Vinicius Zepeda
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Protótipo do IDP em uso no |
“Os aparelhos disponíveis para orientar os navios, os antigos DPs (Sistemas de Posicionamento Dinâmicos), usam o princípio da modelagem hidrodinâmica – em que as condições de navegação são elaboradas de maneira fixa na busca pelo menor erro possível, mas ficam sempre vulneráveis a enganos, devido à imprevisibilidade do mar”, explica Pontes. O matemático formado pela Universidade de Wisconsin, Estados Unidos, ainda chama a atenção para a forma de funcionamento dos antigos aparelhos. “Eles são orientados segundo as condições ideais do mar e de maneira imutável, quando o mar fica mais forte, eles ficam sujeitos a erros. Além disso, sofrem com mudanças como o acúmulo de craca nos cascos e variação do lastro da embarcação”, descreve. “Com o tempo, tanto o casco quanto as máquinas se degradam e o DP passa a não ser mais eficiente”, acrescenta.
Anselmo Pontes destaca ainda o fato de o IDP ser desenvolvido com tecnologia nacional, tanto nas peças de reposição (hardware) quanto no sistema operacional Preciselay (software para navegação marítima). Em conseqüência, o custo de manutenção torna-se mais baixo. O preço de venda também gira em torno de menos da metade dos modelos tradicionais (US$ 160 mil). “Outra diferença é que os tipos hidrodinâmicos não podem ser removidos de uma embarcação à outra. E não se prestam a reajustes caso haja um aparelho novo no navio. O nosso IDP, ao contrário, permite tudo isso”, acrescenta o matemático.
A aplicação de DPs em barcos de apoio off-shore, ou seja, para auxiliar plataformas de petróleo, passou a ser exigido em várias licitações da Petrobras, devido ao risco de colisão. Com a aprovação do novo aparelho, o Brasil passará a ser credenciado para disputar um mercado dominado por três empresas internacionais: a norueguesa Kongsberg, a inglesa Converteam e a americana L3.
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O navio Célia, uma das embarcações de apoio a plataformas de petróleo que utiliza o IDP |
No caso do comboio argentino, o diretor-presidente da Symmetry sublinha as vantagens para este tipo de transporte. “Os comboios fluviais normalmente paravam de navegar de noite, tinham problemas quando passavam embaixo de pontes e dificuldades para o deslocamento em curvas e locais estreitos”, recorda Pontes. “Ocasionalmente, eles corriam até o risco de encalhar. Com o IDP, esses problemas tornam-se muito mais raros e a navegação mais segura”, acrescenta.
A primeira etapa de certificação para licenciamento de exportação internacional já foi completada. Anselmo Pontes espera que em mais seis meses todas as etapas necessárias já estejam concluídas. “Entraremos para competir no mercado interno e externo com um produto inédito e com uma série de vantagens em relação aos concorrentes. Isto porque o IDP foi desenvolvido com tecnologia de ponta em 2003 e os outros na década de 80”, recorda o matemático. “O Brasil passará, então, a ser vanguarda numa área que antes apenas era importador e nossa tecnologia servirá para orientar a criação de futuros aparelhos para a navegação mundial”, profetiza.
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