesquisador conta com uma equipe de 12 estagiários de Iniciação Científica, todos estudantes de graduação em Biologia, e com eles vem empreendendo expedições em toda a área que compreende o município de Sumidouro e regiões vizinhas.
"Desde o início, temos contado com o apoio da prefeitura municipal de Sumidouro, o que tem sido fundamental para nossas pesquisas. Eles têm compreendido o quanto esses achados são importantes para a cidade, em termos sociais, culturais e turísticos", diz.
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Molar de um roedor ainda não identificado |
O segundo achado foi registrado numa caverna até então desconhecida, na base da Pedra de Santa Rita, na localidade de Campo Leal. Nela, foi encontrado o dente molar de um Toxodon platensis, mamífero já extinto semelhante a um hipopótamo. Em razão do achado, a caverna foi batizada pelos pesquisadores como Toca do Toxodonte. Eles também acreditam que o Toxodon tenha morrido em local diferente de onde foi descoberto. "O molar apresenta marcas, que podem ter sido feitas pelos dentes de outro animal", esclarece.
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Dente de um Toxodon platensis, mamífero extinto semelhante a um hipopótamo |
Segundo o pesquisador, o cenário de toda a área do estado do Rio de Janeiro, durante o período Pleistoceno, era povoado por preguiças e tatus gigantes, e mastodontes aparentados aos atuais elefantes. "Em sua maioria, muito provavelmente em função de mudanças climáticas, os animais de grande porte acabaram extintos. Subtraindo-se essa megafauna, os mamíferos que hoje povoam o país são os mesmos que existiam naquela época", explica Leonardo.
Mas o projeto continua. "Pretendemos seguir estudando essas e outras cavernas da região, realizando expedições mensais e aplicando metodologias sistemáticas de coleta para obter dados que nos revelem como eram e como viviam os animais pré-históricos de toda aquela área", conclui.
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