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Publicado em: 14/02/2008
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N. crypticus, o irmão caçula da família dinossauro

 

 Vinicius Zepeda

    
 O réptil voador tinha 25cm de envergadura 
Ele viveu há 65 milhões de anos. Comia insetos. E seu habitat eram as copas das árvores. O Nemicolopterus crypticus está sendo apontado como o menor fóssil de pterossauro já encontrado. O espécime, um réptil voador, media 25cm de abertura alar e foi encontrado na China por uma equipe local em parceria com dois cientistas brasileiros. “Eles podem ser considerados como irmãos dos dinossauros, ou seja, os dois grupos tiveram um ancestral em comum, mas divergiram e cada grupo tem a sua própria história evolutiva”, definiu Alexander W. A. Kellner, paleontólogo do Museu Nacional/UFRJ, um dos cientistas, que participou do desenho da pesquisa. 

Descobertas como essa celebram a boa fase da paleontologia brasileira, especialmente a fluminense. “O pesquisador brasileiro cada vez mais apresenta contribuições não apenas de impacto regional, mas também mundial, contribuindo para o conhecimento científico que influenciará as pesquisas de um modo geral”, afirmou o pesquisador durante a coletiva em que apresentou o réptil, na última segunda-feira, dia 11 de fevereiro, no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. “O apoio regular que vem sendo dado pela FAPERJ, por meio do edital Cientistas do Nosso Estado, foi fundamental para essas conquistas”, atesta. O financiamento da pesquisa da parte brasileira foi realizada ainda pelo CNPq. “É sempre importante registrar essas descobertas, fruto de uma parceria com a China, e publicado num dos periódicos científicos mais importantes do mundo. Gostaria de parabenizar a equipe brasileira”, disse Jerson Lima Silva, diretor científico da FAPERJ.

 Divulgação/MuseuNacional/UFRJ
    
  O paleontólogo Alexander Kellner exibe réplicas
  do esqueleto e do fóssil do minipterossauro

Kellner trabalhou no estudo do Nemicolopterus crypticus, encontrado por Xiaolin Wang e Zhonghe Zhou, ambos do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia, de Pequim; e por uma equipe brasileira composta por ele e Diogenes de Almeida Campos, do Museu de Ciências da Terra do Departamento Nacional de Produção Mineral da UFRJ. “Este achado traz uma nova teoria para a evolução dos répteis voadores: a de que os grande pterossauros, praticamente todos especializados para se alimentar de peixes, teriam descendido de forma diminutas, que viviam nas copas de árvores e se alimentavam de insetos”, afirma Kellner que no fim do ano passado apresentou outra descoberta de peso: o Futalongkosaurus dukei, o mais completo fóssil de um dinossauro e o terceiro maior do mundo, encontrado na Argentina. O N. crypticus, a nova espécie de réptil voador do grupo dos Pterodactyloidea, apresenta adaptações inéditas nunca antes registradas em pterossauros. Como uma “expansão óssea no fêmur”, que se destinaria para tendões e músculos, fortificando as pernas, resultando em uma poderosa ferramenta para a sobrevivência em florestas nas copas de árvores.

Encontrado na localidade de Luzhougou, perto da cidade Yaolugou, na província de Liaoning, noroeste da China, a nova espécie era um jovem. Fato comprovado, segundo Kellner, pelo nível de ossificação. “A sua constituição óssea, com todos os elementos bem formados e ossificados, como os tarsais e o esterno, por exemplo, sugere que se trata de um jovem animal.” O bichinho não tinha dentes e, provavelmente, o corpo era recoberto por estruturas semelhantes a pêlos. O nome deriva do grego nemos (que significa floresta), ikolos (traduzida como habitante, morador), pteros (asa) e kryptos (escondido). Em uma tradução livre seria “o escondido morador alado da floresta”. Por serem animais voadores, os restos de pterossauros são raríssimos no registro geológico. Assim, novas descobertas, como a que acaba de ser feita, são fundamentais para que se tenha uma melhor idéia de como estes vertebrados alados evoluíram no decorrer do tempo.

  Divulgação/Museu Nacional/UFRJ

 
 Jerson Lima (à dir.), diretor científico da FAPERJ,
participou da solenidade de anúncio da descoberta

O artigo Discovery of a rare arboreal forest dwelling flying reptile (Pterosauria, Pterodactyloidea) from China sobre a descoberta dos pesquisadores brasileiros e chineses ganhou destaque na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), editada pela National Academy of Sciences of the United States of America. É a primeira vez que pesquisadores brasileiros, em parceria com os colegas chineses, publicam um artigo relacionado a paleontologia nesta que é uma das principais revistas científicas do mundo.


Os pterossauros são répteis voadores que surgiram há 220 milhões de anos e foram extintos da face da Terra há 65 milhões de anos. “São os primeiros vertebrados adaptados para um vôo ativo, isto é, não eram apenas planadores e podiam sair voando do chão, por exemplo”, explica Kellner. A réplica do fóssil já está em exposição no Museu Nacional.

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